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A Caixa Econômica Federal reduzirá o valor financiável da casa própria a partir de 21 de outubro. O teto de financiamento pela tabela SAC cairá de 80% para 70%, e pela tabela Price, de 70% para 50%. A mudança afeta imóveis residenciais e comerciais, novos e usados, além de empréstimos para construção e compra de lotes. A medida ocorre após o aumento da Selic e a alta demanda por crédito imobiliário. Em 2024, a Caixa já concedeu R$ 175 bilhões em crédito, um aumento de 28,6% em relação ao ano anterior.
O banco do governo federal é responsável por cerca de 70% do crédito imobiliário no país.
As mudanças entram em vigor em 21 de outubro e valem para financiamentos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Em comunicado da Caixa a agentes imobiliários, ao qual a Inteligência Financeira teve acesso, a alteração vai ser nas modalidades TR, poupança, IPCA e taxa fixa, e valerá tanto para imóveis residenciais (novos e usados) quanto para comerciais.
Além disso, a alteração atinge também empréstimos para construção individual e para compra de lotes urbanizados.
No caso da tabela SAC, aquela em que os valores das prestações são cadentes, o teto de financiamento pela Caixa cairá de 80% para 70%.
Ou seja, num imóvel com valor de R$ 1 milhão, para ter acesso ao financiamento, o valor mínimo que o interessado terá que pagar à vista sobe de R$ 200 mil para R$ 300 mil.
Já nos financiamentos pela tabela Price (em que as prestações têm valor constante), a Caixa reduziu o teto de financiamento de 70% para 50% do valor do imóvel.
Assim, o comprador, que precisava ter na mão R$ 300 mil à vista para poder financiar o restante, precisará agora pagar metade no ato.
Mudanças nas regras da casa própria após aumento da Selic
As mudanças acontecem a reboque do aumento da Selic, de 10,5% para 10,75% ao ano, em setembro, pelo Banco Central.
A maioria dos economistas do mercado acredita que a taxa básica deve subir mais nos próximos meses, chegando a 12% no começo de 2025.
Com o aumento dos custos de captação de recursos, os bancos são levados a também reajustar os juros para os tomadores.
Segundo agentes imobiliários ouvidos pela Inteligência Financeira, bancos privados estão elevando juros do financiamento imobiliário.
Com isso, os clientes na prática acabam tendo diminuído o valor de compra de imóveis, já que um montante maior das prestações diz respeito a juros.
O que diz a Caixa Econômica
Consultado, o banco confirmou a informação e alegou que a demanda por financiamento imobiliário está mais forte do que o orçamento que tinha para 2024.
A expectativa do banco estatal era de que essa carteira crescesse de 8% a 12% neste ano.
“Prevemos que nossa carteira irá superar o limite máximo projetado para o período”, afirmou o banco em nota.
Neste ano até setembro, o banco diz que já concedeu R$ 175 bilhões de crédito imobiliário, aumento de 28,6% ante mesmo período de 2023.
Por fim, a Caixa acrescentou que “estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais”.