Como planejar as férias de fim de ano sem fazer dívidas?
Faltando menos de quatro meses para o fim do ano, muita gente ainda não se planejou para aproveitar os dias de folga em outra cidade ou até mesmo em outro país. Apesar de faltar pouco tempo, é possível organizar as finanças e ter dinheiro para essa despesa sem o risco de começar 2024 no vermelho, dizem os especialistas. Porque o que todos queremos é sair de férias sem dívidas.
Para a consultora e palestrante Andreza Stanoski Rocha, da Zetra, a capacidade de poupar nos próximos meses vai depender do tamanho da despesa e do planejamento financeiro para essa família.
Se a viagem é mais custosa do que a reserva para esse objetivo, a dica da especialista é decidir pelo adiamento e planejar melhor para fazer as malas em uma data futura.
“Se a família está disposta a economizar com pequenas mudanças, sim, vale a pena curtir o final de ano sem esbanjar muito”, diz Andreza.
Corte despesas antes e durante a viagem
Mesmo que o tempo seja curto, detalha Carol Stange, consultora financeira, a organização e o planejamento são dois grandes trunfos para ter sobra de caixa para arcar com os custos extras. “Você estará preparado para aproveitar o fim de ano ao priorizar a redução de despesas antes e durante a viagem. Também é importante fazer ajustes no orçamento e definir um plano investimento para o fim de ano”, resume.
Para ter controle dos gastos antes de fazer as malas, a recomendação de Carol é calcular o orçamento diário a partir dos custos estimados.
Neste caso, leve em consideração hospedagem, refeições, atividades e até presentes. Esse valor deve se basear no tempo que a viagem vai durar. Assim, a planilha detalhada permitirá ter uma ideia realista do quanto se pode gastar diariamente, evitando despesas além do planejado.
“Essa cautela permite aproveitar a viagem gastando menos e, ao mesmo tempo, colocar em prática um planejamento financeiro mais sólido. Portanto, pensar no futuro desde cedo não só alivia o impacto no orçamento, mas também contribui para uma experiência mais agradável e financeiramente consciente”, analisa a consultora.
Já Andreza lembra que viagens bem planejadas evitam os gastos com “besteiras” durante a acumulação de recursos, pois o objetivo foi previamente definido como prioritário.
Pesquise para encontrar bons preços
Se organizar financeiramente é a indicação para ter um bom plano, explica Carol. Além de se preparar financeiramente, começar cedo frequentemente traz a vantagem de encontrar de preços mais em conta. Muitas vezes, passagens aéreas, hospedagens e atividades turísticas têm valores mais acessíveis quando adquiridos com antecedência.
Ainda segundo a palestrante da Zetra, além de planejar com um cronograma, quem quer embarcar em dezembro pode escolher os passeios preferidos de antemão, incluindo essa estimativa de despesa no orçamento.
Muitas vezes é preciso renunciar a uma parte do roteiro para apreciar com alguma folga de caixa as opções mais desejadas.
Onde investir para ter dinheiro para viajar?
Curtir as férias sem dívidas exige também um bom plano de investimento. Mas quais são as melhores alternativas do mercado financeiro para quem pretender usar o dinheiro dentro de poucos meses?
Segundo Carol, deve-se contar com recursos investidos em produtos que ofereçam liquidez. Isso te ajuda a usar o dinheiro a qualquer momento, sem comprometer a rentabilidade. Inclusive para o caso de surgirem promoções de passagens e hotéis.
Renda fixa é alternativa para viajar
Recorrer a investimentos de renda fixa, que permitam resgates sem perdas quando necessário, é a alternativa mais comum.
Na hora de decidir onde investir, diz Carol, é importante não comprometer os recursos destinados a objetivos de longo prazo (o dinheiro reservado para a aposentadoria, por exemplo).
Muito menos mexer na reserva de emergência (que custeia as despesas que surgem diante de uma situação inesperada, como a perda de emprego).
Felipe Garran, professor da FIA Business School, defende que as famílias tenham um investimento específico para pagar pelas viagens de um modo geral.
Isso porque, segundo Garran, viajar é um gasto relevante e o desembolso tem data marcada. “O ideal é que a reserva de emergência não seja prejudicada, uma vez que deve atender a necessidades não programadas”, indica.
Cuidado com o cartão de crédito
Com todas essas dicas, vale lembrar ainda o cuidado com o uso do cartão de crédito. O parcelamento só vale a pena quando o viajante tem uma reserva suficiente para fazer o pagamento da fatura nos meses seguintes.
Assim, se houver risco de endividamento, não se deve parcelar, diz Andreza. A despesa com a fatura do cartão de crédito não pode ultrapassar 30% da renda líquida mensal da família.
O parcelamento, para Garran, sempre vale a pena quando não há um grande desconto no pagamento à vista.
Além do mais, explica o professor, quando a família ainda não pagou o valor integral, possui um poder de barganha maior na renegociação caso tenha que cancelar ou alterar os seus planos no que diz respeito à viagem.
Dicas para guardar dinheiro e viajar no fim do ano
Veja abaixo 5 dicas práticas de como sair de férias sem dívidas:
- Calcule a despesa total, incluindo transporte, alimentação, passeios e compras.
- Avalie se essa despesa cabe no seu orçamento ou se é melhor adiar a viagem.
- Parcele no cartão apenas se a fatura não comprometer mais de 30% da renda líquida e se não houver risco de ter de optar pelo crédito rotativo.
- Corte despesas desnecessárias antes e durante a viagem.
- Investimentos de ativos de renda fixa são uma das recomendações para quem quer guardar dinheiro de agora até o fim do ano.
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