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Harmonia financeira: Woodstock, Bauman e rock’n’roll
Eu sempre tive uma paixão peculiar por números, história e o som inebriante do rock. Meu tempo é dividido entre o trabalho no banco, aulas de finanças, noites embaladas por playlists de rock e jazz e leituras sobre épocas passadas que, paradoxalmente, continuam a ressoar com verdades atemporais. Uma dessas verdades se desenrola quando reflito sobre o legado de Woodstock e as lições do livro “Morra Sem Nada”, de Bill Perkins, e como ambos convergem para nos ensinar a arte de viver plenamente.
55 anos de Woodstock e suas escolhas financeiras
Este agosto marca os 55 anos do icônico festival de Woodstock, um evento que não foi apenas musical, mas uma explosão de ideais de liberdade, paz e conexão humana.
Foi um grito coletivo que ecoava a urgência de viver o momento presente, de buscar experiências autênticas em detrimento da busca frenética por posses materiais.
Lembro-me de ouvir “With a Little Help from My Friends” interpretada por Joe Cocker e sentir que aquelas notas vibravam com uma mensagem de comunidade e partilha que transcendia o mero ato de consumir.
A vida é breve
Do outro lado da equação, temos “Morra Sem Nada”, um livro que se alinha perfeitamente com essa filosofia de vida plena.
Bill Perkins nos desafia a reconsiderar nossa relação com o dinheiro e nossas escolhas financeiras, a romper com a ideia de acumulação interminável e a valorizar as experiências que realmente enriquecem nossa existência.
A mensagem é clara: a vida é breve, e o momento de vivê-la é agora, enquanto temos saúde e energia.
Escolhas financeiras
Ambos, Woodstock e Perkins, nos convidam a uma reflexão profunda sobre nossas escolhas financeiras e seu impacto em nosso bem-estar emocional.
Eles nos encorajam a encontrar um equilíbrio entre desfrutar do presente e planejar para o futuro, sem cair na armadilha da acumulação excessiva.
E isso me lembra das aulas de história sobre o estoicismo, onde a sabedoria reside em viver de acordo com a natureza, aproveitando o que a vida oferece no presente sem se prender ao que pode ou não vir a ser.
Como prever o futuro
Mas então, surge a voz de Zygmunt Bauman, com seu conceito de “tempos líquidos”. Ele descreve nossa sociedade moderna como fluida, incerta e instável.
Em um mundo onde tudo parece mudar a cada instante, o planejamento financeiro tradicional, com seus objetivos fixos e estáveis, parece quase anacrônico. Como prever o futuro quando o presente é tão volátil?
No entanto, essa perspectiva não deve nos desencorajar. Pelo contrário, ela nos desafia a sermos mais flexíveis, resilientes e adaptáveis às nossas escolhas financeiras. Em vez de objetivos financeiros rígidos, podemos adotar uma abordagem que permita revisões constantes e ajustes conforme necessário.
Navegar pelos tempos líquidos de Bauman requer uma mente aberta, pronta para mudar de curso quando necessário. Isso sem perder de vista a importância de viver experiências significativas e construir relacionamentos autênticos.
Tudo nos ensina sobre nossas escolhas financeiras
E assim, ao som de um solo de guitarra de Jimi Hendrix, percebo que a sabedoria financeira, a história e o rock não estão tão distantes.
Todos nos ensinam, de maneiras diferentes, a mesma lição fundamental: a de viver com autenticidade, valorizar o presente e manter uma visão equilibrada do que realmente importa, como diz a sábia frase “in medio est virtus” – a virtude está no meio.
Esse ditado latino nos lembra da importância do equilíbrio, de não cair nos extremos até mesmo em nossas escolhas financeiras.
Viver o presente plenamente enquanto nos preparamos para o futuro é a verdadeira arte.
Afinal, como nos lembra Bauman, a única constante na vida é a mudança, e a verdadeira sabedoria está em saber dançar conforme a música que toca.
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