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Exclusivo: levantamento feito para a Inteligência Financeira mostra quais são as 50 maiores pagadoras de dividendos dos últimos 10 anos
Na hora de pesquisar as melhores ações para o seu bolso, parte dos investidores prefere as que são as maiores pagadoras de dividendos. Afinal, ter um ganho periódico a partir das aplicações é uma ótima maneira de ter uma renda passiva.
Mas qual é a melhor opção: investir em ações com grandes dividendos ou naquelas que pagam dividendos crescentes?
Altos dividendos x dividendos crescentes
Ações que pagam bons dividendos são procuradas por muitos investidores, sobretudo no Brasil, por serem isentas de Imposto de Renda. Assim, pensa-se em uma empresa com um dividend yield elevado ou uma grande soma de lucros a ser distribuída.
Já os dividendos crescentes são formados a partir do pagamento contínuo e com crescimento ao longo dos anos. E é este o tipo de dividendo que o investidor de longo prazo deve buscar, segundo Paulo Albuquerque, analista e sócio da Quantzed.
“Para este tipo de investidor, o importante são os dividendos crescentes, pois isso permite ganho de escala com o tempo por meio do ‘dividend on cost’, que é a taxa de rendimento do investidor com base no custo amortizado da posição”, afirma.
Aliás, o raciocínio é simples: se os dividendos crescem consistentemente, então o custo inicial vai caindo progressivamente, gerando aumento da taxa de retorno.
Por exemplo: se você comprou uma ação a R$ 10 que pagava R$ 1 de dividendos há 10 anos, seu dividend yield on cost era de 10%.
Mas se a ação se valorizou e ela paga R$ 3 de dividendos, seu atual dividend on cost será de 30%. Isto é, taxa muito maior que a maior parte das pagadoras de dividendos da bolsa brasileira. Aliás, você ganhou na valorização da ação e o seu dividend on cost triplicou.
Na tabela no final do texto, você encontra as 50 empresas que apresentaram maior crescimento do dividend yield em pontos percentuais nos últimos 10 anos.
Como escolher ações que pagam dividendos crescentes?
Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira, diz que o investidor deve procurar por empresas que têm uma regularidade no pagamento.
“São as ações que chamamos de previdenciárias. Geralmente são papéis de companhias que mandam alguma uma conta para sua casa, como luz ou de saneamento”, afirma.
Assim, esas ações são de setores com receitas mais previsíveis e com contratos de longo prazo.
Cristiano Corrêa, coordenador dos cursos de MBA de Negócios no Ibmec SP, explica que na hora de formar a carteira de ações, o investidor precisa se atentar para alguns pontos.
“É importante lembrar que uma empresa que esteja pagando dividendos altos nos últimos 5 anos não dá garantias de que vá continuar com essa política daqui para frente”, afirma.
Além disso, deve-se evitar investimentos somente em ações do mesmo setor. “Evitar a concentração de risco. Sempre se fala nas ações de energia, mas nem por isso comprar várias ações do mesmo setor”, comenta.
Isso porque, caso ocorra algum evento negativo ligado ao setor, todas as suas ações seriam impactadas.
E a Petrobras (PETR4)?
Existem no mercado acionário brasileiro empresas que são consideradas pelos analistas como boas pagadoras de dividendos; por exemplo, a Petrobras (PETR3, PETR4).
A petroleira brasileira ficou apenas atrás da mineradora australiana BHP entre as maiores pagadoras de dividendos em 2022. Contudo, o governo Lula já sinalizou que pretende intervir na política de distribuição de lucros da empresa.
Ricardo diz que isto mostra que nem sempre ações que pagam dividendos altos de forma eventual devem orientar a decisão de quem quer investir em dividendos.
“A Petrobras (PETR4) foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo no ano passado. Mas durante a Lava Jato, por exemplo, ficou três anos sem pagar [proventos aos acionistas]”, lembra.
Entre os anos de 2015 e 2017 os pagamentos foram suspensos em função do impacto do escândalo nas contas da empresa. Dessa forma, em 2016 as ações da companhia chegaram a valer cerca de R$ 4. Hoje, estão cotadas na casa dos R$ 24.
Vale a pena investir na PETR4 esperando dividendos?
Pois bem, Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, tem outra visão sobre a Petrobras.
”Depois de um período muito conturbado durante o governo Dilma, com piora de resultados e enorme endividamento, em 2016 começou um processo de reformulação na Petrobras, com base na política de paridade internacional nos preços dos combustíveis, venda de ativos ineficientes/não-core e maior foco no pré-sal”, diz.
De acordo com ele, a alta nas cotações do petróleo combinada com uma redução do endividamento permitiram às ações da Petrobras (PETR4) pagar uma quantia cada vez maior de dividendos.
“A empresa fez uma distribuição recorde em 2022, a nossa expectativa é de que os dividendos caiam em 2023, mas ainda devem permanecer em patamares interessantes de dois dígitos”, diz.
Entretanto, Marco Saravalle, analista CNPI-P e sócio-fundador da Sara Invest, também não acredita que a Petrobras (PETR4) continue como uma galinha dos ovos de ouro dos dividendos.
“A Petrobras tem uma chance muito grande de se manter no destaque, mas dificilmente nos próximos 10 anos, ela vai ser top 10. Tem uma sinalização de mudanças na companhia e é uma commodity. Se o preço do petróleo for para 50 ou 60 dólares, não tem essa capacidade para pagamento de dividendos no nível atual”, diz.
Quais são as ações que pagam dividendos crescentes?
Paulo Albuquerque lista algumas ações que considera opções para quem pensa em investir em companhias com dividendos crescentes.
Ele diz que as suas preferidas são: Unipar (UNIP6), Vale (VALE3), Itaú (ITUB4), Cemig (CMIG4), Taesa (TAEE11) e Banco do Brasil (BBAS3).
“Todas essas empresas distribuíram dividendos nos últimos 10 anos, sem falhar. Isso permite planejamento do investidor. Talvez não tenham o maior dividend yield no presente, mas a constância permite que tenham um maior dividend on cost no futuro, a depender da disciplina do investidor”, afirma
Abaixo, ele analisou alguns papéis:
Unipar (UNIP6): DY2022 14,6%
A Unipar (UNIP6) tua num segmento oligopolístico e de química essencial. O que, de acordo com o especialista, significa uma empresa praticamente sem concorrência.
Além disso, tem o Luiz Barsi no conselho, o que é considerado por alguns investidores como um selo de qualidade no tocante a dividendos.
Aliás, a companhia continua sendo excelente, em sua opinião, porque a demanda do setor só cresce, o Brasil não é autossuficiente em cloro-soda e os preços seguem cotação internacional.
Cemig (CMIG4): DY2022 13,5%
A Cemig (CMIG4) atua em segmento essencial e oligopolístico, que é energia elétrica. Além disso, é a maior empresa do setor elétrico brasileiro e atua em todos os segmentos e vários estados da federação.
De acordo com Albuquerque, a companhia ainda tem a possibilidade de surfar o call de privatização, quando sair.
Taesa (TAEE11): DY2022 13,35%
Para o analista e sócio da Quantzed, a Taesa (TAEE11) é uma das principais transmissoras do país, que é a melhor parte do segmento elétrico, devido à estabilidade da receita.
Aliás, suas concessões são de longo prazo, o que garante tranquilidade para o investidor.
Vale (VALE3) – DY2022 9,7%
A Vale (VALE3) tem uma política clara e estável de dividendos, além de atuar em commodities global, com receita dolarizada, o que permite previsibilidade na distribuição.
De acordo com a analista, é a maior empresa privada do país e uma das maiores do mundo, com enorme vantagem competitiva no cenário global.
Itaú (ITUB4): DY2022 4,8%
O Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) tem também uma política estável de distribuição de dividendos, além de ser o maior banco privado da América Latina.
Além disso, ao atuar no setor financeiro, setor essencial para a economia, tende a ganhar em todos os cenários, inclusive nos mais difíceis, como a alta da inflação e em períodos de recessão.
Banco do Brasil (BBAS3): DY2022 14,4%
Além de ser o maior banco público listado em bolsa, Albuquerer destaca que o Banco do Brasil (BBAS3) paga dividendos consistentemente e está baratíssimo na bolsa.
Aliás, recentemente sua rentabilidade se equiparou aos pares do setor privado.
Mais energia e dividendos
Já Ruy Hungria destaca a Equatorial (EQTL3). Afinal, a Equatorial Energia é o terceiro maior grupo de distribuição do país em número de clientes.
Fundada em 1999, a companhia avançou na consolidação do setor de distribuição de energia no Brasil e atualmente opera sete concessionárias, nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul, Amapá e Goiás, atendendo cerca de 13 milhões de clientes nessas regiões.
Aliás, suas ações pagam dividendos e estão também na nossa lista.
Ele diz que a Equatorial vem apresentando melhora contínua de resultados há mais de uma década, inicialmente por conta dos turnarounds bem-sucedidos nas distribuidoras CEMAR (Maranhão) e CELPA (Pará), mas pela melhora de ativos recém adquiridos também.
“A combinação de um aumento orgânico, com uma melhoria de eficiência nos ativos menos eficientes tem proporcionado uma melhora contínua de resultados e crescimento nos dividendos. No entanto, é bom lembrar que o yield ainda é baixo, já que a companhia segue em fase de crescimento e boa parte da geração de caixa é reinvestida”, diz.
Quais ações tiveram maior crescimento no pagamento de dividendos nos últimos 10 anos?
A pedido da Inteligência Financeira, a TC Economática fez um levantamento que mostra quais as empresas mais registraram crescimento na distribuição de dividendos nos últimos 10 anos.
O ranking considera as 50 primeiras colocadas de acordo com aumento em pontos percentuais de Dividend Yield, entre dezembro de 2013 e dezembro de 2022.
Lembrando que lucro passado não garante a rentabilidade futura, mas pode ser um bom indicador de como funciona a estratégia dos gestores.
Acompanhe:
Valor financeiro de dividendos | Valor percentual de DY | |||||||
Nome | Dividendo/Ação 31 Dezembro 2013. Em R$ | Dividendo/Ação 31 Dezembro 2022. Em R$ | Diferença após 10 anos Em R$ | Diferença após 10 anos Em % | DY em 31 Dezembro de 2013 Em % | DY em 31 Dezembro de 2022 Em % | Diferença após 10 anos DY % | |
1 | Petrobras | 0,77708 | 16,7386571 | 16,0 | 2054% | 3,98 | 58,84 | 54,9 |
2 | Elektro | 1,175460076 | 7,877408455 | 6,7 | 570% | 4,52 | 27,40 | 22,9 |
3 | Cosern | 0,2945383694 | 4,049300128 | 3,8 | 1275% | 3,01 | 25,48 | 22,5 |
4 | Brasilagro | 0,100704387 | 5,254966031 | 5,2 | 5118% | 1,01 | 18,25 | 17,2 |
5 | Coelba | 0,8731749921 | 6,445661262 | 5,6 | 638% | 2,13 | 19,24 | 17,1 |
6 | Aco Altona | 0,04841 | 1,25637 | 1,2 | 2495% | 1,74 | 16,53 | 14,8 |
7 | Enauta Part | 0,000003 | 1,708415118 | 1,7 | 56947071% | 0,00 | 12,84 | 12,8 |
8 | Unipar | 0,05408857143 | 13,70535708 | 13,7 | 25239% | 1,89 | 14,60 | 12,7 |
9 | Gerdau | 0,2190476191 | 3,457142857 | 3,2 | 1478% | 1,28 | 13,32 | 12,0 |
10 | Amazonia | 2,2759181 | 6,844986179 | 4,6 | 201% | 6,15 | 16,58 | 10,4 |
11 | Ferbasa | 0,1840551174 | 5,444352734 | 5,3 | 2858% | 1,48 | 11,15 | 9,7 |
12 | Gerdau Met | 0,31 | 1,25 | 0,9 | 303% | 1,35 | 10,98 | 9,6 |
13 | Kepler Weber | 0,1181333333 | 0,9978085033 | 0,9 | 745% | 5,81 | 15,30 | 9,5 |
14 | Bradespar | 1,205514895 | 3,27156278 | 2,1 | 171% | 4,15 | 13,09 | 8,9 |
15 | Metal Leve | 1,308419565 | 4,2026621 | 2,9 | 221% | 5,25 | 13,89 | 8,6 |
16 | Copel | 0,227688 | 0,99285095 | 0,8 | 336% | 7,18 | 15,68 | 8,5 |
17 | Comgas | 1,010680259 | 15,40272089 | 14,4 | 1424% | 1,73 | 10,20 | 8,5 |
18 | CPFL Energia | 0,8045407998 | 3,242280516 | 2,4 | 303% | 3,98 | 12,08 | 8,1 |
19 | Banestes | 0,1432220266 | 0,584992419 | 0,4 | 308% | 5,33 | 12,11 | 6,8 |
20 | Direcional | 0,36386754 | 1,17 | 0,8 | 222% | 2,57 | 9,21 | 6,6 |
21 | Cielo | 0,6193237518 | 0,251380287 | -0,4 | -59% | 4,51 | 11,03 | 6,5 |
22 | M.Diasbranco | 0,3445570357 | 1,946626425 | 1,6 | 465% | 1,32 | 7,64 | 6,3 |
23 | Randon Part | 0,18998588 | 0,859998 | 0,7 | 353% | 1,87 | 7,91 | 6,0 |
24 | SLC Agricola | 0,07041863636 | 2,77390453 | 2,7 | 3839% | 0,78 | 6,78 | 6,0 |
25 | Energias BR | 0,56566734 | 2,19303775 | 1,6 | 288% | 4,53 | 10,47 | 5,9 |
26 | Grazziotin | 0,522553 | 3,37895 | 2,9 | 547% | 3,27 | 9,02 | 5,8 |
27 | Taurus Armas | 0,297797665 | 1,624365144 | 1,3 | 445% | 0,93 | 6,59 | 5,7 |
28 | Vale | 1,808382882 | 7,582122535 | 5,8 | 319% | 4,28 | 9,73 | 5,4 |
29 | Cristal | 0,336 | 4,755181765 | 4,4 | 1315% | 1,56 | 6,90 | 5,3 |
30 | Brasil | 2,373910435 | 4,165478511 | 1,8 | 75% | 9,27 | 14,44 | 5,2 |
31 | Santander BR | 0,1791267473 | 1,120852764 | 0,9 | 526% | 2,47 | 7,48 | 5,0 |
32 | Wilson Sons | 0,08516666667 | 0,604194 | 0,5 | 609% | 1,60 | 6,51 | 4,9 |
33 | Banrisul | 0,67968831 | 0,88142211 | 0,2 | 30% | 4,38 | 9,13 | 4,8 |
34 | Simpar | 0,0297660675 | 0,653437943 | 0,6 | 2095% | 0,85 | 5,59 | 4,7 |
35 | Tegma | 0,9099496396 | 1,121693341 | 0,2 | 23% | 2,60 | 7,18 | 4,6 |
36 | Cemig | 0,9222574637 | 1,360996421 | 0,4 | 48% | 9,09 | 13,50 | 4,4 |
37 | Tekno | 8,670122505 | 9,593105107 | 0,9 | 11% | 10,25 | 14,55 | 4,3 |
38 | JBS | 0,05951 | 2 | 1,9 | 3261% | 0,99 | 5,27 | 4,3 |
39 | Abc Brasil | 0,6046 | 1,279 | 0,7 | 112% | 4,28 | 8,19 | 3,9 |
40 | Syn Prop Tec | 0,878432268 | 0,5240937526 | -0,4 | -40% | 3,52 | 7,28 | 3,8 |
41 | Marcopolo | 0,07 | 0,142 | 0,1 | 103% | 1,09 | 4,66 | 3,6 |
42 | Itausa | 0,1951467015 | 0,5819049546 | 0,4 | 198% | 3,75 | 7,17 | 3,4 |
43 | Ambev S/A | 0,2596 | 0,7623 | 0,5 | 194% | 1,55 | 4,94 | 3,4 |
44 | Hypera | 0,16302 | 1,23197 | 1,1 | 656% | 0,98 | 4,36 | 3,4 |
45 | Iochp-Maxion | 0,57266344 | 0,8326063 | 0,3 | 45% | 2,09 | 5,42 | 3,3 |
46 | Fleury | 0,2621088475 | 1,004292269 | 0,7 | 283% | 2,27 | 5,58 | 3,3 |
47 | Taesa | 0,73467588 | 1,61819941 | 0,9 | 120% | 10,11 | 13,35 | 3,2 |
48 | Technos | 0,160271 | 0,080987323 | -0,1 | -49% | 0,64 | 3,49 | 2,9 |
49 | Mills | 0,496279816 | 0,2622810904 | -0,2 | -47% | 1,46 | 4,10 | 2,6 |
50 | Sid Nacional | 0,93280309 | 2,580458282 | 1,6 | 177% | 7,87 | 10,33 | 2,5 |
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