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Um olho no bloquinho, outro no bolso: fique atento aos principais golpes no Carnaval
Um dos eventos mais aguardados do ano está prestes a começar: o Carnaval. E, com ele, claro, vem muita diversão, fantasias, glíter, máscaras e tudo mais o que a folia proporcionar. O problema é que há também golpes.
E para você não cair em alguma fraude durante os dias de folia, é importante saber quais são esses golpes e de que forma se proteger. Por isso, a seguir, a gente te mostra quais são as principais fraudes que acontecem durante as festas de rua. E mais, como proteger o seu bolso destes golpes de Carnaval.
Então, abram alas, que o bloco da segurança está entrando na avenida!
5 golpes no Carnaval para ficar atento
A gente já está cansado de saber que, seja no bloquinho ou atrás do trio elétrico, é importante cuidar bem da carteira e do celular. E por mais que você já tenha alguns recursos para evitar roubos, também é necessário tomar algumas atitudes para não cair em golpes, seja no Carnaval ou em qualquer outra aglomeração.
Vem que, enquanto você ajusta a fantasia e termina de passar a última tonelada de glíter, a gente te conta tudo sobre as fraudes de Carnaval.
1. Golpe da maquininha de aproximação
Esta fraude funciona assim: enquanto você está lá, curtindo o som, jogando confete e serpentina no povo, sem se preocupar com a hora do Brasil, criminosos aproximam a maquininha perto do seu cartão – que pode estar no bolso, na carteira ou na bolsa – e realizam um pagamento por aproximação sem você nem perceber.
E aí, meu querido, só na fatura ou no extrato da sua conta que você irá tomar consciência do ocorrido.
“O que acontece é que a sensibilidade dessas máquinas está mais aguçada. Então, é possível que o golpista, mesmo estando com o menor desses dispositivos no bolso, possa se aproximar de uma vítima, captar o sinal de um eventual cartão com sistema por proximidade e, dessa forma, lesar o indivíduo”, afirma Feliciano Lyra Moura, sócio do Serur Advogados.
Mas vale saber que as tecnologias por aproximação ocorrem na distância máxima de até 4 cm entre a máquina e o cartão. Ou seja, você precisa estar bem próximo da máquina para que este golpe funcione.
Desse modo, o que fazer para evitar este golpe de Carnaval? Feliciano Moura e Fernando Guimarães, CEO da Stone Age ensinam:
- Manter seus cartões por aproximação em uma carteira com proteção a leitura (chamada de “carteira para cartões RFID”);
- Envolver o cartão com camadas de papel alumínio;
- Reduzir ao mínimo o limite do seu cartão;
- Ativar no site da instituição financeira ou aplicativo o modo alerta de utilização de cartão, para que toda e qualquer operação realizada com o cartão seja indicada no celular.
Além disso, o Procon-SP também alerta que é possível desativar essa função de pagamento. Para isso, basta entrar em contato com o seu banco para entender como fazer esta desativação.
Sem esquecer que os bancos só podem habilitar o sistema de aproximação com a autorização do consumidor. Fique ligado com isso.
2. Golpe que bloqueia pagamento por aproximação
Esta é uma fraude que surgiu recentemente. “O consumidor tenta fazer o pagamento por aproximação, que é negado. E aí, ao colocar o cartão na máquina, todos os dados são clonados por um programa espião”, explica Victor Hugo Ereira Gonçalves, presidente do Instituto Sigilo.
O problema aqui é que, na maioria dos casos, o vendedor não é o responsável pelo golpe. Isso porque, geralmente, os bandidos entram em contato com o comerciante dizendo que são funcionários das empresas das maquininhas de cartão e precisam realizar uma manutenção no aparelho.
Em seguida, os criminosos pedem para que o vendedor baixe um arquivo por meio de um link. Ao clicar neste endereço, um vírus é instalado no sistema e os bandidos passam a ter acesso remoto ao programa que fica conectado à máquina de cartão. Podendo, inclusive, inserir mensagens falsas de erro na tela do aparelho.
“O cliente deve ter em mente que não existe isso de falha na leitura por proximidade se o chip do cartão estiver em perfeita operação. O máximo que pode ocorrer é realizar o pagamento por aproximação e a maquininha ainda assim solicitar a senha numa forma de validação em duas etapas da transação”, alerta Moura.
Sendo assim, se este golpe de Carnaval acontecer com você, não insira o cartão na máquina, claro. Desse modo, utilize outra forma de pagamento, como dinheiro ou Pix, ou desista da compra caso tenha tentado novamente pagar por aproximação e não consiga.
3. Golpe da troca de cartões
De acordo com os especialistas, esta fraude já é bem antiga. Funciona da seguinte forma: durante a compra, o criminoso usa do momento de descontração e muito movimento de pessoas ao redor para observar a senha que está sendo digitada na maquininha e, ao mesmo tempo, trocar o cartão da vítima por outro.
Assim, ele consegue realizar qualquer tipo de transação sem nenhum impedimento. E aí, sinto informar, mas você caiu em um golpe de Carnaval.
Diante disso, o melhor a fazer neste caso é jamais entregar seu cartão na mão de alguém. “Hoje em dia não há qualquer sentido em passar seu cartão para as mãos de outra pessoa. Afinal de contas, a inserção do cartão com chip na maquininha é feita pela própria pessoa, tal como no pagamento por aproximação”, aponta Moura.
Além disso, é muito importante ficar atento para que outras pessoas não enxerguem a senha quando você estiver digitando. Sem esquecer de não realizar a compra se a maquininha estiver com o visor quebrado ou que não permita a leitura dos dados.
O Procon-SP aponta também que é importante ficar de olho se os números da senha aparecem na tela da maquininha enquanto você passa o cartão. Isto, claro, não pode acontecer.
Caso seja muito necessário entregar o cartão para outra pessoa, verifique sempre se o vendedor devolveu o seu cartão. Para isto, claro, basta olhar o nome impresso no objeto.
E mais: não anote a senha do cartão em lugar algum. O correto, claro, é memorizar a sequência de números.
4. Furtos de celulares
Smart phone no bolso durante o bloquinho ou atrás do trio elétrico é chamariz para os criminosos. Sem esquecer aquelas pessoas que resolvem tirar fotos no meio da multidão. Jamais faça isto!
Ao furtar o seu celular, os ladrões repassam rapidamente o aparelho para um técnico que quebrará a criptografia do celular para, assim, ter acesso aos aplicativos de bancos baixados no aparelho.
E então, o que fazer?
“Nunca deixar o login automático em contas digitais e de e-mail. Lembrando que o e-mail é utilizado para recuperar a senha de acesso aos aplicativos de bancos e carteiras digitais”, afirma Fernando Guimarães.
É importante também habilitar a utilização do cartão em carteira digital apenas com senha. “O conjunto aleatório de números e letras tem que proteger não só o acesso ao cartão como também na realização de compras”, alerta Marcos Poliszezuk, sócio-fundador do Poliszezuk Advogados.
Outra dica é ter apenas um aplicativo de banco no seu celular. “Deixar nessa conta o mínimo necessário para sua utilização diária ou semanal. E se isto não for possível, vale ter um segundo equipamento telefônico exclusivo para situações como estas”, fala Feliciano Moura.
5. Golpe da promoção
De acordo com Guimarães, outro golpe de Carnaval que tem se tornado comum é o golpe do brinde.
“Criminosos distribuem um brinde e pedem que a pessoa informe alguns dados cadastrais e tire uma foto segurando o objeto recebido. Os dados capturados e a foto são usados posteriormente para a abertura de contas fraudulentas em outras instituições”, conta o especialista em segurança digital.
Dessa forma, é extremamente importante sempre desconfiar de promoções inusitadas e preservar ao máximo os seus dados pessoais.
Cai em um dos golpes de Carnaval, e agora?
Se durante a folia você tiver um deslize e acabar sofrendo um destes golpes de Carnaval, calma, que existe uma luz no fim do bloquinho.
O primeiro passo é entrar em contato com o banco emissor do seu cartão – ou da carteira digital – e pedir o bloqueio do objeto. Além, claro, de comunicar sobre o roubo e possíveis transações fraudulentas que possam ter sido realizadas.
Em seguida, faça um boletim de ocorrência virtual. Esta atitude, além de facilitar o processo de contestação da compra, ajuda a polícia a ter estatística que auxiliam nas investigações e planejamento de medidas para o combate desses crimes.
E caso a instituição financeira se recuse a restituir o valor fraudado, vale procurar o site do Bacen para a abertura de uma queixa, o Procon e também os Juizados Especiais.
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