Abecs: Pix no cartão de crédito pode trazer elementos de segurança, como combate a fraude e ‘chargeback’
A proposta apresentada hoje pela Abecs, de incluir a possibilidade de fazer uma transação Pix utilizando o cartão de crédito, pode trazer diversos elementos de segurança para o pagamento instantâneo, segundo a entidade, como ferramentas de combate a fraudes e mesmo o “chargeback” – quando o cliente contesta uma transação na sua fatura e pode ser restituído.
Segundo Giancarlo Greco, presidente da Abecs, a transação seria capturada pelo pelo cartão, mas liquidada nos trilhos do Pix, como já acontece hoje quando se usa as chaves-Pix.
“A bandeira de cartão faria uma ‘tradução’, transformando aquela operação para que ela seja liquidada no trilho Pix”.
Indústria de cartões discute tema com BC há quase um ano
Segundo a Abecs, a indústria vem conversando com o Banco Central sobre esse tema há quase um ano e já realizou reunião com o novo presidente da autoridade, Gabriel Galípolo.
Participantes apontam que o BC se mostrou aberto à ideia, só não permitiu que a indústria de cartões cobre uma taxa de interchange, como ocorre no cartão de crédito e débito.
“Só 22% da população usa carteira digital e os dados iniciais do Pix por aproximação mostram que os volumes ainda são ínfimos. Queremos integrar, incluir, não combater [o Pix]. Todos os meios de pagamento têm plena capacidade de conviver”, diz Greco.
Ao Valor, o BC disse que “não há, na agenda estabelecida para a evolução do Pix, nenhum desenvolvimento que esteja relacionado à interoperabilidade com arranjos de cartão”.
Mas Greco minimizou isso, dizendo que a autoridade está aberta a discutir a proposta. “Não está na agenda do BC porque eles não precisam desenvolver nada. A partir do momento em que eles derem a autorização, a implementação depende dos arranjos”, explicou.
Proposta já foi apresentada para as emissoras de cartão
Segundo ele, a proposta já foi apresentada também para os emissores de cartões (basicamente os bancos) e para as credenciadoras (maquininhas de cartão).
“Cada elo está entendo qual seria seu papel, o que teria de fazer. Ninguém fez uma análise de julgamento ainda, mas todo mundo quer discutir o conceito, porque do ponto de vista de conveniência do cliente final, faz sentido”.
Se o Pix for incluído mesmo no cartão, basta uma atualização tecnológica, não é preciso trocar os plásticos dos clientes.
Greco explica que, ao agregar serviços adicionais à transação do Pix, é natural que a indústria de cartões cobre por isso. De qualquer forma, ele disse que nada muda no Pix.
“Ainda precisa ser discutido como será essa remuneração, mas não vamos colocar nosso modelo atual, de tarifa de intercâmbio. Temos que discutir com as credenciadoras, os estabelecimentos comerciais, ainda estamos debatendo o modelo. Mas é preciso deixar claro que, para o estabelecimento, o Pix não é de graça. Ele é cobrado por quem provê a solução, pelo banco liquidante.”
*Com informações do Valor Econômico
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