Quanto custa um imóvel em Hudson Yards, o bairro mais caro de Nova York?
Se os preços dos imóveis no Brasil têm tirado o sono de muita gente, os nova-iorquinos que sonham com a casa própria também devem sofrer com a insônia. No primeiro trimestre de 2024, o preço médio de um imóvel na Big Apple atingiu US$ 700 mil, de acordo com o site PropertyShark, especializado em acompanhar o mercado imobiliário estadunidense.
E para quem quer morar em Hudson Yards, o bairro mais caro de Nova York, vai precisar de um bom planejamento financeiro: o preço médio de um apartamento na região foi de US$ 6 milhões (ou mais de R$ 30 milhões) ao final de março.
Do subterrâneo ao arranha-céu
Só para ilustrar, você tem uma ideia do que esperar já na estação de metrô. Ela é grandiosa, com escadas rolantes íngremes e bem moderna. Nada parecido com o que costumamos ver nas paradas de trens de Nova York.
Os arranha-céus de arquitetura moderna impressionam logo na saída da estação. Com vista privilegiada para o Rio Hudson, o Hudson Yards é um complexo de imóveis residenciais e comerciais com foco no mercado de luxo. A área foi totalmente planejada e inaugurada em 2019, com investimento estimado em US$ 25 bilhões.
Considerado o bairro dos super-ricos, é como se ali as pessoas quisessem mostrar que possuem muito dinheiro na conta bancária. Seja pelos carros que circulam pelas ruas ou nas lojas do shopping. Tudo aponta para um alto poder aquisitivo.
Os prédios com muitas janelas, em alguns casos, permitem ver o interior dos imóveis. E, certamente, fazem valer o dinheiro investido ao ter acesso a serviços exclusivos.
Na torre 35, por exemplo, os moradores contam com apartamentos decorados pelo badalado Tony Ingrao. O designer de interiores é conhecido por realizar projetos para celebridades, políticos e hotéis de luxo.
Além disso, no prédio há um restaurante exclusivo, com gastronomia internacional, da rede do empreendedor Stephen Starr. Ele, por sua vez, coleciona fotos com personalidades que vão de Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, ao comediante Jerry Seinfeld. E se não quiser comer no terraço ao ar livre, com vista para o horizonte da cidade, é possível pedir que eles entreguem diretamente na porta de casa.
Sustentabilidade
Ao inaugurar o Hudson Yards, Stephen M. Ross, presidente de uma das incorporadoras responsáveis pelo projeto, disse que o bairro seria “mais do que apenas um conjunto de edifício”. Seria, sobretudo, uma mostra “do que pode ser alcançado quando os setores público e privado se unem para libertar a paixão e a criatividade”.
Na ocasião, ele destacou ainda que o local estaria na vanguarda de iniciativas de sustentabilidade, colocando-o no mapa como um modelo para as cidades inteligentes. E não era exagero.
A obra conta com um sistema de reaproveitamento de água pluvial que melhora o abastecimento de água potável. Tanques camuflados nas construções capturam e armazenam a água das chuvas. Assim, o que é captado irriga toda a área verde do parque público e resfria os equipamentos mecânicos do complexo.
Além disso, o parque conta com flores que atraem abelhas e outros polinizadores. O objetivo é ajudar a aumentar a população desses insetos e ser um ponto de passagem para aves migratórias.
E não parou por aí. Todos os prédios são certificados pelo sistema LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Essa certificação foi criada com o propósito de impulsionar a adoção de práticas de construção sustentável. Entre as implementações que proporcionam isso estão o sistema de controle de temperatura, as luminárias de baixo fluxo, as estações de carregamento de veículos elétricos e a utilização de materiais reciclados para a construção.
Quem mais está no ranking
O Hudson Yards lidera o ranking especialmente por suas peculiaridades de glamour e requinte. Mas, não se engane, porque a concorrência é grande. Ainda completam o nosso top 3:
SoHo
Com preço médio de US$ 3,5 milhões, o SoHo ficou em segundo lugar como o bairro mais caro de Nova York para se comprar um imóvel no primeiro trimestre desse ano, segundo o site PropertyShark. E, em contraste com Hudson Yards, as construções são mais antigas, mais baixas e com as tradicionais escadas exteriores que vemos nas séries e filmes.
Ao andar pelas ruas, é possível perceber que é uma região de um público mais jovem. A moda está por toda a parte. Ela está presente não só nas lojas de grifes famosas, mas nas combinações de roupa das pessoas, nos cortes de cabelo e na maquiagem.
É no SoHo que está o restaurante Balthazar, que já foi cenário para Sex and The City, O Diabo Veste Prada e Hitch, o conselheiro amoroso.
Curiosidade: SoHo não é o nome oficial do local, mas uma abreviação de South of Houston Street.
TriBeCa
O terceiro bairro mais caro de Nova York é TriBeCa, que também é uma abreviação e quer dizer Triangle Below Canal. A média de preço de imóveis ficou em US$ 3,4 milhões ao final de março desse ano.
Com uma arquitetura mais industrial, que relembra os tempos em que era uma região fabril nos anos 70, você ainda encontra nos edifícios os nomes das fábricas que antes dominavam a área. Também é muito comum ver estabelecimentos comerciais com letreiros que não representam o que vendem. Nós encontramos, por exemplo, uma loja de roupas com letreiro de loja de bebidas.
Ao observar as pessoas nos restaurantes, muitos com área externa, é possível perceber que o público da região é um pouco mais velho, especialmente quando comparado ao SoHo. O ambiente caótico e barulhento tão característico de Nova York também é menor, ainda que próximo ao horário de pico do final do expediente. O “corre-corre” dá lugar às taças de vinho branco no fim do dia.
Talvez seja por isso que TriBeCa já foi a escolha residencial para uma série de celebridades, como Jay-Z e Beyoncé, Mariah Carey, Leonardo Di Caprio, Taylor Swift e Justin Timberlake.
Curiosidade: é no TriBeCa em que está o quartel-general em que foi gravado o filme Os Caça-Fantasmas, cujo lançamento completa 40 anos em 2024.
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