- Home
- Finanças
- Planejamento financeiro
- Quer ser CFO? Saiba o que é preciso dominar para chegar ao cargo
Quer ser CFO? Saiba o que é preciso dominar para chegar ao cargo
-
A multidisciplinaridade é marca registrada na rotina desses profissionais
-
Sem construir relacionamentos produtivos, um profissional não consegue ser um bom CFO
Entre e-mails, reuniões e revisões de planilhas, um diretor financeiro é o responsável pela administração do dinheiro de uma empresa. Esta definição, porém, é básica e o cargo vem ganhando cada vez mais atribuições e complexidades.
Ainda que chegar a posição de CFO (Chief Financial Officer) seja difícil, quem é do setor garante que vale a pena. “Sou suspeita para falar da área porque adoro o que faço”, afirma Carla Santello, CFO da Kellogg’s para a América Latina.
Como se tornar um CFO?
Para se tornar CFO, Santello foi trainee na General Motors, controller na Johnson & Johnson, entre outros. Mas não há um único caminho para se tornar diretora financeira, já que a área de Finanças é diversa e envolve várias disciplinas, como tesouraria, contabilidade e relações com investidores.
Quem são os CFOs?
Pensando nisso, a Assetz, consultoria de recrutamento e seleção especializada em líderes de finanças, fez uma pesquisa em parceria com o Insper para mapear a jornada dos CFOs no Brasil.
O levantamento ouviu 92 CFOs de empresas com faturamento anual divulgado acima de R$ 1 bilhão e descobriu que, em média, esses profissionais têm 48 anos de idade, 25 anos de experiência em finanças e foram promovidos a CFO pela primeira vez aos 40 anos.
Felipe Brunieri, sócio-fundador da Assetz, afirma que a empresa conduziu a pesquisa para ajudar quem deseja ser diretor financeiro. “Se a gente entender qual a trajetória dos CFOs, conseguimos auxiliar quem quer chegar lá a continuar se desenvolvendo”, diz.
Como se tornar um CFO
As décadas de experiência que diretores geralmente têm são repletas de aprendizados técnicos. Esta é uma das características mais marcantes da profissão, já que a área tem muitas disciplinas e quem está liderando equipes precisa ter ao menos noções básicas dos setores para conseguir extrair os melhores resultados dos times.
“CFOs entendem os números da empresa, o negócio da companhia e o que está acontecendo no mercado para relatar a investidores o que está acontecendo, não dá para não ter conhecimento em áreas como contabilidade, análise financeira e impostos”, afirma Arthur Azevedo, mentor de Carreira em Finanças da Assetz e ex-CFO de Whirpool, Cacau Show e Transpetro.
Para adquirir conhecimento nas áreas que um CFO precisa dominar, o passo inicial pode variar entre os profissionais. A maioria dos diretores ouvidos pela Assetz e Insper é formada em Administração de Empresas, mas outros cursos também aparecem com força na lista.
CFO precisa ser multidisciplinar
A multidisciplinaridade também é marca registrada na rotina de CFOs. Esses profissionais precisam entender como funciona o negócio para sugerir cortes de despesas ou mais investimento em alguma área, por exemplo.
Por acumular conhecimento em outras áreas, acabam assumindo outros setores que dão suporte aos negócios. O levantamento da Assetz mostra que 84% dos diretores financeiros têm debaixo de seus guarda-chuvas outras áreas além de Finanças.
CFO precisa permanecer no mesmo emprego
Outra característica da carreira em finanças é o tempo de permanência em uma empresa. Diferente do observado no mercado de tecnologia, onde a rotatividade é muito grande por causa da demanda por mão de obra, os profissionais de finanças tendem a ficar mais tempo nas companhias porque ele desempenha funções que exigem tempo para serem cumpridas.
“Um tesoureiro precisa de tempo para se relacionar com o banco, para fazer estruturação de dívida e conseguir empréstimos. Da mesma forma, um contador só terá experiência em fechamento contábil anual se tiver tempo na empresa para ter essa vivência”, diz Guilherme Malfi, sócio-fundador da Assetz.
Habilidades comportamentais de um CFO
Mas nem só de conhecimento técnico se faz um CFO e o esteriótipo de um profissional duro, que só olha para números já morreu.
Hoje, esses profissionais precisam encontrar a melhor forma de se comunicar com as outras áreas, traduzindo a linguagem técnica das planilhas e saber liderar para que sua área tenha o melhor desempenho possível.
“Sem construir relacionamentos saudáveis e produtivos, um profissional não consegue ser um bom CFO”, afirma Azevedo. Ele ainda elenca inteligência emocional e saber ouvir as pessoas como habilidades fundamentais para a função.
Carla Santello também cita inteligência emocional, mas destaca a resiliência entre as habilidades comportamentais mais importantes: “essencial para atuar em países voláteis como o Brasil”.
Leia a seguir