Como organizar as finanças para comprar o primeiro imóvel?
Entenda como se preparar para assumir esse compromisso de longo prazo e não se endividar
Um em cada três brasileiros considera alta a chance de deixar o atual imóvel e se mudar nos próximos dois anos, segundo o Censo QuintoAndar de Moradia, pesquisa feita em parceria com o Datafolha. Entre os mais de três mil entrevistados, 19% gostariam de mudar para a casa própria. Na prática, a compra de um imóvel exige muito planejamento. “No caso de um financiamento, existe um caminho para seguir. Você precisa se organizar financeiramente de forma que sua renda não fique completamente tomada por esse compromisso de longo prazo”, ressalta Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar. De acordo com o especialista, o ideal é que a parcela do valor do imóvel não comprometa mais do que 30% do orçamento.
Por onde começar
O primeiro passo é entender se essa dívida, em geral de longo prazo, cabe no seu bolso. “Não adianta financiar um imóvel e comprometer metade das contas, por exemplo. É fundamental colocar todos os gastos no papel e simular como ficaria a situação com esse compromisso a mais”, explica Carlos. Outro ponto importante é ter uma reserva financeira. “Pelo menos seis meses de gastos mensais garantidos. Se eventualmente você perde sua renda ou tem qualquer imprevisto, precisa estar coberto. Se você não pagar a parcela, corre o risco de perder o imóvel. Ter uma reserva te ajuda a manter as contas em dia até se reestruturar”, ressalta o planejador.
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A partir disso, escolhendo as melhores taxas e assumindo o compromisso, é o momento de ter o controle financeiro na ponta do lápis. “É uma dívida de longo prazo, que exige disciplina. Você precisa ter esse controle de fluxo de caixa muito regrado, de receitas e despesas. Por uma série de razões o consumo pode ficar mais caro, e isso tira espaço do seu orçamento. Se você não acompanha de perto as finanças, corre o risco de ser pego de surpresa e se endividar”, explica Carlos.
Imóvel na planta ou pronto?
A escolha entre o imóvel na planta ou já pronto não muda o compromisso financeiro. “Tudo depende de preferências pessoais. O planejamento não muda tanto. No caso do imóvel na planta, a incorporadora usa sua entrada para comprar insumos e erguer o imóvel. E aí você parcela a diferença”, ressalta o especialista. Se você busca uma infraestrutura mais moderna e já pensa em personalizar o lugar de acordo com seu gosto, a aquisição na planta pode ser uma boa opção. Se quer morar em um local específico e quer se mudar logo depois da aquisição, o imóvel pronto é uma saída.
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FGTS pode ser seu aliado
Se você optou pelo financiamento do imóvel, pode pagar parte do valor da entrada ou amortizar as parcelas da dívida com seu saldo do FGTS. Você pode acionar essa opção quantas vezes quiser, desde que espere dois anos para repetir a operação no mesmo financiamento. “A forma mais recomendada de usar o FGTS é encurtando a dívida. Assim, você reduz as parcelas de trás para frente e, consequentemente, vai pagando menos juros”, explica Carlos.
Este é o terceiro conteúdo do especial Meu primeiro imóvel. Leia os outros aqui na Inteligência Financeira!