Paris muito além dos museus: saiba quais são os restaurantes que estão na lista de desejo até mesmo dos parisienses
Há vários tipos de restaurante em Paris para conhecer. Para além de monumentos e museus, comida e restauração parisienses documentam povos que passaram pela cidade, costumes antigos e muito mais.
Dessa forma, para aproveitar cada refeição da sua viagem à Cidade Luz, confira três tipos de estabelecimentos tradicionais da capital da França e o que esperar de cada um deles. Bom apetite!
Bouillon, restaurante dos caldos em Paris
Bouillon é caldo em francês. O autor Jim Chevallier relata que esse tipo de restaurante em Paris teria surgido no século XIX. Primeiro, uma empresa holandesa vendia o prato em uma de suas lojas de uniformes. Depois, o açogueiro Pierre-Louis Duval passou a preparar a comida com restos de carne para servir a trabalhadores nos fundos de seu açougue.
Pois bem, em “Uma história da comida de Paris”, Chevallier relata que o empreendimento de Duval cresceu depressa e, com um menu ampliado, chegou a alcançar 12 estabelecimentos. “Ele criou um novo conceito, a rede de restaurantes”, diz o texto. As cantinas, que tinham preços acessíveis e ficavam abertas durante todo o dia, rapidamente conquistaram os parisienses.
Nesse meio tempo, o bouillon perdeu apelo e chegou a deixar de ser um tipo de restaurante em Paris para conhecer. No entanto, a classe ressurgiu nos últimos anos. E seus diferenciais seguem os mesmos: horário estendido, preços acessíveis e culinária típica francesa.
O Bouillon Chartier, fundado em 1896, é um exemplo disso. Em resumo, é uma cantina gigantesca, que conserva o estilo art noveau, e serve delícias como terrine (patê sólido), oeuf mayonnaise (ovos cozidos com maionese) e bife bourguignon (carne de boi cozida no vinho). Se preferir uma versão mais moderninha, experimente o Bouillon Pigalle.
Brasseries começaram como cervejarias
Brasserie, por outro lado, quer dizer cervejaria, em francês. Também datado do século XIX, trata-se de um tipo de restaurante em Paris que era conhecido por sua fabricação própria de cerveja. E que teria sido popularizado por alemães e imigrantes da região da Alsácia (fronteira entre França e Alemanha) depois da Guerra Franco-Prussiana.
Segundo Chevallier, a comida servida nesses estabelecimentos variava muito, mas sopas sanduíches, salsichas, ovos cozidos e conservas eram pedidas comuns. Entretanto, o perfil dos cardápios mudou com o tempo e passou a incluir pratos como os steaks tartare (bife tártaro) e frites (bife com fritas).
Há quem defenda que, hoje em dia, os bouillons sejam, na prática, brasseries. Isso porque os estabelecimentos deixaram de fabricar cerveja, costumam ficar abertos ao longo de todo o dia e servem pratos tradicionais e simples da França. Brasserie Bellanger e Brasserie Lipp são exemplos contemporâneos. Mas vale notar que há uma nova onda de microcervejarias parisienses que também levam brasserie no nome, como a La Parisienne.
Bistrô, mais um dos restaurantes em Paris para conhecer
Simultaneamente, no século XIX, nasciam os bistrôs. A origem do seu nome é incerta, mas uma das teorias é que a palavra vem do russo “bystro”, que quer dizer rápido. Segundo Chevallier, no entanto, é mais provável que venha do francês “bistouille”, que significa vinho ruim. “Eram estabelecimentos baratos que vendiam álcool e alguma comida”, diz.
Com o passar dos anos, a categoria evoluiu para os pequenos restaurantes de bairro que existem até hoje. Uma das grandes diferenças desse tipo de restaurante em Paris para conhecer é que, normalmente, só ficam abertos para os serviços de almoço e jantar. Escargots (caracol) e cassoulet (cozido de feijão com carne) estão entre as pedidas.
Entre as casas que mantêm esse viés de simplicidade, o Chez L’Ami Louis é um dos mais reconhecidos. Não por acaso, o bilionário Bernard Arnault, dono da LVMH, comprou o negócio este ano. Por outro lado, há também expoentes do “bistrô de chef”, que trouxeram mais pompa à categoria. O Benoit, de Alain Ducasse, é um exemplo disso.
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