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Consórcio ou financiamento: qual é a melhor opção na hora de comprar um imóvel?
Comprar um imóvel continua sendo o sonho de muitos brasileiros. E para isso, claro, é preciso planejamento. Inclusive, dentro dessa organização é necessário entender qual é a melhor forma de adquirir a casa própria: por consórcio ou financiamento.
Desse modo, nós da Inteligência Financeira, conversamos com especialistas que trouxeram as vantagens e desvantagens desses modelos de compra de imóveis.
O que é o consórcio?
Mas antes vamos explicar como funciona o consórcio. De acordo com Fernando Sacramento, CFO da Apê11, o consórcio é uma alternativa para quem busca comprar imóvel e não possui todo o recurso para a compra à vista.
“Ao adquirir um consórcio, a pessoa passa a participar de um grupo, tendo direito a uma cota desse coletivo. A cota corresponde ao valor previamente informado e contratado. Após a contratação, então, a pessoa passa a pagar as mensalidades, e com isso, se torna elegível a ser contemplado (pegar a carta de crédito) por meio de lance ou sorteio. Uma vez contemplada, o cotista tem acesso a carta de crédito para utilizar como pagamento do imóvel”, conta.
Sacramento levanta outro ponto bastante relevante. “Os grupos do consórcio possuem valores e composições diferentes. Por isso, é muito importante entender o que está sendo oferecido, regras, entre outros detalhes.”
E o financiamento, como funciona?
Considerado mais tradicional, no financimaneto você entra em contato com uma instituição financeira, que irá avaliar o seu poder de compra em relação ao valor da casa que pretende adquirir.
Feito isso, na sequência, é preciso ter de 10% a 20% do valor do imóvel para dar de entrada no financiamento. E, aí, todos os meses, você passa a pagar as parcelas do contrato.
O que vale mais a pena: consórcio ou financiamento?
Então, com essas explicações em mente, vale saber que, claro, a decisão sobre participar de um consórcio ou fazer um financiamento deve ser analisada de acordo com a sua atual situação financeira.
“Afinal de contas, no financiamento, por exemplo, você recebe o imóvel e assume o pagamento das parcelas com os juros e encargos. Além disso, você recebe a posse do imóvel, mas a propriedade é de quem financiou a compra. Ou seja, tecnicamente, o banco é dono do imóvel até que o financiamento seja completamente pago”, explica Aline Soaper, educadora financeira.
Já no consórcio, você faz uma compra programada. E o que isso quer dizer? Que você se compromete a pagar uma parcela fixa mensal, e ao final do período, tem a garantia de receber o valor correspondente para comprar o imóvel. “Nesse caso, você ainda não está usando o imóvel e precisa ter outro lugar de moradia enquanto está pagando o consórcio”, pondera Aline.
Por isso, é muito importante avaliar se é possível esperar para receber o imóvel depois da conclusão do pagamento. Na visão de Fernando Sacramento, existem outros pontos que também merecem atenção antes de escolher entre consórcio ou financiamento.
“Para quem já está em negociação para aquisição da casa e necessita do recurso para concretizar a compra, o crédito imobiliário será a melhor opção. Já para quem está no estágio anterior, ou seja, existe a intenção de aquisição, contudo não é imediata, o consórcio se torna uma melhor opção”, analisa.
Qual é a vantagem do consórcio em relação ao financiamento?
Viu só que para decidir entre consórcio ou financiamento é preciso entender qual o seu momento de vida, certo? Portanto, se você pode esperar um tempo para comprar o imóvel ou não.
Desse modo, para Léa Saab Faggion, gerente da OMA, empresa de administração condominial, o consórcio é uma opção interessante para pessoas com perfil poupador. “Ou seja, que podem dar os lances e assim obter crédito imobiliário sem pagar os juros do financiamento imobiliário”, explica.
Para se ter uma ideia, esse montante cobrado no consórcio é de 10% a 25% o valor da carta de crédito, diluído ao longo das parcelas.
Então, vamos supor que a taxa administrativa fosse de 18% e o consórcio tem um prazo de 200 meses. Isso daria algo em torno de 0,09% ao mês ou 1,08% ao ano, mais ou menos. No financiamento a coisa muda de figura. Isso porque, a taxa pode variar entre 8% e 11% ao ano. Por isso, mais uma vez, é necessário analisar o seu momento de vida antes de escolher entre consórcio ou financiamento.
Além disso, Léa menciona que no consórcio a busca pela casa deve ser feita depois que sai a carta de crédito. Então, você tem mais tempo para escolher o imóvel ideal. “Enquanto no financiamento bancário é o contrário. Você escolhe o imóvel antes. Depois disso, deve-se aguardar a aprovação da instituição financeira [o que pode prejudicar a negociação, caso o comprador não queira aguardar]”, acrescenta.
Lembrando que independentemente do consórcio ou financiamento dentro do seu planejamento é preciso incluir o valor dos documentos e encargos necessários para a compra do imóvel.
Não esqueça do condomínio
Outro ponto importante, e que pode ser considerado como uma vantagem, é que, geralmente, fica mais fácil conciliar a parcela do consórcio junto com o condomínio do imóvel quando comparado com o financiamento.
“Como a taxa de administração do consórcio é menor que a taxa de juros de um financiamento, a parcela do consórcio fica menor, e com isso, somado ao valor da taxa condominial, a pessoa terá que disponibilizar menor recurso mensal”, fala o CFO da Apê11.
E a desvantagem do consórcio para o financiamento?
Por outro lado, na hora de escolher pelo consórcio, é preciso levar em consideração que pode haver um prazo maior até conseguir comprar o imóvel tão sonhado. “Afinal de contas, caso você não tenha dinheiro para dar algum lance, terá que esperar longos anos até a finalização do processo para receber a sua carta de crédito”, acrescenta Léa.
Portanto, essa é a principal desvantagem do consórcio no comparativo com o financiamento: o tempo até conseguir ter as chaves do imóvel em mãos. “Principalmente se você que está comprando não tiver claro quais são as regras de sorteio [do consórcio], e mesmo qual a probabilidade de conseguir a carta dando o lance com os recursos que dispõe”, afirma Sacramento.
Cuidados antes de aderir ao consórcio
Então, se você optar pelo consórcio, é preciso saber como funciona o passo a passo para a aquisição dessa modalidade de compra de imóvel. Desse modo, a primeira coisa a se fazer é escolher a empresa detentora do consórcio. “Para isso, faça uma pesquisa sobre a companhia nos sites de avaliações de consumidores e no Banco Central para ter certeza de sua reputação”, ensina Léa.
Outro cuidado mencionado pela especialista é sobre o contrato de adesão. “As cláusulas devem ser previamente analisadas, ainda que o documento não possa sofrer nenhum tipo de alteração. Dessa forma, você fica a par das condições das regras do consórcio, bem como ter certeza de que realmente é aquilo que está procurando”, esclarece.
Dicas que podem ajudar no consórcio
Como você deve ter percebido, ter dinheiro para dar o lance no consórcio aumenta bastante a chance de ser contemplado mais rapidamente. Mas para isso, há uma dependência do perfil do grupo e do valor da carta que você está contratando, dentre outros fatores.
“Por exemplo, R$ 100 mil para uma carta de R$ 300 mil pode ser um lance forte. Contudo, para uma carta de R$ 600 mil, não é considerado um lance forte”, esclarece o CFO. Então, a dica aqui é: tenha uma boa grana para apresentar no consórcio. Afinal de contas, quem der o maior lance pela carta de crédito, poderá ser contemplado.
Além disso, se você não tem tanta pressa assim para comprar um imóvel, vale investir esse montante destinado ao lance do consórcio. E mais: aplique o valor em um produto de liquidez diária. Assim, é possível usar o rendimento mensal desse investimento no pagamento das parcelas do consórcio, por exemplo.
Ou até mesmo deixar todo o valor rendendo para dar um lance ainda maior, o que como sabemos, aumentam as chances de ser contemplado.
Bons investimentos para a compra do imóvel
E já que estamos falando sobre aplicação financeira, quais produtos seriam mais indicados para a aquisição da casa própria, seja por meio do consórcio ou financeiamento?
Fernando Sacramento e Aline Soaper recomendam os produtos de renda fixa, sem exposição a risco. “Tesouro Direto e CDB’s estão muito bons atualmente e podem ser resgatado a qualquer momento, caso exista uma boa oportunidade de aquisição de um lar”, afirma a educadora financeira.
Mas, se você possui um estilo mais arrojado para investir e está disposto a buscar maiores retornos, mesmo considerando possíveis riscos, o especialista aconselha pegar uma parte do dinheiro (entre 15% e 20%) para aplicar em investimentos de renda variável, por exemplo. “Sem falar, claro, que é importante a pessoa ter noção de investimentos e o quanto de risco está tomando”, ensina Sacramento.
No fim, a escolha é sua
Consórcio ou financiamento imobiliário. Seja qual for a opção selecionada por você, sabia que esses dois são produtos que podem antecipar e facilitar a realização do sonho de adquirir um imóvel.
O importante é ter claro qual o seu objetivo, como está o seu momento financeiro, em quanto tempo deseja realizar a compra e o quanto uma parcela irá comprometer a sua renda. “Com isso claro, ficará muito mais simples a tomada de decisão e por qual caminho a seguir”, finaliza o CFO.
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