Os brasileiros andam sentindo no bolso a disparada da inflação. Do combustível do carro ao pãozinho da mesa, a alta dos preços é generalizada e persistente. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) acumulou aumento de 12,20% nos últimos 12 meses encerrados em maio.
Como lidar com o salto dos preços no seu cotidiano? A primeira dica é saber exatamente quanto você ganha e gasta por mês, aconselha Liao Yu Chieh, educador financeiro do C6 Bank. Para isso, ele indica anotar tudo o que entra e sai, dividindo em categorias como alimentação, educação e lazer. Caso a conta não feche, Chieh recomenda identificar e cortar da lista gastos que podem ser eliminados ou postergados.
“Ao anotar seus gastos, talvez você perceba que pode economizar na conta de celular para ter uma proteína melhor no prato ou trocar um delivery caro por um carrinho mais cheio no supermercado. Depende da realidade de cada um. O objetivo é saber no que está gastando para tomar melhores decisões e evitar compras por impulso que pesam no final do mês”, sugere.
O educador financeiro ainda aconselha pesquisar preços, uma dica que pode parecer óbvia, mas é muito necessária para aqueles que costumam comprar por impulso. “Passou na frente da loja e gostou do produto? Pesquise o preço dele em outros lugares. Além da possibilidade de encontrar um preço menor, você ganha tempo para pensar se precisa mesmo”, indica.
Como economizar: espere um dia para comprar
Se você esperar um dia para comprar algo que deseja, pode ser que depois desse período descubra que não precisa daquele item, de acordo com Chieh. Essa recomendação vale para compras realizadas em locais que você passa com frequência, como lojas perto de casa e do trabalho ou sites.
“Quando você espera um dia, acaba tendo consciência de que não precisava ter comprado aquele item que levou no dia anterior. Isso não vale para compras em lugares que você frequenta pouco ou sabe que não vai mais voltar lá”, adverte.
Outra sugestão é fazer as compras do mês, para quem é assalariado. Nos tempos de hiperinflação, era comum que os consumidores saíssem às compras assim que recebiam seus salários para que o poder de compra não fosse corroído pelo avanços dos preços. Atualmente, o Brasil está longe dessa realidade, mas uma boa estratégia para quem é assalariado é antecipar as compras de itens duráveis e recorrentes, segundo o educador financeiro.
“Se você deixa o dinheiro parado e os produtos vão ficando mais caros, é melhor adiantar as compras da casa. É a famosa compra do mês, que pode ser feita por quem é assalariado e deixa o dinheiro parado na conta”, aconselha.
Além disso, ele indica fazer a compra do mês em locais que vendem por atacado, os famosos atacarejo. Contudo, a compra de perecíveis deve ser feita aos poucos. “Ir mais vezes ao supermercado, para comprar de pouco em pouco, também agrega, porque nessas idas você consegue descobrir promoções novas”, recomenda.
E para quem precisa adquirir roupas, a sugestão é se planejar e adquirir agora as da próxima estação. “O comércio costuma fazer liquidações para reduzir estoques entre uma estação e outra. Aproveite esses momentos de oferta para comprar os itens que sabe que irá precisar no futuro”, aconselha.