Final de ano chegando e, com ele, a hora de rever as metas alcançadas (ou não) e fazer uma nova lista. Com os investimentos não poderia ser diferente. Você já parou para pensar nos objetivos das suas aplicações? Os adeptos ao goal based investing (GBI) sim. O método, também conhecido como investimento baseado em metas, começou a se popularizar com o livro You can be rich too with goal based investing, escrito pelo autor indiano M. Pattabiraman.
Mesmo assim, por aqui ele ainda é pouco conhecido. O GBI é um conceito de investimento em que os resultados são medidos de acordo com o progresso em direção aos objetivos traçados. É muito comum que os investimentos e portfólios sejam pensados com foco na rentabilidade. No goal based investing, ela não é o fim, mas o meio. “O foco nesse caso é atingir as metas estabelecidas”, explica Elle Braude, planejadora financeira CFP pela Planejar. Dessa forma, a alocação de ativos e toda a estratégia é pensada em cima disso.
O olhar no GBI é outro. É como se houvesse pequenas carteiras de investimento atreladas aos objetivos – comprar uma casa, garantir os estudos dos filhos, fazer uma grande viagem ou envelhecer com tranquilidade financeira. “O método ajuda o investidor a entender e tangibilizar seus objetivos, aumentando a motivação e a disciplina”, explica Elle.
Etapas do goal based investing
Qualquer um pode adotar o investimento baseado em metas. O importante, antes de tudo, é conhecer pelo menos o básico sobre renda fixa e variável e identificar seu perfil de investidor. Isso será essencial para uma das fases do planejamento. Segundo Elle, o GBI passa por quatro principais etapas:
Traçar os objetivos
Aqui você precisa ter claro aonde quer chegar com seus investimentos. É nessa etapa que os sonhos e metas são colocadas no papel. “Muitas vezes o investidor não tem clareza sobre qual é seu objetivo ou desejo. É importante listar tudo e separar aquilo que realmente é uma prioridade. As metas precisam ser específicas, detalhadas”, ressalta Elle. Ter saúde financeira, por exemplo, é muito abstrato.
Calcular o dinheiro necessário
Definindo os objetivos, a próxima etapa é calcular o quanto de dinheiro você vai precisar para atingi-los. Aqui, também é preciso ter claro se as metas são de curto, médio ou longo prazo. Esse exercício também funciona como um filtro. “Muitas vezes queremos abraçar o mundo mas nem sempre temos renda para isso. Não adianta traçar muitas metas e sacrificar todo seu dinheiro”, ressalta Elle.
Montar um plano de investimento
É aqui que o dinheiro trabalha para você. Nessa etapa do goal based investing, as metas são vinculadas a uma estratégia de alocação de ativos personalizada com base no seu perfil e apetite ao risco. “Levamos em consideração o período para atingir a meta, o quanto será aplicado, inflação, rendimento de cada aplicação e outros vários fatores. A partir disso, montamos um mix de investimentos para cada objetivo”, explica Elle. Se a meta é de curto prazo, por exemplo, o ideal é que os ativos sejam conservadores. Se o tempo é maior, dá para arriscar um pouco mais.
Monitorar os resultados
O investimento baseado em metas requer disciplina. Isso inclui monitorar os resultados e o desempenho dos ativos. No meio do caminho, pode ser que você precise fazer alguns ajustes. “Um dos riscos do goal-based Investing é justamente não conseguir atingir um determinado objetivo no tempo proposto. Por outro lado, quando você acompanha e vê que está conseguindo seguir o que foi traçado, fica ainda mais motivado para concluir as metas”, afirma Elle.