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Separação milionária da cantora Iza: como evitar problemas quando seu salário é o maior do casal?
Uma das principais atrações do último dia do festival The Town, a cantora Iza fugiu um pouco do seu perfil mais reservado neste ano e colocou em suas últimas músicas recados claros ao ex-marido Sérgio Santos. A separação de Iza, uma das cantoras mais talentosas da atual geração, repercutiu, com notícias apontando que o divórcio assinado em 2022 foi conturbado e envolveu um pagamento milionário.
Recados em novo álbum
Lançado neste ano, o novo álbum da Iza, AFRODHIT, possui referências ao casamento encerrado e não foge de falar da polêmica financeira.
No sucesso “Que Se Vá”, reproduzido mais de 4 milhões de vezes no Spotify, Iza insinua que o ex “quis até o pote da cozinha, vê se pode?”. Ela ironiza que o inspirador da música está andando de carrão, roupa de marca e tênis de coleção. “Sinto te dizer que eu cancelei o teu cartão”, emenda.
Em outro trecho, ela emenda a referência ao pote da cozinha com “10 milhões de dias, se eu cobrar tu tá f*udido”. De acordo com o colunista Lucas Pasin, do UOL, Santos pediu à ex-mulher uma indenização de R$ 10 milhões afirmando se considerar “responsável” pela carreira dela. No entanto, o litígio foi encerrado por um valor ainda alto, mas menor, de cerca de R$ 3 milhões.
Sérgio Santos é produtor musical e engenheiro de gravação, tendo trabalhado em projetos da agora ex-esposa. Hoje, Iza vive um relacionamento sério com o jogador de futebol Yuri Lima.
Dona de números enormes nas plataformas de música, a cantora é a única artista brasileira escolhida para o palco principal do último dia do The Town, neste domingo (10). Ela faz o show de abertura e será sucedida por Kim Petras, H.E.R. e Bruno Mars.
As lições da separação de Iza
A maior parte dos clientes que procuram os serviços do educador financeiro Thiago Martello é formada por casais que querem colocar as finanças em ordem. À Inteligência Financeira, ele conta alguns dos problemas mais comuns que surgem nas consultas e como evitá-los.
O caso de Iza é uma versão ao extremo de um cenário que por vezes aparece, aquele em que uma das partes do casal ganha mais que o parceiro ou parceira. O mais importante, de acordo com o especialista, é que o assunto não seja um tema proibido dentro de casa.
“O que eu mais defendo é que os casais conversem e decidam juntos como vão levar a vida financeira. É importante o assunto dinheiro ser tratado de forma natural e corriqueira. Não pode se ter um tabu para falar sobre dinheiro”, afirma Martello.
A separação de Iza: quando o casal trabalha junto
Mesmo com a repercussão da separação de Iza, nem a cantora nem Sérgio Santos vieram à público falar sobre como eram os combinados do casal a respeito das finanças, tampouco se havia algo assinado a respeito da parceria profissional que tinham. No entanto, a relação entre Iza e o produtor musical traz lições para um tipo de situação que é comum entre os mortais.
Trata-se do caso em que uma das partes do casal tem sucesso profissional em uma carreira ou um negócio e o outro trabalha junto. Por exemplo, se uma das partes é empresária e a outra passa a trabalhar como funcionária nesse negócio próprio.
Thiago Martello explica que, de cara, tem que ficar claro para ambas as partes qual é a relação que está se estabelecendo. Se é uma sociedade ou se um irá exercer um trabalho como funcionário do negócio do outro.
Em ambos os casos, a única vacina contra problemas futuros é que tudo esteja acordado e, de preferência, legalmente formalizado. Trata-se de algo que poderia ter evitado os conflitos na separação de Iza, por exemplo, se tudo estivesse devidamente combinado previamente.
“Existe a necessidade de distinguir as relações. Se for uma sociedade, o casal tem que definir qual é o percentual de cada um dentro da empresa, um acordo formal. Se for funcionário, é mais simples ainda. É o caso de registrar a carteira ou de abrir um CNPJ como se pede de qualquer outro colaborador ou fornecedor”, recomenda.
O que fazer quando um ganha muito mais do que o outro
Thiago Martello conta que algo muito comum no consultório é uma das partes do casal sequer saiba quanto a outra de fato ganha. “É comum que na consulta um se assuste ao saber o salário do outro ou mesmo quanto a pessoa gasta por mês com o cabelo ou com o carro, por exemplo”, diz.
Parte do trabalho do educador financeiro é justamente fazer essas perguntas para, municiado de informações, elaborar um plano para a gestão das finanças do casal. Portanto, isso só reforça que os casais que fazem a administração das contas de casa também precisam saber exatamente tudo que entra e tudo que sai.
Para a situação em que uma das partes ganhe mais, ou muito mais, do que a outra, o especialista explica que a regra geral é que os casais façam um combinado de como vão levar a situação. Por outro lado, a pior opção é só ir levando a situação, o que em geral vai fazer a bomba estourar em uma discussão lá na frente.
Mas que opções que os casais tem? Thiago Martello diz que a sua recomendação aos clientes varia de acordo com o momento do relacionamento que o casal vive.
Começo de namoro: ‘Nada de emprestar o cartão’
Para namorados que não vivem juntos, ele sugere que cada um tenha sua vida financeira. “Nada de emprestar cartão, nome ou carro. Conheça os limites de cada um, e só depois que você parte para uma parceria financeira”, recomenda.
Martello explica que é muito comum que esse tipo de arranjo resulte até em problemas com a Justiça. “Temos inúmeros casos de fraudes e semelhantes relacionados a isso. É um risco enorme para quem empresta”, diz.
Morando juntos, mas com contas separadas
Quando um casal de namorados passa a morar junto, entram em jogo os boletos, com contas que dizem respeito aos dois. No entanto, aqui estamos falando de casais que ainda não estão se casando no papel, decididos a viver juntos até que a morte os separe. Mas sim de namorados, que juntaram as escovas de dente e vão dividir um mesmo teto por um tempo indeterminado.
Para Thiago Martello, o ideal é que as contas de cada um continuem separadas. Na hora de pagar os boletos, o especialista recomenda que o casal faça um cálculo proporcional. “Se uma pessoa ganha R$ 10 mil, a outra ganha R$ 3 mil e as duas gastam R$ 5 mil por mês, não dá para cada uma pagar R$ 2,5 mil. Precisa equilibrar de acordo com o que cada uma recebe”, sugere.
O especialista propõe que, por exemplo, se uma pessoa recebe 30% do total que o casal ganha por mês, que ela pague o equivalente a 30% das contas. “É algo que o casal pode fazer para tentar um equilíbrio”, explica.
Casou de papel passado: é hora de juntar as contas?
Para Thiago Martello, quando o casal decide passar a etapa de formalizar a relação em um casamento ou união estável, o ideal é que deixem de considerar rendas individuais e passem a considerar uma única renda familiar.
Portanto, em um caso como o do exemplo acima, o ideal é que o casal faça seu planejamento considerando que, juntos, possuem uma única renda mensal de R$ 13 mil. “A lógica do casamento é a união”, argumenta.
Martello pondera, no entanto, que estamos falando de casais que se unem com comunhão universal ou parcial de bens. Na primeira modalidade, há a união de todos os bens, mesmo os adquiridos antes do casamento e os provenientes de herança. Na segunda, apenas os bens adquiridos após o casamento são partilhados em caso de divórcio.
“Se o casal logo de cara decide casar com regime de separação total de bens, aí já está estabelecido previamente como será o casamento”, explica, dizendo que o arranjo ideal é algo semelhante ao do casal de namorados que vivem juntos, com divisão proporcional.
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