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Precisamos falar sobre planejamento sucessório
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O objetivo é facilitar a transferência de bens, reduzindo a burocracia neste tipo de processo
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O primeiro passo é falar sobre dinheiro dentro de casa
Falar sobre planejamento sucessório nem sempre é o programa preferido das pessoas. Ele nada mais é do que o processo de definir a sucessão do seu patrimônio após a sua ausência. É natural que muitos evitem assuntos que remetem à morte, mas ter uma sucessão bem planejada é extremamente importante por vários motivos.
“A mulher da casa abandonada” e outros casos famosos
Quando o assunto é herança e testamento, logo vem à cabeça uma série de casos envolvendo brigas familiares. O podcast “A mulher da casa abandonada”, por exemplo, traz a história de Margarida Bonetti, herdeira de um patrimônio que inclui terrenos, imóveis e joias – tudo travado desde 1998 por conta de um processo judicial que envolve outros membros da família. Outros casos famosos, como o do apresentador Gugu Liberato ou a disputa judicial de Antonia Fontenelle, viúva do diretor televisivo Marcos Paulo, ganharam a mídia pelo mesmo motivo.
“Esse costuma ser um tópico delicado, mas que precisa ser debatido. Eu diria até mesmo que temos um problema anterior a ele: as pessoas não falam sobre dinheiro dentro das famílias. Antes de pensar em como transmitir esses bens, é preciso incluir esse assunto dentro de casa”, ressalta Matheus Bacha, consultor da W1 Consultoria Financeira.
Por que fazer um planejamento sucessório?
Também conhecido como “inventário em vida”, o planejamento sucessório acelera e facilita a transferência dos bens, reduzindo consideravelmente a burocracia neste tipo de processo e, portanto, uma série de gastos. “Quando esse planejamento não é feito em vida, ele se torna muito mais custoso, já que os familiares precisam abrir um inventário, pagar uma série de impostos e honorários advocatícios”, explica Bacha.
Além disso, o planejamento sucessório evita um problema muito comum: as desgastantes batalhas judiciais entre herdeiros, em que muitas vezes famílias terminam desfeitas. “Se o falecido não deixa muito claro como será feita a transmissão desses bens pode acabar afetando o relacionamento da família e gerando uma briga que muitas vezes não tem volta”, ressalta Bacha.
Quais são as formas de planejamento sucessório?
Existem algumas estratégias e ferramentas que ajudam a organizar essa transição patrimonial. A escolha depende da quantidade de bens, número de herdeiros e da realidade daquela família. As principais são: testamento, inventário, seguro de vida e plano de previdência privada. “O seguro de vida, por exemplo, te dá uma proteção em caso de morte inesperada. Ele pode cobrir gastos com honorários e impostos que seriam cobrados na transferência dos bens. Já o testamento entra mais para definir como esse patrimônio será distribuído”, explica Bacha.
O processo de planejamento sucessório também tem seus custos, mas menores. Os custos com tributação, por exemplo, dependem da metodologia escolhida e dos bens do patrimônio, mas basicamente você pode se deparar com três tipos de impostos: Imposto de Renda, Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto de Transmissão Causa Mortis ou Doação.
Como começar a se planejar
O primeiro passo é justamente falar sobre dinheiro dentro de casa. “É claro que cada família tem uma dinâmica, mas é importante tentar falar sobre os bens que você tem”, aconselha Bacha. Depois, o ideal é entrar em contato com um profissional para avaliar os custos que envolveriam o planejamento sucessório e escolher a melhor estratégia.
“No caso do seguro, por exemplo, ele pode ser feito em paralelo ao processo de transferência em vida. Depois de concluir o planejamento, você pode até mesmo cancelar o seguro e recuperar uma parte como resgate. É importante definir e listar os bens que entrariam nesse processo, dimensionando os custos. A partir disso existem diversas possibilidades”, ressalta o consultor financeiro.
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