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Já pensou em colocar um pé no agronegócio? Fiagro nasceu para isso
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Por trás de todo Fiagro há uma instituição financeira, que fica de olho na forma como o dinheiro é usado
O Fiagro, Fundo de Investimento em Cadeias Produtivas Agroindustriais, é um ativo relativamente novo no mercado, criado em março de 2021. Ele nasceu para captar recursos que financiam o agronegócio.
Essa é a versão oficial. Na realidade, o Fiagro oferece diversas oportunidades para quem está no setor, desde os pequenos produtores às grandes empresas. O ativo tem “mil e uma utilidades”. É possível que o mercado não conheça o potencial que o Fiagro tem.
Quais empresas você financia pelo Fiagro?
Vamos começar pelos que podem se beneficiar. Muita gente não sabe que as empresas, independentemente do porte, fazem parte da cadeia do Fiagro.
O McDonald’s, por exemplo, poderia fazer uma captação junto ao Fiagro, já que compra alface, carnes, entre outros itens, e poderia usar o dinheiro para fomentar a produção do setor.
As empresas de silos também se beneficiam dos recursos do ativo. Os silos são chamados de benfeitoria agrícola. Eles armazenam grãos secos, sementes, cereais e folhagens verdes.
“As possibilidades são infinitas. Até as gigantes, como a BRF ou JBS também têm o direito de obter financiamento – até para comprar outras companhias ou fazendas”, diz Igor Nascimento, sócio do Madrona Advogados.
Quais empresas podem lançar Fiagros?
Segundo Madrona, as empresas que querem construir ferrovias podem igualmente captar recursos. Desde que haja algum benefício para o agronegócio. Assim como os empreendedores que pretendem irrigar terras no norte de Minas Gerais ou no sul da Bahia.
“A exploração de terras áridas para irrigação é muito necessária no país. Chove pouco nesses locais e toda a infraestrutura de irrigação poderia ser financiada com Fiagro. A formação das empresas que fariam esse trabalho também. E se a companhia já existe, é possível conseguir recursos para o projeto”, detalha Nascimento.
Como o Fiagro está ligado ao planejamento sucessório
O Fiagro é tão versátil que pode oferecer benefícios para algo que não está ligado ao lastro em si. Uma das possibilidades tem a ver com o planejamento sucessório.
Um dos grandes desafios de uma pessoa que construiu um bom patrimônio é organizar, antecipadamente e com estratégia, a transferência dos bens.
Muitas vezes a família entra em disputas que se arrastam por anos. Há a possibilidade de aportar os imóveis dentro do Fiagro, que fará o arrendamento dos bens.
Desta forma, os imóveis podem ser uma fonte mensal de renda, sem que haja a necessidade de vendê-los.
Cada pessoa da família será dono de cotas. E pode até vendê-las. O imóvel ficará sempre resguardado. O administrador do imóvel deixa de ser a família, passa a ser o investidor do fundo.
Fiagro ajuda na formalização dos pequenos produtores
Aqui vai a prova de que o Fiagro poderia ser também chamado de camaleão.
Além de ter vários lastros, poder ser usado para o planejamento sucessório e tantas outras finalidades que o próprio mercado vai descobrindo, o fundo pode também ajudar na formalização do pequeno produtor.
Muitos deles são pessoas físicas. E para que possam se beneficiar do Fiagro, ou seja, conseguir recursos para financiar seus negócios, precisam estar “formalizados”.
Eles precisam estar em dia com a legislação trabalhista, tributária, compliance, com as questões ambientais e regularizados junto aos cadastros rurais.
Por trás de todo Fiagro há uma instituição financeira, que precisa ficar de olho na forma com a qual o dinheiro está sendo utilizado. O Fiagro é um instrumento que pode apoiar a regularização do campo.
Fiagros são regulamentados pelas regras dos FIIs
O Fiagro tem ainda uma regulamentação provisória.
Os ativos foram enquadrados, pela CVM, nas regras já válidas dos fundos de investimento imobiliários. Para Nascimento, a regulamentação definitiva vai trazer mais confiança aos investidores. “Eles se sentirão mais seguros em optar pelo Fiagro”.
Para Mucio Mattos, sócio e gerente de crédito da Vectis Gestão, a regulamentação da CVM pode trazer dinamismo ao mercado.
Segundo ele, ainda há pouca representatividade das empresas do segmento na Bolsa. “E o setor é três vezes maior do que o imobiliário. Há inúmeras oportunidades para se trabalhar com o Fiagro no mercado de capitais”.
Fiagro bom é Fiagro com juros competitivos
Luiz Peyser, sócio do i2a Advogados, detalha que o Fiagro tem que ser competitivo do ponto de vista de juros e de “aculturamento”.
“Aos poucos as pessoas ficam sabendo mais sobre o Fiagro. De um lado, os investidores têm uma fazenda no Tocantins, que produz minhoca; de outro, um prédio na Faria Lima. O imóvel da área nobre de São Paulo, muitas vezes, ainda parece mais atraente. Uma ilusão”, afirma Pyser.
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