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Educação financeira desde a infância é investimento para crianças; confira dicas para falar de dinheiro com os pequenos
Mais do que pensar em um produto específico, investimento para crianças tem a ver com educação financeira desde cedo. Pois este 12 de outubro pode ser uma oportunidade para começar a conversar sobre dinheiro com os pequenos. A seguir, especialistas trazem dicas para falar sobre grana com a garotada nos Dia das Crianças.
Para a educadora financeira, Mila Gaudencio, que também é economista e consultora financeira do will bank, as atividades do dia a dia são o melhor meio para iniciar a educação financeira logo na primeira infância.
“A forma como tratamos os objetos e a nossa relação com o poder de compra impacta diretamente as crianças. Por isso, nas datas especiais, como o Dia das Crianças, ter atenção ao tema dinheiro pode ser ainda mais importante. Isso porque a expectativa por ganhar um presente é maior”, explica a educadora financeira.
Educação financeira em casa e na escola
De acordo com Taís Magalhães, planejadora financeira da SuperRico, o aprendizado financeiro deve acontecer tanto em casa como nas escolas, onde a educação financeira pode ser introduzida de maneira lúdica, com atividades práticas que simulem decisões reais, como fazer lista de compras, calcular descontos ou planejar economias.
“A ideia é que as crianças vivenciem situações próximas do dia a dia, para que possam consolidar o conteúdo de forma prática. Ensinar as crianças a lidar com dinheiro vai muito além de simples cálculos. Trata-se de prepará-las para lidar com a realidade da escassez de recursos e de aprender a fazer escolhas inteligentes”, afirma Taís .
Os pais desempenham um papel crucial nesse processo. “O exemplo é a melhor forma de ensinar. Abordar a educação financeira com as crianças desde os primeiros anos de vida é fundamental para gerar um impacto duradouro no futuro”, afirma Taís.
A especialista conta ainda que participar de decisões financeiras da casa, como o planejamento de uma viagem ou a compra de um presente caro, é uma forma de mostrar a importância de economizar e planejar.
“Além disso, celebrar as conquistas financeiras em família ajuda a criar uma imagem positiva. Isso faz com que as crianças vejam esses momentos não só como algo desafiador, mas também recompensador. Quando os pequenos aprendem, por exemplo, a diferença entre desejo e necessidade, ficam mais propensos a desenvolver habilidades essenciais para a vida adulta”, destaca Taís.
Assim, para ajudar os pais a iniciar a conversa sobre educação financeira com as crianças, a consultora Mila preparou cinco dicas.
1 – Como evitar o “se não tem dinheiro, é só comprar no cartão”?
Para Mila Gaudencio, mostrar o preço das coisas em quantidade pode ser um jeito mais claro de explicar o valor do dinheiro para as crianças da geração do cartão de crédito e do PIX. Isso porque elas já não têm tanto contato com cédulas em papel e não entendem a palavra como sinônimo de saldo.
“Nesse momento, a criatividade pode ser uma ótima opção: vale apelar para caroços de feijão, por exemplo. Quando a criança fala que quer muito ganhar algo, como um brinquedo, é importante mostrar em quantidade o quanto custa. Esse hábito pode ser utilizado para a pizza do final de semana, alimentos e coisas que a criança gosta de consumir”, afirma a especialista.
2 – Dinheiro não cai do céu, mas vem de onde então?
Explicar a relação de tempo de trabalho e dinheiro é importante. Isso vai fazer com que a criança entenda que o dinheiro é consequência de uma ação, como o trabalho. De acordo com Mila, os pais podem dar exemplos mais concretos para ajudar os pequenos a formar uma noção mais próxima sobre algo abstrato como dinheiro.
“Uma forma de fazer isso, é conversar sobre o tempo que é necessário para conquistar certa quantia, seja comparando as horas que você fica fora para trabalhar ou mesmo em casa, em frente ao computador, no trabalho home office”, aconselha especialista.
3 – Inclua alguns conceitos mais complexos do dia a dia
Mostrar que os preços mudam e que alguns itens podem ficar mais caros com o passar do tempo, em outras palavras, é introduzir uma conversa sobre inflação, de acordo com Mila.
A educadora financeira sugere escolher itens de consumo constante da criança e ter um lugar para anotar, por um período de tempo, o preço desses produtos. “Dessa forma, é possível realizar um comparativo de preços e indicar, por exemplo, que a bolacha, que antes era comprada com R$ 1 agora precisa de R$ 2”, explica ela.
4 – Incentive os questionamentos sobre necessidade e o consumo consciente
Mila sugere aproveitar aqueles momentos de “eu quero” para conversar com a criança sobre o que ela já tem. “Se for um brinquedo, por exemplo, ajude a perceber a necessidade daquilo, sem apelar muito para a racionalidade, que pode ainda não estar presente no comportamento de crianças pequenas, mas envolva a criança na decisão. Essas também são boas oportunidades de introduzir o consumo consciente, afinal, não gastar dinheiro em algo também é uma boa lição” diz a especialista.
Assim, afirma a educadora financeira, é importante perguntar o porquê de elas acharem tão importante aquele brinquedo e, pensando num item mais antigo, o motivo pelo qual ele ter deixado de ter relevância. “Ouça o que a criança tem a dizer sobre, para que ela mesma vá criando consciência sobre a importância do consumo consciente”, pontua Mila
5 – Incentive os pequenos a participar do planejamento
Para a educadora financeira, a etapa de planejamento que envolva gastos relevantes pode ser implementada como um momento de diversão da família. “Criar um quadro com colagens e desenhos para a visualização do próximo destino de férias, por exemplo, pode ser bastante interessante para estimular o planejamento para realização de sonhos e até para entender que um brinquedo, ou um consumo imediato, pode distanciar os planos da viagem”, acrescenta Mila.
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