Qual o valor do salário mínimo ideal para a família brasileira?

Pesquisa do Dieese revela quanto custa para sustentar quatro pessoas, e veja só, o valor está bem abaixo do atual R$ 1.212

- Ilustração: Marcelo Andreguetti
- Ilustração: Marcelo Andreguetti

De acordo com a pesquisa mensal de preços do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o piso nacional de R$ 1.212. Em maio, o valor necessário era de R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o mínimo.

Em contrapartida, em junho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00. A pequena queda no valor do mínimo ideal se deve à desaceleração, ainda que tímida, da inflação.

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Qual o custo da cesta básica nas capitais brasileiras?

Ainda de acordo com o levantamento, o valor da cesta básica de alimentos aumentou em junho em nove das 17 capitais onde o Dieese realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste, nas cidades de:

  • Forteza: 4,54%;
  • Natal: 4,33%;
  • João Pessoa: 3,36%.

Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul:

  • Porto Alegre: -1,90%; 
  • Curitiba: -1,74%;
  • Florianópolis: -1,51%.

Segundo a pesquisa, São Paulo foi a capital onde a cesta básica teve o maior custo, R$ 777,01. Veja a lista:

  • São Paulo: R$ 777,01;
  • Florianópolis: R$ 760,41;
  • Porto Alegre: R$ 754,19;
  • Rio de Janeiro: R$ 733,14.

Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em:

  • Aracaju: R$ 549,91; 
  • Salvador: R$ 580,82;
  • João Pessoa: R$ 586,73.

Na comparação com junho do ano passado, todas as capitais pesquisadas tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.

E quais produtos mais aumentaram?

De acordo com a pesquisa, entre os produtos cujo preço aumentou em todas as capitais aparece o leite integral com as maiores altas em: 

  • Belo Horizonte: 23,09%;
  • Porto Alegre: 14,67%; 
  • Campo Grande: 12,95%;
  • Rio de Janeiro: 11,09%.

No caso da manteiga, as maiores elevações ocorreram em:

  • Campo Grande: 5,69%; 
  • Belém: 5,38%;
  • Recife: 3,23%.

Em 15 das 17 capitais o preço do quilo do pão francês subiu, com os maiores percentuais em:

  • Belém: 10,29%;
  • Salvador: 3,36%;
  • Natal: 3,21%.

O preço da farinha de trigo, que é coletada no Centro-Sul, teve seu preço elevado em todas as capitais, com destaque para Brasília, com 6,64% de aumento e Vitória, com 5,49%.

O quilo do feijão carioquinha subiu em todas as cidades onde é pesquisado e teve variação entre 3,67%, em Belém e 13,74%, em Recife. O preço do quilo do café em pó cresceu em 13 capitais, com as principais altas em:

  • São Paulo: 4,43%;
  • Belém: 3,31%;
  • Recife: 3,31%.

No sentido contrário, aparece a batata que apresentou queda de preço em todas as cidades, com as reduções mais expressivas em:

  • Campo Grande: -19,60%;
  • Florianópolis: -16,31%;
  • Belo Horizonte: -14,72%.
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