Banco do Brasil fecha parceria para testar pagamentos offline com Drex, o real digital

Solução poderá ser utilizada em carteiras digitais, cartões, wearables eSIM ou celulares

Fachada da sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF). (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Fachada da sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF). (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Banco do Brasil (BB) firmou acordo de cooperação técnica com a Giesecke+Devrient Currency Technology (G+D) que prevê a experimentação de uma solução de pagamentos offline, dentro do piloto Drex, a moeda digital do Banco Central do Brasil. O objetivo é fornecer uma solução de pagamento complementar ao dinheiro e a outros meios, como o Pix. O BB é um dos participantes oficiais do piloto Drex do Banco Central.

O objetivo da parceria é desenvolver iniciativas que permitam que brasileiros realizem pagamentos usando a CBDC brasileira, sem a necessidade de acesso à internet. CBDC é a sigla para Central Bank Digital Currency. Assim, as CBDCs são moedas digitais que bancos centrais emitem e que funcionam como uma versão virtual do dinheiro de um país.

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Testes em Gana e Tailândia

O acordo entre as empresas vinha em processo de negociação há alguns meses. Alguns países como Gana e Tailândia já testaram a solução. Também foi apresentada no programa Lift Challenge. Trata-se de ambiente colaborativo realizado pela Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), em parceria com o BC.

Com esse passo, o Banco do Brasil pretende ir adiante na exploração das potencialidades do Drex. A solução de pagamento offline vai permitir ampliar a avaliação dos testes de uso da moeda digital em transações cotidianas. Entre elas, podemos citar pequenas compras no comércio, pagamentos de serviços e mesada, por exemplo.

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De acordo com Marisa Reghini, vice-presidente de negócios digitais e tecnologia no BB, o banco tem quer aproximar os serviços financeiros de toda a população. “Com o pagamento offline, poderemos levar facilidade e tecnologia a pessoas com dificuldade de acesso à infraestrutura tecnológica”, esclarece. “Brasileiros podem se beneficiar com a solução no seu dia a dia, realizando transações seguras em comércios locais, por exemplo, sem necessidade de conta bancária ou de internet”, pontua.

Como vai funcionar o Drex na prática

Para efetuar os pagamentos, a solução estará em carteiras digitais, cartões de plástico, wearables eSIM ou celulares. A partir do contato entre os dispositivos, o valor é debitado do pagador e creditado no recebedor. De acordo com o BB, protocolo de segurança criado pela G+D garante as transferências dos dados criptografados.

O objetivo inicial da parceria é testar a viabilidade da tecnologia e sua aderência à futura plataforma do Drex. “Validar uma solução de pagamentos offline em paralelo ao desenvolvimento do Drex vai permitir ao BB explorar novos modelos de negócio utilizando-se da CBDC brasileira, especialmente em locais com infraestrutura precária”, afirma Rodrigo Mulinari, diretor de tecnologia do BB.

“Uma CBDC deve funcionar para todos, em qualquer lugar, a qualquer hora. Somente desta forma pode ser uma moeda digital pública verdadeiramente inclusiva, afirma Raoul Herborg, diretor-geral de CBDC na Giesecke+Devrient.

Uso de dinheiro em espécie

Pesquisa recente da Tecban identificou que 29% dos brasileiros utilizam o dinheiro físico como uma das principais formas de pagamento no dia a dia. Nas classes C, D e E esse número sobe para 32%. Na região Nordeste do país, o índice chega aos 40%.

Sendo assim, os números evidenciam que, mesmo diante de uma maior bancarização e a popularização do Pix, o uso do dinheiro em espécie ainda é expressivo.

Entre os motivos pela preferência em usar papel moeda estão, por exemplo, falta de conta ou cartão de crédito e dificuldades de conexão com a internet.

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