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Especialista mostra 11 investimentos para você aproveitar os juros altos e ter um ganho mensal
Procurando investimentos que rendem mensalmente e surfam na onda dos juros altos? Pois o mercado oferece vários deles. Valéria Vieira, planejadora financeira CFP e especialista em mercado de capitais, listou e comparou11 investimentos com retorno mensal para colocar na carteira.
Investimentos que rendem mensalmente
Poupança, CDB, Tesouro Direto, LCI, FIIs, debêntures… esses nomes dizem algo para você? Então, a seguir detalhamos vários investimentos que você pode ficar de olho se estiver em busca de renda mensal.
Antes de mais nada, é importante considerar que Valéria utilizou facilidade de acesso e acompanhamento da rentabilidade mensal, liquidez e características de baixo e médio risco como critérios de escolha.
“Esta análise considera o cenário atual, com Selic a 13,75% ao ano, CDI a 13,65% e inflação de 4,65%”, diz ela. “Caso o cenário econômico mude, como resultado outros investimentos podem se tornar mais atrativos”, afirma.
1. Poupança
A poupança sabidamente não é a mais rentável das aplicações. Ainda assim, continua entre as opções de investimento com renda mensal.
Suas vantagens são bastantes conhecidas. Sobre seus rendimentos não incide Imposto de Renda ou taxas de administração. “O valor resgatado no aniversário é o valor descrito no momento do resgate”, destaca Valeria.
Além disso, é um tipo de aplicação que não tem vencimento. E, por fim, é garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
Todavia, a poupança também tem suas desvantagens. Como dissemos ali no início do texto, sua rentabilidade é bastante baixa quando comparada ao rendimento de outros investimentos.
E tem mais: a rentabilidade não é diária, nem é corrigida pela inflação.
“Ou seja, se você resgatar antes da data de aniversário, não terá rendimentos”, alerta.
2. Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é um título do Tesouro Direto. Ou seja, quem investe neste ou em qualquer título do Tesouro está emprestando dinheiro para o governo.
Especificamente, o Tesouro IPCA+ tem rentabilidade atrelada à inflação (IPCA) mais uma taxa prefixada de juros.
“Seus pontos positivos são proteção contra uma alta inflacionária, mantendo poder de compra do investidor, fácil aplicação e liquidez”, afirma Valéria.
Mas existe um porém. Sua rentabilidade é garantia apenas se o título for levado até o vencimento, que geralmente é longo.
“Se você precisar resgatar antes, poderá ter perda de capital, dependendo de cenário, taxa de juros e condições do mercado”, afirma a especialista.
Mais um contra é a necessidade de reinvestir o valor principal após o vencimento do título. Além disso, o rendimento tem incidência de IR, há cobrança de taxa da B3 e, em alguns casos, também taxa da instituição custodiante.
3. Fundos de Renda Fixa
Fundos de renda fixa são aplicações que captam recursos com venda de cotas e aplicam em investimentos de renda fixa – como CBD, LCI e Tesouro Direto, por exemplo.
A principal vantagem de investir em fundos de renda fixa é a comodidade de contar com a expertise de um gestor em mudanças de cenário de taxa de juros e estresse no mercado.
Afinal, é o gestor do fundo que vai decidir onde de fato o dinheiro será aplicado entre as alternativas de renda fixa.
Além disso, por ser um fundo sem data de vencimento, também não há necessidade de fazer reinvestimentos.
“Outra vantagem é a facilidade de resgate”, diz Valéria. Por fim, alguns fundos desse tipo têm liquidez diária e não penalizam muito a rentabilidade.
Claro que também existem desvantagens. Entre elas, taxa de administração bem como Imposto de Renda.
A antecipação do recolhimento de Imposto de Renda (IR), aliás, tem o apelido nada simpático de come-cotas, exatamente por “comer” um pedaço das cotas do investidor a cada semestre.
4. Tesouro Prefixado
Outro investimento com retorno mensal é o Tesouro Prefixado. Sua vantagem? Claramente a possibilidade de saber qual será a remuneração no vencimento.
“Em cenário de queda da taxa juros, o título garante os juros acordado no momento da compra”, destaca Valéria.
Além disso, fácil acesso e liquidez são outros pontos positivos.
O ponto negativo, por outro lado, é comum a todo título do Tesouro Direto: a rentabilidade é garantia apenas se você levar até o vencimento. E, mais uma vez, os vencimentos costumam ser longos.
Dessa forma, como os vencimentos são longos, você pode perder capital se precisar fazer resgate antecipadamente.
O título prefixado também pode ser desfavorável em cenário de alta de juros e inflação.
Finalmente, outros contras são necessidade de reinvestir o capital após vencimento, incidência de IR, taxa da B3 e, em alguns casos, taxa da instituição custodiante.
5. CDB a 100% CDI
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa emitido por bancos. Quem investe em CDB está, na prática, emprestando dinheiro para o banco.
Uma vantagem desse tipo de aplicação é que, em cenário de alta de juros, o rendimento acompanha a subida.
“O investidor consegue ver a rentabilidade diária e, do mesmo modo, a renda mensal”, diz Valéria.
Algumas instituições têm CDBs que oferecem resgate diário. Para completar a cesta de prós, eles têm garantia do FGC de até 250 mil por CPF por instituição financeira.
Contras? Temos também. “Oscilação da taxa CDI abaixo da Selic, risco da instituição bancária, IR e falta de proteção contra alta inflacionária”, diz Valéria.
6. Tesouro Selic
Como o nome já indica, o rendimento deste título do Tesouro Direto é atrelado à Selic. Essa é uma vantagem, especialmente nestes tempos de Selic alta.
Outro ponto positivo (não apenas deste, mas de todos os tipos de títulos do Tesouro) é que o investimento é considerado de risco zero.
Quer mais? “O investidor consegue ver a rentabilidade diária, assim como a rentabilidade mensal, e pode fazer resgates a qualquer momento”, diz a especialista.
Um dos principais pontos negativos, por outro lado, é que que, em cenário de queda de juros, o Tesouro Selic pode render menos que um título de prefixado.
Mais contras: necessidade de reinvestir o dinheiro após o vencimento, prazo de até dois dias úteis para crédito de resgate, IR renda retido na fonte, taxa B3, e, em alguns casos, taxa da instituição custodiante.
7. Debentures Incentivadas IPCA+
Não se assuste com o nome. É mais simples do que parece. Debêntures são títulos emitidos por empresas. Ou seja, quem investe em debêntures está “emprestando” dinheiro para a empresa emissora do título.
Debêntures incentivadas são títulos que financiam projetos de infraestrutura. Para o investidor, no entanto, a informação mais relevante é que elas são isentas de IR.
Essa é, aliás, uma das suas maiores vantagens.
“Além disso, quem investe em Debêntures incentivadas IPCA+ tem possibilidade de diversificação e proteção contra inflação, além de taxas de rendimento atrativas em relação a outros investimentos”, afirma Valéria.
A principal desvantagem, por sua vez, é o risco de não pagamento por parte da empresa.
Por fim, na lista, também estão longos prazos para pagamento.
“Caso precise vender o título antes do vencimento, o investidor estará sujeito à oscilação do mercado, ou seja, pode perder de capital”, alerta.
8. CRA IPCA+
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são títulos de renda fixa emitidos por companhias securitizadoras para custear a expansão das atividades do agronegócio.
Quer diz quer quando você investe em CRA está financiamento empréstimos envolvidos nesse setor.
“As vantagens dos CRAs são sobretudo isenção de IR, possibilidade de diversificação, proteção contra inflação e taxas de rendimento atrativas em relação a outros investimentos”, afirma Valéria.
Os contras, claro, também existem. Um dos mais pesados é o risco de não pagamento por parte da empresa emissora.
Detalhe importante: os CRAs não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Além disso, prazos para pagamento costumam ser longos, entre 10 e 15 anos.
9. CRI IPCA+
A diferença do CRA para o CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) é que este segundo, como o nome entrega, é voltado ao mercado imobiliário. Seus pontos positivos e negativos funcionam de maneira idêntica.
10. Fundo Imobiliários
Fundos Imobiliários – também conhecidos por FIIs – são investimentos de renda variável negociados na bolsa de valores e administrados por gestoras profissionais.
Ao investir em FIIs, portanto, você está adquirindo cotas de um fundo imobiliário.
Primeiramente, suas vantagens são rendimento mensal, possibilidade de valorização da cota na bolsa de valores e isenção de IR sobre rendimento.
“Comparado com a compra de um imóvel, o FII tem sobretudo a vantagem de o investidor não precisar lidar com burocracia, manutenção e inquilino”, diz Valéria.
Por fim, na sequência dos prós, os fundos oferecem grande diversificação para investimento.
Por outro lado, entre as desvantagens estão recolhimento de IR em caso de venda da cota do FII, risco de oscilação negativa do valor aplicado e suspenção de pagamento de rendimento mensal.
“Há ainda o risco de falência de um fundo mal gerido e a necessidade de reinvestir os rendimentos”, lembra ele, complementando que ainda pode haver custo operacional.
11. LCI e LCA 90%CDI
Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio são investimentos de renda fixa emitidos por instituições financeiras que, portanto, financiam empreendimentos e atividades do setor imobiliários (no caso das LCIs) ou do agronegócio (LCAs).
Suas vantagens? A principal é isenção do IR. Em outras palavras, o rendimento bruto seja igual ao rendimento líquido.
“Elas ainda têm taxas atrativas, dependendo do vencimento, e ajudam na diversificação da carteira”, destaca Valéria.
Nada é perfeito, como resultado nem as LCIs ou as LCAs têm perfeição.
Sua principal desvantagem chama prazo de carência. Ou seja, elas não oferecem liquidez para resgate a qualquer momento.
Além disso, também têm prazo bastante longo de vencimento.
Simulação de rentabilidade entre investimentos
Agora vamos ao que mais interessa, que é a rentabilidade mensal dos investimentos.
Antes de tudo, para entender direitinho quanto e como rende cada tipo de aplicação, Valeria preparou uma super tabela com todas as informações.
Para a simulação, ela utilizou investimento inicial de R$ 500 mil e a rentabilidade dos últimos 12 meses.
“É importante ressaltar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”, lembra ela.
Além disso, vale esclarecer os cálculos consideram somente o Imposto de Renda na alíquota de um ano, que é 20%. Não foram considerados os custos de aplicações, ok?
Quanto rendem R$ 500 mil em investimentos com retorno mensal
Rentabilidade 12 meses(*) | Rentabilidade mensal média(*) | IR 20% | tipo | Rentabilidade mensal R$ 500 mil | |
Poupança | 8,33% | 0,67% | 0,67% | pós | R$ 3.350,00 |
Tesouro IPCA+ | 10,67% | 0,85% | 0,68% | híbrido | R$ 3.400,00 |
Fundos Renda Fixa – baixo risco | 12,2% | 0,96% | 0,77% | pré e pós | R$ 3.840,00 |
Tesouro Prefixado | 12,42 | 0,98% | 0,78% | pré | R$ 3.920,00 |
CDB 100% CDI | 13,4% | 1,05% | 0,84% | pós | R$ 4.200,00 |
Tesouro Selic | 13,45% | 1,06% | 0,85% | pós | R$ 4.240,00 |
Debêntures incentivadas IPCA+ | 11,54% | 0,91% | 0,91% | híbrido | R$ 4.550,00 |
CRA IPCA+ | 11,55% | 0,91% | 0,91% | híbrido | R$ 4.550,00 |
CRI IPCA+ | 11,85% | 0,94% | 0,94% | híbrido | R$ 4.700,00 |
Fundo Imobiliários | 12,35% | 0,97% | 0,97% | variável | R$ 4.850,00 |
LCI e LCA 90%CDI | 12,06% | 1,01% | 1,01% | pós | R$ 5.050,00 |
Fontes
*bcb.gov.br
** Clube FII (dividend yield IFIX)
*** BB, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander
****Anbima
Qual investimento rende mais por mês?
Enfim, vamos às conclusões. “A tabela indica que o melhor investimento em rentabilidade foi LCI e LCA”, diz ela.
Mas tem um detalhe: a conclusão vale para quem não tem necessidade de fazer retiradas mensais. Lembra que, como dissemos anteriormente, LCIs e LCAs nem sempre oferecem liquidez e geralmente têm prazo de carência?
“Caso tenha necessidade de resgatar mensalmente, o melhor em relação a risco e retorno é o Tesouro Selic”, diz ela.
Diversificar é sempre uma boa ideia
Antes de mais nada, porém, por questões de risco, Valeria acredita que seja importante diversificar, sempre avaliando o perfil do investidor, tolerância e entendimento sobre os riscos e comportamento do investimento diante do cenário econômico atual.
Lembrando que o FGC garante até R$ 250 mil, ela considera que o investidor possa dividir aplicação em instituições diferentes.
Dessa forma, por exemplo:
- R$ 180 mil (36%);
- R$ 180 mil (36%);
- R$ 140 mil (28%)
Quanto você tem que investir para ter uma renda mensal
Para saber quanto investir para ter uma renda mensal, você precisa fazer contas. Tudo começa pelo tamanho da sua necessidade. Se, nesta conta, você incluir seus sonhos, o cenário pode mudar bastante.
Só para você ter uma ideia, Valéria Vieira fez uma conta rápida. “Para ter uma renda mensal de R$ 4.500 líquidos, por exemplo, é necessário que os investimentos da carteira rendam 1% líquido ao mês sobre o capital de R$ 450 mil”, diz ela.
E vale lembrar que se você não fizer resgates mensais terá uma rentabilidade maior, porque os juros renderão sobre o rendimento bruto.
Como escolher o melhor investimento?
Antes de mais nada, a especialista afirma que as escolhas de investimentos devem ser pautadas pela tolerância ao risco e o objetivo do investidor.
Ou seja, não existe fórmula pronta.
Alguns pontos de atenção, no entanto, são:
- Comparar a rentabilidade com e sem resgates mensais;
- Acompanhar a oscilação do valor aplicado para (sempre que possível) fazer resgates sem perda de capital. Isso porque, em alguns casos, pode acontecer de você resgatar um valor menor do que foi investido. “Alguns investimentos com esta característica já demonstraram na carteira a oscilação do seu valor devido sua precificação de mercado”, diz ela.
- Ao mesmo tempo, é preciso verificar custos e encargos para manter o investimento em cada instituição;
- Levar em consideração a facilidade que a instituição liquida sua aplicação em caso de resgate antecipado.
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