LCI e LCA podem ser opções para a reserva de emergência?

Entenda como os investimentos certos para seus objetivos podem te ajudar a conquistar seus sonhos

Mas, afinal, onde investir para formar a reserva de emergência? (Foto: Andre Taissin / Unsplash)
Mas, afinal, onde investir para formar a reserva de emergência? (Foto: Andre Taissin / Unsplash)

Até o começo deste ano, muitas pessoas investiam em LCIs e LCAs para montar suas reservas de emergência. Esses nunca foram os produtos ideais para esse objetivo, que precisa de liquidez, mas, por conta da isenção do Imposto de Renda e um prazo mínimo de resgate possível de três meses até então, ajudavam a compor a carteira para os gastos imprevistos. O cenário agora, entretanto, é outro.

Em fevereiro, o CMN aumentou de três para 12 meses o prazo mínimo de investimento nas LCIs, e de três para nove o das LCAs. Já em agosto, o governo resolveu igualar o prazo mínimo de vencimento da LCI e o LCA, em mais um capítulo das mudanças nesses investimentos em 2024.

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“Esses produtos têm sofrido uma quantidade de mudanças regulatórias nos últimos meses. A última regra estabelece que essas letras não têm liquidez imediata. Elas podem ter liquidez a partir de nove meses, mas não são todas que têm, inclusive é muito comum LCAs e LCIs que não preveem liquidez”, explica Jayme Carvalho, economista-chefe da SuperRico.

De acordo com o especialista, “exatamente porque elas não têm liquidez antes de nove meses – ou nunca vão ter liquidez antes do seu vencimento – não servem para reserva de emergência”. “Isso porque o conceito de reserva de emergência é um dinheiro que você possa usar de forma imediata. Portanto, esses não seriam produtos adequados”, salienta Carvalho.

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LCIs e LCAs ajudam a alcançar quais objetivos?

Quer aprender um novo idioma, mudar para uma casa maior ou trocar o carro por um mais novo? De acordo com Jayme Carvalho, LCIs e LCAs são ótimas opções para objetivos de médio prazo como esses – entre um ano e quatro anos. “São produtos que oferecem um grande diferencial: não ter Imposto de Renda. Quando você faz a conta inversa, comparativamente, por exemplo, com os CDBs, RDBs ou títulos públicos, que tem cobrança de IR, você percebe que, muitas vezes, as LCI e LCA têm uma remuneração melhor”, analisa o economista.

Carvalho destaca que isso tem muito a ver com o prazo do investimento – e não só a isenção de IR. “Você está falando de um investimento mais longo, ou seja, o produto tem que te remunerar por você não ter o dinheiro sempre que você quiser. Então, eles são ótimos produtos para os objetivos a partir de um ano e de médio prazo. Já para o longo prazo, há produtos mais adequados, como, por exemplo, a previdência”, afirma o economista.

Mas, afinal, onde investir para formar a reserva de emergência?

A seguir, Jayme Carvalho destaca três produtos para formar a reserva de emergência.

CDBs

De acordo com o economista, os CDBs com liquidez diária são recomendados para formar a reserva de emergência, “dentro do limite do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), portanto, até R$ 250 mil de volume”.

Tesouro Selic

Outro produto para a reserva de emergência é o Tesouro Selic. Mas Carvalho alerta: “São produtos que podem ter ali as suas regras de liquidez e horários”. Ou seja, é importante ter em mente que, apesar da liquidez diária, o resgate do dinheiro não é imediato.

Fundos DI

Por fim, o economista-chefe da SuperRico recomenda os fundos DI para alocação da reserva de emergência. “São fundos que podem ser com cotas no D0, ou seja, você compra e já aplica no D0 e resgata no D0”, destaca o especialista. D0 significa zero dias para o resgate. Assim, o dinheiro cai na conta no mesmo dia em que a aplicação é encerrada.

Em resumo, conforme Carvalho, “é super importante que o cliente possa usufruir dessas três possibilidades: CDB com liquidez diária dentro do limite do FGC, Tesouro Selic, observando os prazos, e fundos de renda fixa no D0”.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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