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Esportes de elite: confira as 5 modalidades mais caras para se praticar
Apesar de movimentar bilhões de reais todos os anos, uma bola qualquer e dois pares de chinelos já são suficientes para começar uma partida de futebol. Seja na praia, no asfalto, na várzea ou nos campos profissionais, o esporte queridinho dos brasileiros não pede muito para ser praticado.
Os grandes eventos esportivos, entretanto, são um bom momento para ter contato com modalidades menos presentes no dia a dia da maioria das pessoas. E, muitas vezes, a barreira que afasta os praticantes não está na falta de conhecimento, mas no bolso.
Alguns esportes pedem um investimento maior por parte dos atletas – sejam eles profissionais ou amadores. E foi pensando nisso que listamos alguns dos esportes mais caros para se praticar. Confira a lista a seguir.
Esgrima: equipamentos por R$ 3 mil
Para ser um esgrimista, a primeira coisa a se preocupar é com os equipamentos: tênis, meião, calça, jaqueta meia manga, protetor de tórax de PVC (também conhecido como toc toc, de uso obrigatório para as mulheres), jaqueta ou jaqueta elétrica (vai depender do tipo de arma), luva, máscara e arma (que pode ser florete, sabre ou espada). Ou seja, é cotado para ser um dos esportes mais caros.
Quem elencou esses itens foi Fernando Scavasin, atleta que fez parte da equipe de esgrima brasileira nas Olimpíadas do Rio, em 2016, e oito vezes medalhista em Jogos Pan-Americanos. Ele é um dos idealizadores do Instituto Touché, na capital paulista.
Ao colocar na ponta do lápis, o equipamento completo para jogar um Campeonato Brasileiro, por exemplo, tem o custo entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Tudo vai depender do poder aquisitivo de cada um, pois apenas a máscara pode chegar a R$ 3 mil. “Mas vale lembrar que são equipamentos com um tempo de vida muito alto, a minha primeira jaqueta de esgrima eu tenho até hoje, já são 20 anos de uso”, destacou Scavasin.
Raquete de tênis pode chegar a R$ 2,5 mil
Em 1997, o Brasil parou para ver o primeiro título de Gustavo Kuerten em Roland Garros. Como consequência, o tênis, que é um esporte caro, ganhou muita projeção e Guga se tornou um novo ídolo do esporte brasileiro.
Segundo Bruno Raupp Vieira, diretor de uma Escola Guga, em Santa Catarina, a prática do tênis acaba encarecendo não apenas pela compra dos equipamentos, mas por conta das viagens. Ele explica que o equipamento tem grande durabilidade, uma raquete pode durar 10 anos.
“Para usar uma quadra, você paga em média R$ 100 a hora. A raquete varia entre R$ 600 e R$ 2,5 mil. O tênis fica entre R$ 300 e R$ 1,5 mil. Tudo vai depender do orçamento de cada pessoa. Mas, quando você precisa viajar para competir, o valor sobre muito. Uma passagem de Florianópolis para São Paulo, por exemplo, já paguei R$ 3,5 mil”, comentou o diretor.
Sócio de clube de golfe desembolsa R$ 200 mil
De Galvão Bueno a Justin Timberlake, a lista de celebridades golfistas é bastante extensa.
Ponto de encontro de grandes empresários, uma hora para se praticar um dos esportes mais caros custa em média R$ 120, sem contar os cerca de R$ 200 mil para ser sócio de um clube, de acordo com Daniela Arantes, sócia-proprietária da academia de golfe Tiro Certo ao lado de sua irmã Gabriela.
Um dos motivos por não ser tão popular, para além do custo, é a prática costumar ser passada de geração para geração dentro da família. “Conheci o esporte porque comecei a namorar um golfista. Nós casamos e meu filho é a quinta geração de golfistas da família do meu marido”, conta Daniela.
Mas quanto custa o equipamento para jogar?
O primeiro passo é adquirir os tacos. A maioria dos praticantes faz o chamado fitting, que é a personalização do material para o perfil específico de cada jogador. Segundo as donas do Tiro Certo, um bom conjunto custa a partir de US$ 5 mil – ou cerca de R$ 28 mil. Importante lembrar que esse é um investimento de longo prazo, já que uma taqueira pode durar de 5 a 10 anos, tudo depende de quem usa.
Já os sapatos podem custar de R$ 1 mil a R$ 1,8 mil, e para quem quer usar luvas pode encontrá-las entre R$ 100 a R$ 200.
Por fim, mas não menos importante, as bolinhas se fazem necessárias. “Um iniciante vai perder cerca de 10 bolas por jogo e cada uma pode sair por R$ 50. Fora do Brasil é muito mais barato, mas você pode comprar de segunda mão nos clubes. Eles recolhem as que são perdidas e vendem depois de fazer a curadoria das que ainda têm condições de uso, o valor varia de R$ 10 a R$ 20”, completa Gabriela.
Vela: barco custa R$ 60 mil
Nas listas dos esportes mais caros para se praticar, a vela figura entre eles. Apesar disso, o Brasil sempre foi um destaque na modalidade. Nas Olimpíadas, por exemplo, os velejadores brasileiros trouxeram 19 medalhes no total ao longo dos anos, sendo oito de ouro.
O básico para quem pretende começar a praticar, como é de se esperar, é ter um barco. “Um da classe laser – que é olímpico, porém também excelente para passeio -, pode custar por volta dos R$ 60 mil. Já um da classe dingue, mais recomendado para passeio e que comporte até três pessoas, está custando em média R$ 35 mil. Mas, é claro que tem barcos com valores muito maiores, cada qual com suas características distintas”, disse Daniel Cândido de Macedo, coordenador de Esportes Náuticos, da Escola Municipal de Vela de Ilhabela.
Um ponto importante é que, além de possuir um barco, o praticante precisará de um lugar para guardá-lo, tendo que colocar na conta o gasto mensal com uma marina ou iate clube. Em média, o custo da mensalidade da vaga é de R$ 60 por pé e varia de acordo com a região do país e os serviços oferecidos.
Além desses valores, é importante incluir outros equipamentos na conta: “coletes de auxílio na flutuação com apito, luvas de proteção para as mãos, calçados de Neoprene com solado antiderrapante, roupas com proteção térmica para dias frios e capacete, dependendo da classe”, contou Macedo.
Triathlon reúne 3 esportes caros
Nadar, pedalar e correr, o triathlon não é mesmo para todos. É para quem quer testar as resistências física e financeira. Para esse esporte, que possui três modalidades, vamos separar pelas fases de cada parte da prova.
Natação
Para quem se dedica ao esporte, é recomendado treinar todos os dias, o que encarece o valor da mensalidade da academia. Para essa primeira parte, os triatletas vão precisar de óculos, touca e sunga ou maiô.
“Você encontra esses itens a preços amigáveis. Os óculos, por exemplo, podem sair a partir de R$ 30. Mas, um realmente bom, sai por cerca de R$ 100. A touca sai por volta dos R$ 50, e a roupa vai depender da preferência da pessoa”, contou José Renato, conhecido como Mosquito, que é coordenador de Esportes do Instituto Baccarelli e tem no currículo 21 provas de IronMan e oito mundiais da modalidade no Havaí.
Mosquito ainda destacou que para quem quer competir, é interessante ter o macaquinho de perna curta para água quente, que desliza mais e já sai vestido para o resto da prova. Segundo ele, essa roupa custa na faixa dos R$ 700. Já a de Neoprene para dias de frio, uma boa opção sai por R$ 2 mil.
Ciclismo
Essa etapa é a que demanda o maior investimento. Para quem compete, Mosquito contou que um bom capacete pode custar na faixa de R$ 2,5 mil. Já a bicicleta pode custar o equivalente a um carro.
“Você pode ter uma bicicleta usada em boas condições por volta dos R$ 30 mil. Uma nova é possível achar por R$ 5 mil, mas uma que seja realmente competitiva, com uma aerodinâmica melhor e que ajude você a render muito mais, sem sair tão cansado para a corrida, ela será por volta de R$ 120 mil”, disse.
Soma-se a isso um possível seguro para a bicicleta e a manutenção. Além disso, para quem quiser ter o kit completo, pode considerar o uso de uma sapatilha com solado de carbono, que custa cerca de R$ 2 mil.
Corrida
A parte de corrida é a que tem o menor custo entre todos. Um tênis com chapa de carbono para a prova pode ser encontrado por R$ 1,2 mil, e um para os dias de treinos pode sair por R$ 700.
Mosquito lembra que é preciso também considerar os gastos com as próprias provas que, eventualmente, podem precisar de viagens. “A inscrição para um triathlon custa cerca de R$ 600, mas para quem quer tentar uma opção mais difícil como o IronMan, o valor pode sair por 800 dólares. Isso sem considerar passagem e hospedagem”, finalizou.
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