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13 comportamentos que podem afetar suas decisões de investimentos
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Muitos dos seus atos podem ser explicados pelas finanças comportamentais
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Conhecer os vieses do investidor é essencial para entender os seus limites
Quando a ação que você comprou começa a cair o dedo chega a coçar de vontade de apertar a ordem de venda no home broker? Está todo mundo comprando aquela criptomoeda e você tem certeza de que se ficar de fora perderá uma grande oportunidade? Nada disso é aleatório e pode ser explicado pelas finanças comportamentais, um campo da economia que estuda como os vieses psicológicos afetam as condutas financeiras dos investidores. Ao identificar esses vieses, é possível evitar cair nessas armadilhas do cérebro.
“Conhecer os vieses do investidor é essencial para entender os seus limites, as suas possibilidades e como melhorar a sua negociação. Além disso, conhecer as forças coletivas nos mercados lhe traz vantagens”, afirma Kelly Possebon, chefe da área educacional da Ativa Investimentos, que escreveu um e-book sobre finanças comportamentais.
Nele, Possebon elenca 13 dos 180 vieses comportamentais já catalogados em estudos e que têm maior potencial de interferir nas decisões de investimentos, especialmente em operações de curto prazo, como os day trades.
Os 13 principais vieses que podem afetar decisões de investimentos
Veja abaixo a lista de itens que podem atrapalhar suas decisões de investimento e, na medida do possível e conforme seu perfil de investidor e investidora, desvie deles:
1. Aversão à perda
O sofrimento em decorrência da perda é sempre maior que a emoção do lucro, explica a especialista em finanças comportamentais. Como resultado, os investidores tendem a manter os ativos perdedores em seus portfólios ou até mesmo dobrar suas posições com a esperança de pelo menos empatar novamente, muitas vezes assumindo riscos demais.
Assim, podem se apegar aos ativos com prejuízo por tempo demais e se desfazer de aplicações lucrativas muito cedo. Para evitar esse tipo de decisão emocional, Possebon aconselha que o investidor use uma ordem de limite, que venderá automaticamente a ação quando atingir seu preço-alvo. “Você nem terá que ver a ação subir e descer. Você receberá um aviso quando seu pedido de venda for feito”, diz.
2. Fear Of Missing Out – FOMO (medo de ficar de fora, de estar perdendo algo)
O FOMO é muito parecido com o comportamento de manada. É o receio de estar perdendo uma oportunidade que pode render muito dinheiro — ou pelo menos é o que o investidor vê nas redes sociais, por exemplo.
“Como resultado, os investidores que não querem ser ‘deixados para trás’ podem ter uma resposta emocional que os força a sair de seu processo normal de tomada de decisão de investimento. Um investidor pode ser influenciado a entrar prematuramente em posições fora de sua estratégia definida e perfil ou manter posições existentes por mais tempo do que pretendia”, explica Possebon em seu e-book.
Esse viés está entre as principais causas de euforia no mercado de ações e também se faz muito presente no mercado de criptoativos.
3. Viés de otimismo/pessimismo
Esse é uma montanha russa de emoções. Se o investidor acerta um movimento de mercado e lucra, a sensação é incrível. Se teve algum prejuízo, se sente péssimo. E esses abalos morais não são saudáveis para tomadas de decisão, especialmente as mais rápidas.
Daniel Kahneman, vencedor do prêmio Nobel de Economia de 2002 e autor do livro “Rápido e Devagar – Duas Formas de Pensar”, sugere ter uma visão externa sobre as alternativas de escolha, o que significa avaliar como se estivesse olhando para as chances de outra pessoa.
Para evitar o viés da negatividade, Possebon explica que primeiro é preciso entender o viés e reconhecer como ele pode se desenvolver no pensamento e influenciar na tomada de decisão. Com esse entendimento é possível focar nos momentos positivos, dando maior ênfase a eles, já que o cérebro humano tende a se fixar mais nos acontecimentos negativos.
4. O excesso de confiança
Confiar demais no seu taco também pode ser um problema. “Muitos investidores acreditam que podem cronometrar o mercado de forma consistente, mas, na realidade, há uma quantidade esmagadora de evidências que provam o contrário. O excesso de confiança resulta em negociações em excesso, com os custos de negociação prejudicando os lucros”, afirma Possebon.
5. Medo do arrependimento
“Diante da perspectiva de vender uma ação, os investidores ficam emocionalmente afetados pelo preço que compraram a ação. Assim, evitam vendê-la como forma de evitar o arrependimento de ter feito um mau investimento, bem como o constrangimento de relatar um prejuízo. Todos nós odiamos estar errados, não é?”, resume a especialista.
6. Viés de autosserviço
Este é o hábito de levar crédito por resultados positivos, mas culpar os outros quando o resultado é negativo. “Além disso, julgamos a qualidade da decisão sobre o resultado, o que, é claro, está errado. Boas decisões muitas vezes levam a resultados ruins, e um bom resultado pode ser fruto de uma decisão ruim. Os mercados são muito mais aleatórios do que pensamos. Pense em probabilidades”, sugere a especialista.
7. Ancoragem do preço de um ativo
A maioria dos investidores tende a se concentrar em certos tipos de informação e ignorar outras, prejudicando a análise do cenário como um todo. “Ancoramos o preço das ações e esperamos que elas caiam para um nível anterior – que talvez nunca venha ocorrer. Ancorar muitas vezes leva ao viés Martingale: para baixar o preço do custo, você ‘dobra’. Infelizmente, o mercado não tem memória, então, não se importará com o seu preço de custo”, diz Possebon.
8. Viés de confirmação
A especialista explica que o viés de confirmação incentiva os investidores a permanecerem preocupados com seus próprios preconceitos e a permanecerem em suas zonas de conforto. Como resultado, novas estratégias, produtos e oportunidades de investimento podem ser facilmente perdidos num mar de crenças. “Seja lá o que você faz na vida, é importante sempre questionar suas crenças. Ao recebermos evidências e pensamentos conflitantes, melhoramos a curva de aprendizado”, diz Possebon.
9. Falácia do jogador
Nesse viés, os investidores tendem a manter os ativos que se desvalorizaram e a vender os que se valorizaram. Por exemplo, eles podem ver o aumento contínuo do valor de uma ação como uma indicação de que ela irá quebrar em breve, decidindo, portanto, vender, conforme explica a especialista. “Os dois [movimentos] não estão necessariamente relacionados. A trajetória de preços passada por si só não determina sua trajetória futura”, alerta Possebon.
10. Efeito Bandwagon ou efeito manada
Esse é muito parecido com o “efeito manada”. O efeito Bandwagon é sobre adotar determinados comportamentos ou crenças apenas porque muitas outras pessoas fazem a mesma coisa. A principal preocupação é que ele pode anular o pensamento crítico individual que muitas vezes é usado para tomar boas decisões.
Para evitar ser levado pelo rebanho, é importante desacelerar o processo de decisão para dar espaço para o pensamento crítico. Além disso, afastar-se do ambiente de pressão e considerar as opções alternativas disponíveis, mesmo que elas vão contra a maré da opinião da maioria.
11. Viés de familiaridade
Rentabilidade passada não garante ganhos futuros: esse é o mantra que especialistas do mercado financeiro não se cansam de repetir. Apesar disso, é comum que uma experiência positiva no passado possa parecer menos arriscada para o futuro.
12. Viés de retrospectiva
Depois que algo aconteceu, por mais imprevisível que fosse, é fácil dizer “eu já sabia”. Esse é o viés de retrospectiva. É como analisar dados do mercado no passado e achar que pode prever os próximos acontecimentos. Para evitar cair nesse viés, a especialista orienta anotar o raciocínio antes de tomar uma decisão. “Você vai se surpreender que a maioria das coisas não são tão evidentes quanto pareciam”, explica.
13. Viés de sobrevivência
Esse viés trata da superestimação das chances de sucesso ao chegar a conclusões com informações incompletas sobre determinado tema. “Em amostras vencedoras, você só olhará para as ações que até agora sobreviveram, ignorando, por exemplo, as que tiveram fraco desempenho ou até falência”, explica.
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