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Quais ativos estão na mira dos gestores e quais geram mais pessimismo?
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Todas as previsões estão cautelosas
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No item que diz respeito à Bolsa, houve uma drástica redução de otimismo
As previsões para os ativos estão cautelosas. Pelo menos foi isso que mostrou o levantamento “Termômetro de Mercado”, feito pelo grupo Modalmais. O objetivo do estudo é medir a percepção dos gestores para 33 ativos, separados pelas categorias: “Bolsa”, “juros e inflação”, “crédito” e “outros”. Com base no cenário atual, os participantes elencaram os itens numa escala de 0 a 5, em que 0 representa muito pessimista e 5 muito otimista.
Bolsa de Valores: redução de otimismo
No item que diz respeito à Bolsa, houve uma drástica redução de otimismo. Na pesquisa de janeiro deste ano, 45% dos gestores mostravam-se otimistas ou muito otimistas com o Ibovespa. Agora, apenas 17% disseram-se otimistas, contra 43% de pessimistas. Segundo o Modalmais, o resultado mostra “quase uma inversão completa de expectativas”.
Ainda de acordo com a corretora, a piora das expectativas do grupo pode ser atribuída a uma série de fatores, em especial: aversão ao risco em função da guerra entre Rússia e Ucrânia, novos surtos de covid-19 na China, que causam efeitos sobre a cadeia global de suprimentos, e as possíveis novas altas nos juros do Brasil e dos Estados Unidos.
“É curioso destacar também a ausência de expectativas extremistas, tanto muito pessimistas quanto muito otimistas. Este quadro, por seu turno, sugere menor convicção dos gestores para com os desdobramentos futuros dos eventos acima, o que pode, de algum modo, ser refletido em posições menores”, afirma o Modalmais no documento.
O Modalmais ainda questionou a visão dos gestores para 11 setores da bolsa: materiais básicos; financeiro; petróleo, gás e biocombustíveis; comunicações; saúde; utilidade pública; consumo cíclico; bens industriais; consumo não cíclico e tecnologia da informação.
Setores para investir na Bolsa
Os setores em que os gestores se mostraram mais otimistas foram os de materiais básicos; financeiro; petróleo; gás e biocombustíveis.
Em materiais básicos, 43% dos participantes mostram-se otimistas ou muito otimistas, contra 43% neutros e 14% pessimistas. As principais justificativas para isso são a manutenção dos preços em patamares elevados por mais alguns anos.
Quanto ao setor financeiro, 54% mostram-se otimistas, já que esses ativos tendem a navegar bem em ambientes de juros mais elevados como o cenário atual. Já 31% se disseram pessimistas e 15% neutros.
Em petróleo, gás e biocombustíveis, 71% mostram-se otimistas ou muito otimistas, contra 21% neutros e 7% pessimistas. A principal razão para isso é o conflito entre Rússia e Ucrânia, que deve elevar o preço das commodities.
Em comunicações, 42% mostram-se otimistas, contra 50% neutros e 8% pessimistas.
Em saúde, 46% se disseram otimistas e ou muito otimistas, enquanto 23% estavam neutros e 31% pessimistas.
Em Utilidade Pública, 38% se disseram otimistas ou muito otimistas, contra 54% neutros e 8% pessimistas.
Em consumo cíclico, apenas 14% se disseram otimistas, contra 43% neutros e 43% pessimistas ou muito pessimistas.
Em bens industriais, 23% mostraram otimismo, ante 46% neutros e 31% pessimistas ou muito pessimistas.
“Nos setores de saúde, utilidade pública, consumo cíclico e bens industriais é possível observar dispersões significativas entre os cenários. Cabe ressaltar que empresas de consumo cíclico são altamente impactadas por crises econômicas ou de abastecimento de matéria prima em virtude do grau de industrialização”, afirma o Modalmais.
Em consumo não cíclico, 25% se disseram otimistas. Por outro lado, 25% se disseram pessimistas e 50% apontaram uma posição neutra.
Já em tecnologia da informação, 31% se disseram otimistas, contra 38% pessimistas e 31% neutros.
Renda fixa pós-fixada e prefixada: o que vale a pena?
A pesquisa também mapeou as expectativas dos gestores para os títulos de renda fixa pós-fixados (de curto, médio e longo prazo) e aos títulos prefixados (também de curto, médio e longo prazo).
Pós-fixados (curto prazo)
A maioria dos gestores se mostrou neutra quanto a esses títulos. Foram 56% nessa posição, contra 6% pessimistas e 39% otimistas ou muito otimistas.
Pós-fixados (médio prazo)
Em relação aos títulos de médio prazo, 53% se disseram neutros, contra 29% otimistas e 18% pessimistas.
Pós-fixados (longo prazo)
No caso dos títulos pós-fixados de longo prazo, 53% se disseram neutros, contra 29% otimistas e 18% pessimistas.
Prefixados (curto prazo)
Neste caso, 38% dos gestores se disseram pessimistas, contra 33% neutros e 29% otimistas.
Prefixados (médio prazo)
Nos títulos prefixados de médio prazo, 52% mostraram-se otimistas, contra 22% neutros e 26% pessimistas.
Prefixados (longo prazo)
Neste caso, 48% dos respondentes se disseram otimistas, contra 29% neutros e 24% pessimistas.
Inflação gera pessimismo
Com a inflação crescente no Brasil, o pessimismo seguiu representado por 59% dos participantes da pesquisa. Por outro lado, o fato de 18% mostrar-se otimista no curto prazo foi tido como “surpreendente” pelo banco.
Inflação (curto prazo)
Neste caso, 59% se disseram muito pessimistas ou pessimistas, contra 23% neutros e 18% otimistas.
Inflação (médio prazo)
No caso dos títulos de médio prazo, 43% se disseram otimistas, contra 30% neutros e 26% pessimistas.
Inflação (longo prazo)
Neste caso, 52% se disseram otimistas, contra 43% neutros e apenas 5% pessimistas.
Fique de olho no crédito privado
O Modalmais também avaliou a percepção dos gestores em relação aos títulos de crédito privado. O banco afirma ter percebido um otimismo no subgrupo Crédito High Grade, que está em linha com a alta da Selic por aqui.
Crédito High Grade
Nesta categoria, 50% dos gestores se mostraram otimistas ou muito otimistas, enquanto 50% se disseram neutros.
Crédito High Yield
Em relação ao crédito high yield, 38% se disseram otimistas ou muito otimistas, contra 36% neutros e 27% pessimistas.
Debêntures incentivadas
No caso das debêntures incentivadas, 60% se mostraram otimistas ou muito otimistas, contra 40% neutros.
Créditos bancários
Nos títulos de crédito bancário, 30% se mostraram otimistas, contra 60% neutros e 10% pessimistas.
Moedas e Bolsa americana
A pesquisa ainda mapeou as expectativas para o real, dólar e ouro, além do índice da Bolsa americana S&P 500 e dos juros nos EUA.
Real
Em relação à moeda brasileira, 67% se disseram muito otimistas ou otimistas, contra 17% se mostraram neutros e outros 17%, pessimistas. “No que tange ao real, o grau de otimismo é razoável tanto em função do diferencial de juros brasileiros frente a outras economias, quanto pelas exportações brasileiras terem sido impulsionadas mais fortemente com a guerra Rússia e Ucrânia”, afirma o Modalmais.
Dólar
Em relação à moeda norte-americana, 45% dos respondentes se disse otimista, contra 41% neutros e 14% pessimistas. Isso se deve, segundo o Modalmais, à sinalização do Fed de novas elevações nos juros norte-americanos, o que tem levado investidores do mundo todo a buscarem ativos de menor risco.
Juros EUA
Em relação aos juros nos Estados Unidos, 9% estão otimistas, contra 27% neutros e 63% pessimistas.
S&P
No que se refere ao índice S&P, o elevado grau de pessimismo entre os gestores surpreendeu. 68% dos entrevistados se disseram pessimistas ou muito pessimistas contra 32% neutros. “Este resultado parece refletir a reação do mercado ante às comunicações do FOMC com relação à velocidade de aumento dos juros americanos, acarretando tendências predominantemente negativas para o mercado acionário”, afirma a gestora Canvas, ouvida pelo Modalmais.
Ouro
O otimismo em relação ao ouro foi de 50%, contra 39% de respostas neutras e 12% pessimistas. Segundo o Modalmais, isso pode ser explicado por um mercado mais volátil e à persistente inflação, que leva a uma maior demanda pelo metal.
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