Férias, comprar um imóvel ou se aposentar: como realizar sonhos a partir da sua PLR

Te mostramos como investir, pensando em ter o dinheiro com juros daqui a 1, 5 e 10 anos

Dinheiro da PLR é uma fonte de de renda extra (Foto: Freepik)
Dinheiro da PLR é uma fonte de de renda extra (Foto: Freepik)

O que fazer com o dinheiro da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos bancos privados, que cai na conta neste mês? Para responder a essa pergunta, consultamos Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em finanças comportamentais, e Josias Bento, educador financeiro, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

Os especialistas analisaram três cenários distintos: um de curto prazo, outro considerando que você consegue esperar até cinco anos, e o terceiro olhando para o longo prazo, algo como 10 anos ou mais.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Além disso, cada um desses períodos levou em consideração a realização de um objetivo bem concreto, que pode ser uma viagem, quitação do apartamento ou aposentadoria.

Cenário 1: Para sair de férias ou comprar um carro em 1 ano

De acordo com Patzlaff, para objetivos de curto prazo, é essencial priorizar investimentos com alta liquidez e baixo risco. Para formar uma carteira, o especialista indica ativos como o Tesouro Selic, título público com liquidez diária que pode ser utilizado para reservas de emergência e objetivos de curto prazo. “CDBs com liquidez diária também são boas opções. Alguns bancos oferecem CDBs que rendem acima de 100% do CDI e permitem resgates a qualquer momento”, destaca Patzlaff.

Últimas em Finanças pessoais

Outras alternativas são LCAs e LCIs pós-fixados, segundo Josias Bento, educador financeiro, especialista em investimentos e sócio da GT Capital. Ele também destaca a importância da liquidez para esse cenário.

“Para prazos mais curtos, em que o investidor poderá resgatar a qualquer momento, a liquidez diária é a melhor opção, pois não vemos tanto a parte de rentabilidade e sim o resgate a qualquer momento. Outro bom investimento, além dos ativos bancários, são os fundos de renda fixa, onde há uma cesta de ativos com um grau de rentabilidade maior e uma maior diversificação”, afirma Bento. “Desde que ofereçam liquidez compatível com seu planejamento”, completa Patzlaff.

Cenário 2: Para pagar o imóvel em 5 anos

Para o médio prazo os ativos prefixados são boas alternativas, na avaliação de Bento. Isso porque o investidor já sabe quanto vai receber no final da aplicação.

“Nesse cenário não importa quanto vai dar a inflação ou o CDI do período. O objetivo é a compra de um bem e os juros compostos irão auxiliar nessa realização. Em relação aos produtos os bancários, LCA, LCI e CDB são uma boa pedida”, diz o educador financeiro.

Rentabilidade e segurança

Patzlaff, por sua vez, destaca investimentos que ofereçam um equilíbrio entre rentabilidade e segurança. Nesse sentido, ele cita o Tesouro IPCA+, título que garante a inflação (IPCA) mais uma taxa de juros fixa, protegendo o poder de compra do seu investimento.

“Outra opção são as LCIs/LCAs, que podem oferecer rentabilidades atrativas, já que são isentar de IR. Especialmente as indexadas ao CDI ou à taxa Selic, já que estamos com a Selic alta e a tendência é que continue aumentando”, salienta o planejador financeiro.

Por fim, Patzlaff destaca os fundos multimercados, que “fazem um mix de renda fixa, ações e estratégias internacionais para superar o CDI”.

Cenário 3: Para quem pensa em se aposentar daqui a 10 anos ou mais

Para o longo prazo, a dica dos especialistas é diversificar ainda mais, sempre buscando maior rentabilidade com riscos calculados.

“Além dos Tesouro IPCA+ com vencimentos longos, as previdências privadas (PGBL ou VGBL) são ótimas opções. Especialmente o PGBL, caso você fizer a declaração de Imposto de Renda completa e colocar até 12% da sua renda tributável devido nos benefícios fiscais”, afirma Patzlaff.

“Aqui o leque de produtos abre bastante, pois os créditos privado (CRI, CRA e debêntures) estão com um prêmio muito grande em cima dos títulos públicos”, complementa Bento.

PLR na renda variável

Segundo Patzlaff, para perfis moderados e mais arrojados, as ações (incluindo ETFs e fundos imobiliários) são opções de investimentos em renda variável que tendem a oferecer maiores retornos no longo prazo.

“Embora com maior volatilidade, a diversificação em ações, seja em fundos ou diretamente, pode ser uma estratégia eficiente. Principalmente as negociadas em dólar, que costumam subir no longo prazo, agregando um plus no risco e retorno”, salienta o planejador financeiro.

Por fim, para quem possui um volume maior de investimentos, ele cita os investimentos alternativos, “uma ótima forma de diversificação, sempre em percentuais pequenos do seu patrimônio total”. “O blockchain e os investimentos em private equity vão dar aquele algo a mais que o perfil mais arrojado tanto gosta”, reforça ele.

“A renda variável pode ser uma boa aliada na diversificação de carteira de longo prazo. Mesmo com a Selic com dois dígitos atualmente, o mercado de ações pode ser uma opção para quem tem esse perfil mais agressivo para buscar esses ganhos exponenciais para o longo prazo”, conclui Bento.

Está endividado? A PLR vai te salvar

Para quem está endividado, o melhor uso do dinheiro da PLR é eliminar dívidas. A dica vale especialmente aquelas que têm juros altos como cheque especial ou cartão de crédito. Pensando em um cenário sem dívidas, mas com o orçamento apertado, a melhor forma de utilizar a PLR é começar a construir ou reforçar a reserva de emergência. Para quem já tem uma reserva e não está endividado, a próxima etapa é começar a diversificar os investimentos.

O que é a PLR?

A PLR, ou Participação nos Lucros e Resultados, é uma remuneração extra paga aos empregados conforme os resultados financeiros da empresa. Sendo assim, a base de cálculo da PLR é o lucro anual do banco.

A PLR dos bancos privados deve ser paga em duas parcelas. A antecipação, ou primeira parcela, deve ser paga até o dia 30 de setembro. Já a segunda parcela é paga até o dia 1º de março do ano seguinte, quando o lucro do banco já estiver consolidado.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS