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De olho nas pesquisas: como o investidor pode tirar proveito das especulações eleitorais
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Análise feita desde 2002 mostra que ações de estatais são mais arriscadas
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Propostas liberais e que fujam do intervencionismo em estatais tendem a animar o mercado
Uma sondagem realizada pela Anbima em parceria com o Datafolha analisou a influência das eleições deste ano na tomada de decisões do investidor brasileiro. O levantamento, feito com 5,8 mil pessoas em todas as regiões do país, apontou que 38% dos entrevistados avaliam reduzir a intenção de fazer um novo investimento por conta processo eleitoral, enquanto 21% consideram ampliar as aplicações em razão do pleito. Já 41% disseram que o evento será indiferente na hora de selecionar um produto financeiro.
A divergência de opiniões está relacionada a uma expectativa de volatidade no mercado nos próximos meses com o início das campanhas, debates na TV e pesquisas se tornando mais frequentes. Por isso, para a Anbima, a diferença de percepção sobre a importância da escolha do novo presidente da República tem a ver com o perfil de cada investidor. “Onde um vê risco, outro enxerga oportunidade”, destaca a entidade.
A Inteligência Financeira consultou especialistas, acostumados a lidar com as oscilação provocadas pelas especulações eleitorais, para saber como o investidor pessoa física pode analisar o cenário com cautela e usar as informações a favor de seu carteira.
Empresas com histórico
De um modo geral, considerando o mercado de ações no Brasil, uma análise feita pela Ativa Investimentos desde a corrida presidencial de 2002 aponta que as empresas estatais listadas na Bolsa de Valores trazem um cenário binário. “Dependendo do candidato vencedor, em relação à condução econômica do país, (os papéis) se tornam extremamente voláteis e aderentes ao direcional das notícias e pesquisas, o que na nossa visão, trata-se de um risco desnecessário. Ou seja, achamos que o retorno esperado nas estatais ainda não vale o risco implícito e preferimos nomes privados”, diz Pedro Serra, gerente de research da Ativa. “Além disso, empresas que possuem uma dinâmica mais própria de crescimento e com histórico comprovado podem ser boas escolhas até ser possível criar cenários com base nos candidatos que poderão governar o nosso país nos próximos quatro anos”, acrescenta.
Atenção às intenções de voto
Para o investidor que pretende tomar uma posição baseada nas notícias eleitorais, a recomendação é estar atento às pesquisas de intenção de voto, identificar os favoritos e acompanhar as falas públicas dos candidatos no quesito economia. “Entre os assuntos importantes estão as reformas que promovem um cenário mais pró-mercado ou mais gerencia fiscal. Propostas mais liberais e que fujam do intervencionismo em estatais tendem a animar o mercado, assim como um posicionamento alinhado com parceiros comerciais relevantes, como Estados Unidos e China, também são pontos importantes a ficar de olho”, comenta Felipe Vella, analista de renda variável da Ativa.
Fique de olho nas ideias e nos planos dos candidatos
Em seguida, a sugestão é conferir as ideias, planos e os nomes sondados para a equipe econômica de quem pode subir a rampa do Palácio do Planalto em 2023. “É relevante saber quem serão os formuladores do plano econômico que será implementado e as estatais evidenciam a volatilidade”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. “Se for um candidato com viés mais intervencionista, a estatais não seriam boas de ter na carteira nos próximos anos. Já se é um postulante com um postura de livre mercado, assim as companhias voltam aos holofotes para os próximos anos”, explica.
Acompanhe a opinião dos especialistas
Na sequência de dicas para quem quer se guiar pelo cenário eleitoral, outra instrução que pode ser relevante para organizar melhor uma decisão é de tomar conhecimento de relatórios ou comentários de gestores, analistas, estrategistas e economistas sobre o que os mesmos esperam caso cada um dos candidatos envolvidos na disputa vença. O especialista da RB Investimentos destaca ainda a importância de separar convicções pessoais do que realmente pode ser melhor para a carteira de investimentos. “É parecido como uma tese de ações. Você pode achar que uma empresa é melhor que a outra, mas se o mercado não concorda com sua avaliação, não tem o que fazer. Você vai ter que se adaptar caso não queria ter um prejuízo financeiro”, completa.
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