- Home
- Onde investir
- Investimentos
- Entenda por que agora é o melhor momento para compor a carteira com ativos de risco
Entenda por que agora é o melhor momento para compor a carteira com ativos de risco
Enquanto os estrangeiros já compraram liquidamente quase R$ 90 bilhões no mercado de ações à vista neste ano, até o dia 28, a pessoa física sacou R$ 24,29 bilhões. Só que é justamente em períodos de maior aversão a perdas, quando o investidor se retrai e vai em massa para a renda fixa, que pode ser o melhor momento para compor a carteira com ativos de maior risco, segundo Fernando Lovisotto, executivo-chefe de investimentos da Vinci Partners.
Lovisotto vê neste início de 2022 um cenário similar ao de 2016, com recuperação de preços de commodities empurrando a pauta de exportações e o Brasil se beneficiando do fluxo externo.
Com o rápido ajuste da política monetária e o ciclo de aumento de juros agora perto do fim, “a correlação de commodities com o real voltou a funcionar, é algo que havia se perdido entre 2020 e 2021”, afirma Lovisotto.
Ele afirma que é hora de rebalancear o portfólio, aumentar a proporção dos ativos que caíram, ao nível estrutural. “Acho que é bom o nível de oportunidade para o nível de retorno.” O especialista espera que o fluxo estrangeiro tenha vida longa, já que o número de emergentes investíveis foi reduzido com o conflito Rússia/Ucrânia e dúvidas em relação à China e à Índia, cita. “Mas tem volatilidade, [o investidor] vai passar por alguns momentos turbulentos no caminho: tem eleição e a gente não sabe o desfecho da guerra.”
O especialista vê potencial para praticamente todas as classes locais, entre estratégias ligadas a juro real e nominal, ações e multimercados, que voltaram a ter no primeiro trimestre bom desempenho. Para Lovisotto, essa é uma janela que se estende por 24 meses.
“Os gestores estão ganhando no geral com posições em juros americanos subindo, em juros locais, na bolsa e na moeda”, descreve. Ele acha que ainda tem muito prêmio ao longo dos vencimentos de títulos de dívida pública e contratos futuros, com juro real de até 7%, o que tem chamado também a atenção do capital externo.
Na bolsa, se num primeiro momento o fluxo tem privilegiado ações de fabricantes de matérias primas, é de se esperar que, com o fim do processo de alta de juros, papéis ligados ao ciclo doméstico tenham bom desempenho, acrescenta Lovisotto. Março talvez já tenha sido um indício desse movimento, com o índice de “small caps”, de papéis de menor capitalização na B3, subindo quase 10%.
Já a parcela da carteira ligada a ativos internacionais, a indicação do executivo da Vinci é não ampliar o que o investidor tem hoje, apenas manter, já que é uma classe que cumpre o seu papel na diversificação.
Leia a seguir