Como pagar menos Imposto de Renda em 2025?

Como pagar menos Imposto de Renda em 2025? Existem muitos caminhos para você fazer isso, seja por meio de investimentos, seja aproveitando as deduções permitidas pela Receita Federal.

Para te ajudar nessa jornada, conversamos com o advogado Waldir de Lara, da Larafy Contabilidade e também com Giane Coelho, assessora de investimentos e educadora no canal Aplique seu Dinheiro, que detalharam como aplicar essas estratégias. Confira a seguir.

Como pagar menos Imposto de Renda em 2025

De acordo com Waldir de Lara, é possível reduzir significativamente o valor do imposto devido no ano seguinte se o contribuinte souber aproveitar as deduções que cada tipo de declaração oferece.

O primeiro passo é saber, de antemão, qual será a opção de tributação que vai escolher: se a declaração completa (das deduções legais) ou a simplificada.

Para decidir entre completo e simplificado, faça essa comparação simples:

• Some todas as deduções que você teria direito no modelo completo (PGBL, dependentes, saúde).
• Compare o valor total das deduções com o desconto automático de 20% da simplificada (atualmente limitado a R$ 16.754,34).
• Se suas deduções forem maiores que o desconto simplificado, o modelo completo é a escolha certa para pagar menos.

Caso vá declarar pelo modelo completo, então, poderá pagar menos IR com as seguintes estratégias:

Não se esqueça das despesas médicas

As despesas médicas não têm limite de dedução, o que significa que você pode abater qualquer valor gasto com médicos, hospitais, dentistas, exames, cirurgias, próteses e planos de saúde.

Porém, lembre-se de guardar todos os documentos que comprovem essas despesas, como notas fiscais e recibos, pois sem isso não é possível deduzir. Não é possível, porém, deduzir gastos com remédios ou vacinas, a menos que constem da nota do hospital.

Invista em educação

A Receita permite deduzir despesas com educação, mas até o limite de R$ 3.561,50 com o titular da declaração e também para cada dependente. A dedução, porém, só abrange os gastos com educação formal, como ensino infantil, fundamental, médio e superior, incluindo cursos de graduação e pós-graduação. Não entra nessa conta os cursos com idiomas, por exemplo.

Pague a pensão alimentícia de forma legal

Quem paga pensão alimentícia pode abater o valor total do Imposto de Renda. Mas isso apenas se esses pagamentos constarem de uma decisão judicial ou acordo homologado em cartório.

Faça o livro-caixa

Profissionais autônomos como médicos, advogados, dentistas podem deduzir várias despesas relacionadas a sua atividade profissional no livro-caixa. Alguns exemplos são aluguel, funcionário, custos com materiais, etc. Esses gastos podem reduzir o lucro tributável e, consequentemente, o imposto devido.

Aproveite as doações incentivadas

As doações feitas para fundos de direitos da criança e do adolescente, fundos do idoso, projetos culturais e audiovisuais, e atividades desportivas, desde que dentro dos limites estabelecidos (normalmente até 6% do IR devido), também podem ser deduzidas.

Como pagar menos Imposto de Renda usando investimentos

Fazer uma gestão inteligente de investimentos também permite pagar menos Imposto de Renda, explica Giane Coelho. Veja, a seguir, algumas destas ferramentas:

Invista em PGBL

Quem declara pelo modelo completo e investe em um plano de previdência do tipo PGBL poderá deduzir até 12% da sua renda tributável no Imposto de Renda. Por exemplo, uma pessoa que tenha R$ 100 mil de rendimentos tributáveis em 2024 poderá deduzir até R$ 12 mil com o PGBL.

“O PGBL é uma das soluções mais recomendadas para quem quer diminuir o valor do Imposto de Renda a pagar. Ele funciona como uma dedução poderosa, reduzindo até 12% da sua renda bruta tributável. Esta é a melhor aposta para reduzir a base de cálculo”, afirma Lara.

Como calcular se vale a pena investir em PGBL para pagar menos Imposto de Renda

Mas investir em PGBL não é uma solução mágica que serve para qualquer pessoa. Para saber se vale a pena adotar essa estratégia, faça assim, ensina Lara:

1. Calcule sua renda tributável total no ano. (Rendimento de salário, pró-labore, aluguéis)
2. Calcule 12% desse valor, que é o montante máximo que você pode investir no PGBL para aproveitar a dedução
3. Simule seu imposto com e sem esse investimento.
4. Atenção: o PGBL só poderá ser deduzido no modelo completo.

“Lembre-se de que ao investir no PGBL, você está adiando a tributação para o futuro, ou seja, na hora do resgate. O truque é entender se você se beneficiará mais agora (ao deduzir esses valores) ou no futuro, quando o imposto será cobrado sobre o resgate, mas potencialmente numa alíquota menor.”

Giane Coelho lembra que não adianta deixar para investir em PGBL na última hora.

“Se quiser ter certeza de que vai aproveitar o benefício fiscal, programe-se para investir até a semana anterior ao Natal, para não ser pego de surpresa com feriados bancários”, diz. “Alguns bancos e instituições aceitam investimentos no último dia útil do ano, 30 de dezembro, mas é arriscado deixar para a última hora.”

Escolha investimentos isentos

Determinados investimentos são 100% isentos de Imposto de Renda. Ou seja, ao escolher essas aplicações, você já estará evitando pagar IR. Atualmente, os investimentos isentos disponíveis para aplicação são: poupança, LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas.

Aproveite a isenção mensal das ações

São isentos os ganhos líquidos em operações efetuadas com ações e com ouro (ativo financeiro), se o total das vendas de cada ativo, realizadas no mês (considera-se o mês inteiro, por exemplo: janeiro, fevereiro etc.), for menor ou igual a R$ 20 mil.

Mas vale lembrar que essa isenção não vale para operações day trade. Veja como declarar lucro ou prejuízo com ações no IR.

Alongue sua carteira

Alongar a carteira é uma excelente estratégia para pagar menos Imposto de Renda, explica Giane. Isso porque algumas aplicações têm incidência de Imposto de Renda regressivo, o que significa que, quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado, menos IR vai incidir sobre os rendimentos.

“Muitas pessoas preferem deixar muito dinheiro aplicado no curto prazo, sem necessidade, apenas por insegurança. Se deixar o dinheiro aplicado por menos de 6 meses, vai pagar 22,5%. Mas se deixar o dinheiro por dois anos, paga 15%, explica.

“Não é recomendável não ter nenhum tipo de aplicação com liquidez imediata, já que a reserva de emergência deve estar nesse tipo de investimento. Mas se alongar pelo menos uma parte da carteira, já vai estar pagando menos IR”, diz.

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