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Ações de estatais tiveram retorno médio anual acima do Ibovespa nos últimos 20 anos
Investir em estatais na B3, a bolsa de Valores de São Paulo tem sido, nos últimos 20 anos, mais rentável do que apostar no índice geral, o Ibovespa, segundo dados de um levantamento feito pela TradeMap em parceria com a Inteligência Financeira.
Apesar de todas as oscilações que as eleições, crises políticas, impeachments e trocas de diretrizes econômicas podem apresentar para as ações das estatais, no apanhado geral, eles tiveram um desempenho acima da média levando em conta o período contemplado no levantamento, de 31 de dezembro de 2002 a 27 de setembro de 2022.
Na média, as 11 estatais mais importantes do país que operaram na bolsa ao longo de todo esse período analisado tiveram uma valorização anual de 15,54%, um ganho de 3,16 pontos percentuais acima do Ibovespa a cada ano, que no mesmo período teve um retorno anual de 12,38%, na média.
No acumulado dos 20 anos, o retorno de todos esses papéis, na média, foi de 1.998,91%, enquanto o índice que mede o desempenho geral da Bolsa de Valores de São Paulo somou valorização de 861,81%.
Ao longo desse período, o Ibovespa teve um crescimento médio anual de 12,38%, à frente apenas dos papéis ordinários da Eletrobras (ELET3) e da Embraer (EMBR3), estatais com o pior rendimento na bolsa.
Qual estatal deu mais retorno ao acionista?
As ações ordinárias da Cemig (CMIG3) foram as que mais valorizaram nos últimos 20 anos, 21,30% ao ano na média, com um retorno total de 4.132,69% sobre o valor da ação em dezembro de 2002.
As ações preferenciais da estatal mineira (CMIG4) também estiveram entre os melhores resultados. A valorização anual dos papéis foi de 18,17%, na média. No total, o retorno acumulado em duas décadas foi de 2.249,29%.
Quanto renderam Eletrobras e Copel
Mesmo com as quedas sensíveis da Eletrobras no começo da década de 2010, as ações preferenciais (ELET6) da estatal de energia apresentaram um resultado consistente, subindo anualmente 14,82% na média, também acima do Ibovespa. A valorização ao longo dos 20 anos foi de 1.360,14%.
Ainda no setor de energia, a Copel (CPLE6) teve valorização ainda maior 15,78% na média anual, somando 1.616,19% no acumulado.
Petrobras ficou acima do Ibovespa
A Petrobras também teve desempenho acima do Ibovespa nos últimos 20 anos, com as ações preferenciais (PETR4) batendo valorização de 15,82% na média anual. No acumulado do período, os papéis valorizaram 1.626,35%.
Já as ações ordinárias da empresa (PETR3) subiram a uma média anual de 14,65% entre o fim de 2002 e setembro de 2022. O aumento total do valor dos papéis foi de 1.317,15%.
Banco do Brasil: uma das ações vencedoras
O Banco do Brasil (BBAS3) aparece como uma das apostas mais vencedoras do grupo de estatais ao longo das últimas duas décadas.
Os papéis do banco só perderam para os ordinários da Cemig como os que mais valorizaram durante esse período. Do final de 2002 até agora, as ações tiveram um retorno acumulado de 3.978,89%. A média anual da valorização foi de 21,07%.
Quais estatais tiveram os piores desempenhos?
Na ponta de baixo da tabela, a Embraer (EMBR3) aparece como a empresa estatal brasileira que mais sofreu na bolsa. Sua valorização anual média de 2002 até agora foi de 1,66%. Ao longo desse período, a empresa rendeu 36,67%.
As ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) só não tiveram desempenho mais discreto que os da Embraer. Esses papéis da estatal de energia não conseguiram transpor a barreira de valorização do Ibovespa. A valorização média anual foi de 11,98%. Ao longo de todo o período, o retorno foi de 797,94%.
Os destaques em saneamento
No setor de saneamento, destaque para a Sanepar (SAPR4), do Paraná, que em 20 anos teve uma valorização média anual de 18,04%, e, no acumulado desse período, atingiu um retorno de 2.395,06%.
A Sabesp (SBSP3), de São Paulo, teve valorização anual de 17,75%, batendo 2.277,20% ao longo dos 20 anos.
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