O caso Ana Hickmann e a questão do abuso financeiro

As mulheres são submetidas a abusos financeiros com uma frequência maior do que se imagina

Ana Hickmann - Foto: Divulgação
Ana Hickmann - Foto: Divulgação

Somos todas Ana Hickmann. Duvida? Que atire a primeira pedra a mulher que nunca sofreu um abuso.
Muitas vezes o abusador sequer se dá conta do ato. Vou focar no abuso financeiro que é meu alvo de estudos.

Há alguns anos recebi uma mensagem de um rapaz que estava usando o dinheiro que a avó tinha na poupança para fazer aplicações na bolsa de valores. Estava feliz e contente porque afinal o mercado vivia um tempo de bonança para as ações.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Contou, sem nenhum constrangimento que conseguia um retorno bem maior do que a poupança para a avó e repartia o lucro. Então respondi: anota aí, o dinheiro da avó não é para ir para a bolsa de valores, isso é abuso financeiro.

Conversamos sobre o tema e ele entendeu então que por melhor que fossem as intenções não poderia fazer isso.

Últimas em Finanças pessoais

Portanto, no caso de Ana Hickmann há ausência de boas intenções e os abusos relatados pela apresentadora foram além do financeiro. Não é uma exceção.

Mulheres e abusos financeiros

As mulheres são submetidas a abusos financeiros com uma frequência maior do que se imagina. Pense um pouco sobre aquela situação em que pagou, emprestou, socorreu(?), se associou, enfim, são vários e bonitos os verbos que podem esconder um abuso financeiro.

Assim, numa entrevista aqui para a Inteligência Financeira, a professora da FGV Viviane Ferreira, especialista no tema, diz que há formas de se proteger de armadilhas financeiras que vêm com o casamento. A íntegra da entrevista está aqui.

O que fazer?

Do que tenho observado da ocorrência de abusos financeiros em relacionamentos, destaco alguns pontos recorrentes. Mulheres têm uma tendência de:

  • delegar decisões financeiras importantes para o parceiro;
  • assinar contratos sem o cuidado necessário para manter-se distante de riscos que não quer assumir;
  • não separar os ativos e dívidas legalmente. Um exemplo clássico, na compra de um imóvel não estabelecer legalmente qual a fatia proporcional de cada um tanto na dívida como na propriedade.

Não parecem decisões românticas e não são mesmo. Mas são iniciativas que vão contribuir muito até mesmo para a longevidade do relacionamento. Quando segrega do relacionamento as questões financeiras esta é uma fonte de estresse que ficará de fora dos problemas do casal.

Os estudiosos são unânimes em afirmar que o melhor é procurar um consultor financeiro profissional para tratar deste assunto.

Esta é minha última coluna na Inteligência Financeira. Foi um prazer enorme poder ter participado deste projeto tão bem-sucedido com uma equipe de jornalistas de primeiríssima linha.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Dívidas


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS