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O que é Greenwashing? Como não cair em ciladas nos investimentos ESG
As informações sobre governança e responsabilidade socioambiental que uma determinada empresa divulga precisam ser passíveis de comprovação. Caso contrário, torna-se o famoso “fala mais do que faz”, reforçando suspeitas de greenwashing. A expressão em inglês – que no português significa algo como “maquiagem verde”–, se popularizou com a proliferação de marcas que fingem preocupação com questões relacionadas ao ESG (Environment, Social, Governance) para atrair clientes. Mas existem nuances sobre o que é, de fato, um negócio sustentável e a discussão ainda dá muito pano pra manga.
“O greenwahsing pode acontecer quando uma companhia se posiciona sobre um determinado tema, por exemplo, o compromisso com a emissão zero de carbono. Mas se ela não tiver um plano de ação detalhado de como vai construir esse caminho, a empresa pode ser questionada. Não é recomendado lançar uma plataforma ESG sem dar transparência ao que realmente se está fazendo”, diz Hanne Salgueiro, analista sênior de sustentabilidade no Itaú.
Já para os críticos, o problema é mais embaixo. Sem a neutralização do impacto, a sustentabilidade não teria como existir.
Para entender se uma companhia tem realmente atuação ESG e em que momento do planejamento ela está, existem alguns passos que podem guiar os investidores que buscam estratégias socioambientais na hora de escolher seus investimentos.
Relatório Anual
As empresas que querem se posicionar como ESG precisam ter o Relatório Anual divulgado. O material traz análises das informações de governança, junto das ações de sustentabilidade. Esses relatórios costumam trabalhar dentro de padrões e metodologias com informações e parâmetros que possam ser comparáveis ao longo do tempo. Só assim, é possível acompanhar as evoluções entre empresas.
É importante também que exista uma auditoria externa para garantir que as informações listadas são verdadeiras.
Pacto setoriais
Os pactos setoriais são firmados entre associações representativas de diferentes momentos nas cadeias do setor produtivo e o Ministério do Meio Ambiente.
Os pactos estabelecem compromissos entre o setor e a sociedade e buscam promover melhorias na produção, como o consumo sustentável, o descarte adequado de resíduos, além de outras ações que busquem redução, mitigação ou prevenção de impactos socioambientais.
Métricas e indicadores
Uma estratégia ESG bem posicionada precisa ter metas, prazos e reportar o status desses objetivos ao longo do tempo.
É claro que a rota pode ser alterada no meio do caminho e os compromissos podem ser revistos, mas é fundamental que exista transparência desses processos para o mercado.
Índices de Mercado
Um jeito simples de identificar investimentos sustentáveis são os índices de mercado atrelados a metodologias ESG.
O Dow Jones Sustainability Index (DJSI) e o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 são exemplos de índices utilizados para medir o desempenho dos ativos de empresas que atendam aos critérios de sustentabilidade, apoiando os investidores na tomada de decisão e induzindo as empresas a adotarem melhores práticas.
Para participarem, as empresas respondem questionários específicos e, de acordo com suas práticas, conseguem ou não entrar nessas carteiras teóricas e referenciais.
Fundos de investimento
Entre gestoras de fundos de investimento também já existem algumas formas de trabalhar estratégias ESG na gestão dos ativos. Algumas metodologias podem considerar doação de parte das taxas de administração para projetos socioambientais, por exemplo.
Uma outra possibilidade é usar filtros ESG na escolha dos ativos que vão compor o fundo. “Podemos olhar as empresas que estão na carteira e checar se pertencem a setores muito intensivos ou se tiveram questões de crise de imagem e reputação negativa”, explica Hanne Salgueiro.
“Falar sobre ESG não é tarefa simples por se tratar de um grande ecossistema ainda em evolução. Muito do que temos hoje é passível de ser discutido e é assim que o mercado vai se desenvolver. É importante que as pessoas entendam que, quanto mais demandarem, mais as empresas irão buscar soluções tecnológicas e de governança socioambiental. Existe uma corresponsabilidade entre governo, indústria, indústria financeira e sociedade para começar a puxar essa régua até que a economia sustentável consiga prosperar de uma maneira que faça sentido pra todo mundo”, conclui a analista sênior de sustentabilidade no Itaú.
*Texto escrito por Mayara Geraldini, é coordenadora de conteúdos sobre investimentos no Itaú e CEA. Artigo originalmente publicado no feed de notícias do íon Itaú. Para ler este e outros conteúdos, acesse ou baixe o app agora mesmo.
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