Empréstimo pelo Auxílio Brasil: entenda como funciona e os riscos da operação
Entenda se vale a pena - ou não - pedir o empréstimo consignado
Nas últimas semanas, o Governo Federal confirmou a liberação do empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.
A medida, publicada no Diário Oficial da União, foi regulamentada pela Lei nº 14.431. Os interessados poderão solicitar o empréstimo para uma instituição financeira e autorizar o desconto, que será feito automaticamente.
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No caso do empréstimo pelo Auxílio Brasil, o benefício poderá ser comprometido em até 40% considerando seu valor mínimo de R$ 400.
O Auxílio Brasil de R$ 600 só será pago até dezembro de 2022. Por isso, esse valor não é considerado no teto do desconto.
“Ao solicitar o empréstimo consignado, o beneficiário terá o valor das parcelas subtraídas mensalmente do valor do Auxílio. Por exemplo: se o Auxílio Brasil é de R$400 e o valor da parcela do empréstimo consignado contratado for de R$160, enquanto houver parcelas a pagar, o valor do benefício será de R$240”, explica Eliane Tanabe Deliberali, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro.
Bancos já estão se posicionando
A novidade tem gerado polêmica.
Poucas instituições afirmaram que devem aderir ao empréstimo e ressaltaram que a efetivação ainda depende da regulamentação do governo.
Um dos únicos que confirmou que deve mesmo oferecer o produto é o Agi, antigo Agibank.
Já o Itaú Unibanco decidiu não oferecer o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.
“É uma adesão preocupante considerando que os beneficiários são pessoas de baixa renda, que estão em situação de vulnerabilidade econômica e que provavelmente não têm muito conhecimento sobre o mercado financeiro e de crédito”, ressalta Caio Mastrodomênico, analista econômico e CEO da Vallus Capital.
Quais são os riscos do empréstimo pelo Auxílio Brasil?
Ao contratar o empréstimo, automaticamente o beneficiário tem a redução do valor do Auxílio Brasil. Com isso, pode não conseguir arcar com o pagamento da nova dívida.
“O risco é muito grande da pessoa usar o valor do empréstimo e não ter dinheiro suficiente para as despesas recorrentes. Esta é uma situação que pode levar a um endividamento insustentável financeiramente”, alerta Eliane.
Tomar esse tipo de empréstimo requer muito cuidado.
“É preciso entender se realmente é necessário pegar o empréstimo e quais as prioridade para o uso do dinheiro do Auxílio Brasil. Se for preciso, avaliar bem as condições de taxa de juros e prazo para pagamento”, aconselha Eliane.
Se o dinheiro emprestado estiver muito caro, ou seja, com alta taxa de juros, é um sinal de alerta.
“Você corre o risco de não conseguir honrar com as parcelas e perder totalmente o controle das finanças. O prazo, se muito longo, também pode levar a esse descontrole financeiro, pois a renda do Auxílio Brasil ficará reduzida até o fim das parcelas”, ressalta a planejadora.