‘Big Techs’: O que esperar dos resultados das empresas de tecnologia nos EUA para o 1T23?
Hoje é dia de estreia na Inteligência Financeira. Este é o primeiro artigo desta nova coluna, onde pretendo trazer muitos assuntos interessantes no universo da tecnologia e inovação. Neste contexto, começo falando sobre um dos temas do momento: a temporada de resultados nos EUA para o primeiro trimestre de 2023 (1T23). Vou focar em um segmento específico de empresas: as ‘big techs’, como são chamadas as gigantes americanas de tecnologia, como Microsoft, Apple, Meta e Google.
Diferentemente dos últimos dois trimestres, em que elas desapontaram os investidores, esperamos um primeiro trimestre melhor para as empresas, de maneira geral. No entanto, isso não é uma regra. Embora muitas pessoas coloquem as Big Techs “na mesma cesta”, como se fossem empresas muito parecidas, na verdade existe uma grande diferença entre elas.
É importante lembrar do contexto da economia americana no momento: apesar de ainda ser pujante, já há sinais de desaceleração. E apesar das ‘big techs’ ainda crescerem bastante e estarem inseridas em temas de investimento de longo prazo, que as protegem um pouco de um ambiente mais difícil, elas não estão imunes ao que ocorre na economia em geral.
Mas qual a expectativa para os resulrados das grandes empresas de tecnologia para o primeiro trimestre de 2023? Esta pergunta é o objeto da minha análise. Vamos lá.
MSFT34: a mais fraca da temporada
Nesse sentido, a Microsoft (MSFT34) deve apresentar o resultado mais fraco da temporada.
Nos últimos meses, temos visto uma desaceleração na receita de nuvem (Azure), por conta de um maior número de projetos de otimização de uso pelas grandes empresas. Isso continua ocorrendo. Por outro lado, a Amazon deve apresentar finalmente alguma estabilização no crescimento da AWS, o que pode melhorar o humor dos investidores com a empresa depois de uma performance fraca nas ações nos últimos 12 meses.
Se a economia vem afetando o mercado de nuvem, o mesmo pode ser dito em relação à publicidade digital, onde Alphabet e Meta estão inseridos. Porém, achamos que as expectativas já estão bastante ajustadas e não nos surpreenderia uma reação positiva nos resultados destas empresas.
GOGL34: desaceleração dos resultados com eficiência em custos
A Alphabet, holding controladora do Google, deve seguir desacelerando, com números fracos em Search e YouTube, mas uma melhoria de eficiência/custos seria bem-vinda.
META: desempenho (positivo) pode surpreender
Já a Meta, empresa que controla o Facebook e o Whatsapp, tem um espaço maior para surpreender (positivamente), dado que vários fatores idiossincráticos não passam a deteriorar a receita nas comparações ano a ano – o chamado efeito “comps”.
A adaptação às mudanças no envio de informações dos aparelhos Apple (IDFA), o início da monetização do Reels e uma menor competição do TikTok – que já vem sendo banido parcialmente em vários estados americanos e totalmente em Montana – devem ajudar a receita da Meta não só no 1T23, mas também ao longo do ano.
AAPL34: mais um trimestre de resiliência
Já na Apple, esperamos mais um trimestre de resiliência. Até aqui, a demanda pelos iPhones, responsáveis por aproximadamente 50% da receita da empresa, segue forte. Com o fim dos problemas na cadeia de suprimentos na China, houve uma normalização no fornecimento ao redor do mundo, o que deve ajudar a empresa. Além disso, a receita de serviços – onde entra a App Store – também deve vir bem.
Por fim, todos os olhos e ouvidos atentos para potenciais novos anúncios em Inteligência Artificial, em especial na Microsoft e Alphabet. Depois do sucesso do ChatGPT e das fortes promessas do M365 Copilot, que embarca o ChatGPT no Microsoft Office, podemos ver novos anúncios de produtos. E isso pode, sem dúvida, ajudar as ações das empresas nesta temporada.
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