Quanto tempo leva para juntar R$ 220 milhões, prêmio que a Quina de São João paga neste sábado?
Simulamos quanto você precisa investir em bitcoin, Tesouro IPCA e Tesouro Selic para ter esse montante
A Caixa Econômica Federal sorteia, neste sábado (22), um prêmio de R$ 220 milhões para quem acertar os cinco números do concurso especial 6.462 da Quina de São João. A chance de uma pessoa ser a única a acertar sozinha com uma aposta de R$ 2,50 é de 1 em 24 milhões. Mas sem contar com a sorte, será que dá para juntar essa quantia só com uma poupança mensal? Afinal, quanto tempo leva para juntar R$ 220 milhões?
Para tirar essa dúvida, conversamos com o planejador financeiro e especialista em finanças Marlon Glaciano, que simulou quanto tempo levaria para juntar essa bolada aplicando mensalmente em CDB, Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e em bitcoin.
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Para fazer a simulação, Glaciano considerou as seguintes remunerações, levando em conta o resultado dos últimos 12 meses:
- Tesouro IPCA+: 083% ao mês
- Tesouro Selic: 0,88% ao mês
- Bitcoin: 3,84% ao mês
O resultado foi o seguinte:
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Quanto tempo leva para juntar R$ 220 milhões?
Aplicação | Bitcoin | Tesouro IPCA+ | Tesouro Selic |
R$ 1.000/mês | 20 anos | 76 anos | 72 anos |
R$ 5.000/mês | 16,5 anos | 60 anos | 57 anos |
R$ 10.000/mês | 15 anos | 52 anos | 50 anos |
Como se vê, caso depositasse religiosamente R$ 1.000 por mês no Tesouro Selic, o investidor levaria 72 anos para conseguir juntar os R$ 220 milhões. Ou, ainda, 76 anos, se optasse pelo Tesouro IPCA+. Se por acaso dispusesse de R$ 10 mil por mês para poupar, ainda assim levaria mais de 50 anos pela renda fixa.
O caminho mais rápido, de acordo com a simulação, seria se resolvesse apostar todas as fichas no bitcoin. Ainda assim, levaria no mínimo 15 anos investindo R$ 10 mil todo mês para juntar os R$ 220 milhões. Ou duas décadas inteiras, se investisse R$ 1.000 por mês.
Volatilidade x rentabilidade
Nunca é demais lembrar que esta simulação é apenas um exercício, sem que represente, claro, uma promessa de rentabilidade. Afinal, nada garante que estas rentabilidades perdurem pelos próximos anos, ou, no caso do bitcoin, sequer nos próximos meses.
Glaciano lembra que não faz muito tempo a taxa Selic estava no nível de 2,5% ao ano, muito aquém da atual taxa de 10,5% ao ano, que está garantindo a rentabilidade mensal próxima de 1%.
“E não é nada inteligente contar com uma rentabilidade fixa no bitcoin, cuja principal característica é sua intensa volatilidade”, diz. “Não faz muito que o preço da criptomoeda foi de US$ 70 mil para US$ 17 mil, o que levou muitas pessoas a ficarem desesperadas”.
Qual a maneira mais segura de juntar dinheiro?
O melhor é não contar nem com a sorte, nem com rentabilidades futuras, mas sim com a disciplina de poupar.
Em vez de pensar em juntar R$ 220 milhões, o objetivo do investidor deveria ser desenvolver sua inteligência financeira, aconselha Glaciano.
“Para isso, é extremamente importante ter o hábito de poupar de 20 a 30% da receita mensal para que dentro de uma estratégia de diversificação seja possível criar patrimônio relevante ao decorrer da vida”, diz.
É com este patrimônio que a pessoa vai conseguir desacelerar o ritmo de trabalho e se manter após a aposentadoria, além de conseguir também sua independência financeira.
“Tenha em mente que ultrapassar 70% da renda mensal em despesas não é uma atitude sábia. Este comportamento reduz a capacidade de poupar e consequentemente de projetar os seus objetivos e sonhos.”