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LFTS11: vale a pena investir no ETF que replica o Tesouro Selic?
Com o foco na renda fixa, que está em alta com a Selic a 13,75% ao ano, muitos investidores têm dúvidas sobre como diversificar os investimentos sem correr tantos riscos. De olho nesse mercado, a gestora Investo lançou, em novembro de 2022, o primeiro ETF (fundo de índice) que replica uma carteira de títulos públicos do tipo Tesouro Selic, o LFTS11.
Mas para que tipo de investidor se destina esse fundo? E quais são suas vantagens em relação a outros produtos de renda fixa? A seguir, saiba mais sobre o LFTS11 e veja se ele é para você.
O que é e como funciona o LFTS11?
Os ETFs de renda fixa são fundos de investimentos negociados na bolsa com o objetivo de replicar as variações e a rentabilidade de índices de renda fixa. Lançado em novembro de 2022, o LFTS11, criado pela gestora Investo, é o primeiro ETF (fundo de índice) que replica uma carteira de títulos públicos do tipo Tesouro Selic.
De acordo com a Investo, “o ETF LFTS11 (índice Teva Tesouro Selic) é um fundo de índice listado na B3 que acompanha a performance de títulos públicos pós fixados ligados a Selic”. O índice, conforme a gestora, é composto por títulos Tesouro Selic com prazo acima de dois anos e que possuem performance aderente ao índice DI.
Diferença entre aplicar no LFTS11 e diretamente no Tesouro Selic
Como o LFTS11 investe em mais de um título, trata-se de uma boa oportunidade de diversificar sua carteira de renda fixa com apenas um único produto. O objetivo do fundo não é vencer o mercado, mas, sim, acompanhar o seu desempenho médio em termos de rentabilidade.
Taxa de administração
A taxa de administração do LFTS11 é de 0,19% ao ano. Sendo assim, é mais caro que os CDBs de grandes bancos, os fundos Tesouro Selic de taxa zero e as aplicações de até R$ 10 mil em Tesouro Selic via Tesouro Direto, que não cobram taxa alguma.
A taxa, entretanto, é inferior à de 0,20% ao ano cobrada pelo Tesouro Direto para os valores aplicados que excedem os R$ 10 mil.
Por fim, vale ressaltar que o LFTS11 não tem o famoso “come-cotas” – a cobrança semestral do Imposto de Renda na fonte realizada nos meses de maio e novembro nos fundos de renda fixa.
Para quem é o LFTS11?
O fundo é mais uma alternativa para as pessoas físicas que estão construindo uma reserva de emergência ou não sabem quando precisarão do dinheiro, devido à combinação entre alta liquidez e baixo custo.
Em comparação a outras opções indicadas para isso, como títulos atrelados à Selic do Tesouro Direto, CDBs com rendimento de 100% do CDI e fundos DI com taxa zero, ele tem desvantagens e vantagens.
Vantagens do LFTS11
As maiores vantagens são tributárias. O indicador do ETF acompanha apenas títulos públicos atrelados à Selic com prazo de vencimento acima de 720 dias, ou seja, dois anos.
Os títulos públicos atrelados à Selic ou ao CDI estão sujeitos a tributação do Imposto de Renda pela tabela regressiva, que estabelece uma alíquota de 22,5% a 15%, conforme o período do investimento. Quanto maior esse período, menor a alíquota. Para resgates de papéis com prazo de vencimento acima de 720 dias, a alíquota é a menor, de 15%, caso do LFTS11.
Prós do LFTS11:
- Diversificação: não é necessário comprar cada produto de renda fixa separado no mercado. Uma única cota já proporciona uma carteira diversificada;
- Taxa de administração: normalmente os ETFs têm taxas de administração menores que os tradicionais fundos de renda fixa;
- Facilidade: o investidor consegue comprar e vender cotas como as ações em um mercado com liquidez com crédito no dia útil seguinte (D+1);
- Valor inicial: as cotas dos ETFs são negociadas em valores acessíveis na Bolsa. O investimento inicial mínimo do LFTS11 fica em torno de R$ 100;
- Praticidade: é fácil acompanhar as mudanças na composição ou proporção dos produtos na carteira de um ETF;
- Não há vencimento: o investidor pode ser cotista pelo tempo que desejar.
Desvantagens do LFTS11
Uma desvantagem do LFTS11 é que a liquidez é de D+1, e não diária. Isso indica que demora um dia útil para o dinheiro resgatado cair na conta do investidor.
E não há cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
Também há oscilações de preços nas cotas, negociadas como produtos de renda variável.
E o IR deve ser recolhido pela própria pessoa caso venda suas cotas com lucro, ou seja, o imposto não é retido na fonte.
Como investir em LFTS11?
Primeiramente, para investir em um ETF, é necessário abrir uma conta em uma corretora de valores para ter acesso ao home broker. O LFTS11 não é oferecido entre as opções dos chamados fundos de prateleira da instituição financeira. Nesse sentido, ele deve ser adquirido na Bolsa, como se fosse uma ação.
Por conseguinte, quando quiser resgatar o dinheiro, você deverá vender cotas na bolsa, também pelo home broker. Sendo assim, pensando no ponto de vista operacional, investir no LFTS11 é bem diferente do que aplicar em um fundo de renda fixa aberto em plataforma.
Vale a pena investir em LFTS11?
Na hora de decidir se vale a pena investir em LFTS11, é preciso se atentar a vários fatores, entre eles, rentabilidade, liquidez e tributação.
Tributação
O fundo permite aos investidores a tributação mais baixa, independentemente do prazo de manutenção do investimento. Além disso, o investidor não paga Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cobrado nos títulos atrelados à Selic ou ao CDI se a aplicação for por um período de até 30 dias.
É bom lembrar, entretanto, que existem títulos atrelados ao CDI isentos de Imposto de Renda, como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Contudo, é comum que esses papéis possam ser resgatados apenas depois de um determinado período.
Ademais, a taxa de administração do LFTS11 é de 0,19% ao ano, abaixo da taxa de custódia paga pelas pessoas físicas quando investem acima de R$ 10 mil em títulos atrelados à Selic no Tesouro Direto, de 0,20% ao ano. Contudo, comprando diretamente no Tesouro Direto, a taxa é zero para investir até R$ 10 mil nesses papéis.
Rentabilidade
Pensando na rentabilidade do LFTS11, vale se atentar ao prazo da aplicação. Sendo assim, para investimentos com prazo superior a 720 dias, o efeito positivo da tributação diferenciada do fundo perde efeito. Isso ocorre porque os demais produtos de renda fixa, que possuem tributação regressiva, apresentarão a mesma alíquota de Imposto de Renda.
Liquidez
A liquidez pode ser considerada o ponto mais fraco do LFTS11, sobretudo quando estivermos falando de uma estratégia de reserva de emergência. Ela pode ser considerada diária, entretanto, por se tratar de um ETF, ela não é imediata.
A liquidação ocorre apenas no dia seguinte à venda da cota (D+1), ou seja, se você vende a cota hoje, só terá acesso ao dinheiro no dia seguinte.
Por outro lado, as demais aplicações comparáveis têm liquidez diária e imediata. Os CDBs de liquidez diária, o Tesouro Direto e os fundos Tesouro Selic de taxa zero têm liquidação em D+0. Em outras palavras, você resgata e recebe o dinheiro no mesmo dia, desde que tenha pedido o resgate com o mercado aberto.
Em relação a uma eventual dificuldade de encontrar compradores para as cotas do LFTS11 na bolsa, o fundo conta com um formador de mercado (o BTG Pactual), que garante o “preço justo” de negociação quando os investidores vendem suas cotas. Mas é necessário que eles o façam dentro do horário de negociação de renda fixa na B3, entre 10h e 17 horas.
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