O Produto Interno Bruto (PIB) registrou desempenho negativo pelo segundo trimestre consecutivo, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Com isso, o país entrou em um quadro conhecido como “recessão técnica”. Mas afinal de contas, o que é uma recessão técnica? E como isso afeta a sua vida?
Por convenção, dois trimestres seguidos de queda no PIB são chamados de recessão técnica. No caso do Brasil, a economia recuou 0,4% entre abril e junho e 0,1% entre julho e setembro. Em geral, isso não é suficiente para atestar que a economia está encolhendo. Mas é um forte indício de que a economia está caminhando para um cenário de deterioração econômica.
Na prática, economistas avaliam que indicadores mais amplos, como emprego, produção das empresas, atividade dos serviços, e os ciclos da economia qualificam melhor quando um país entra em períodos recessivos ou de expansão.
No Brasil, o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas, o Codace, faz essa avaliação. O Codace segue parâmetros parecidos com os do National Bureau of Economic Research, que é a referência para o PIB americano.
E, na avaliação do Codace, o Brasil está em recessão desde março de 2020.
Na real, o país está gerando menos emprego, renda e qualidade de vida. Para as empresas, os negócios estão patinando. Em entrevista ao O Globo, Claudio Considera, pesquisador associado da FGV IBRE, disse que ainda que o PIB encerre este ano com expansão de 4,78%, como preveem os analistas do mercado, segundo o último boletim Focus do Banco Central, o saldo para a economia não é positivo.
Isso porque, em 2020, o país recuou 4,1%. Ou seja, no fim das contas, o crescimento seria de apenas 0,68%. “Aí você compara com o crescimento da população, que foi de 0,9%, e percebe que na verdade o PIB per capita está em queda”, disse ao O Globo o economista.