Está planejando uma viagem? Confira 30 custos que você não pode se esquecer

Para especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira, planejar com antecedência é a chave para economizar e até zerar alguns custos com turismo 

Ao planejar uma viagem, é fácil incluir no orçamento os gastos maiores, como os de passagem e hospedagem. Mas também é importante considerar outros itens que podem fazer uma grande diferença no orçamento final. Por isso, a Inteligência Financeira ouviu especialistas para criar um guia definitivo para te ajudar a calcular quanto custa viajar e garantir um passeio tranquilo.

Segundo Karoline Roma Cinti, planejadora financeira CFP pela Planejar, evitar sustos com uma fatura de cartão de crédito é possível quando se faz um orçamento detalhado. 

“Passagens e hospedagens representam a maior parte do orçamento. Porém, a depender do tipo, duração e destino da viagem, outras variáveis podem ser grandes e relevantes. Desde a alimentação, deslocamentos, passeios, ingressos e compras, até custos com câmbio e vestuários específicos”, explica. 

O planejamento inicial 

Um orçamento eficaz começa por fazer um planejamento mais “macro” da jornada, acrescenta Karoline. É preciso planejar bem o roteiro e as prioridades da viagem, além de conhecer as especificidades de cada destino e seus gostos pessoais”. 

Para saber quanto custa viajar, responda às seguintes perguntas: 

  • A viagem será a lazer, de trabalho ou para outra finalidade? 
  • Quando você pretende embarcar? 
  • Qual será a duração da viagem? 
  • A viagem terá acompanhantes? Se sim, quantos? Há crianças incluídas? 

Cada resposta muda o cenário. Assim, sem essas definições elementares, as chances de se perder ou enfrentar imprevistos indesejáveis são grandes.

“No caso das viagens parceladas, quantas vezes contamos com um dinheiro que ainda não recebemos, e, por fim, quando voltamos de viagem, o contexto muda?”, questiona Karolina Cinti, planejadora CFP. 

Planejar com antecedência gera economia e até “gratuidades” 

Marco Goulart, planejador financeiro CFP, afirma que um prazo generoso de preparação para a viagem pode resultar até mesmo em isenções de alguns gastos. “Quem planeja com prazo de um ano, por exemplo, pode acumular milhas no cartão de crédito e trocar por descontos em passagens aéreas ou em hospedagem”, explica. Contudo, para fazer isso, é preciso concentrar as compras no cartão e conhecer bem as regras do programa de milhagem.

Outra vantagem de calcular os custos da jornada com antecedência é adquirir moeda estrangeira com as melhores taxas de câmbio. Portanto, no caso das viagens internacionais “a ideia é comprar aos poucos ao longo do período para evitar risco cambial”, diz Marco. 

A importância do seguro viagem

Ainda de acordo com Marco Goulart, viajantes costumam subestimar o risco dos imprevistos com saúde em seus orçamentos. “Entre os custos mais importantes, se eu tivesse que escolher um, seria o seguro”, destaca.

Professor da disciplina de Engenharia Financeira da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marco lembra que, em muitos destinos nacionais e internacionais, o Sistema Único de Saúde é inexistente ou pouco eficiente. 

Assim, caso o viajante tenha uma emergência médica ele terá de procurar pelo sistema hospitalar privado. Nesta situação ele terá três opções: pagar pelas despesas com recursos próprios, acionar o seguro do cartão de crédito (contratado previamente antes da viagem) ou acionar o seguro saúde (também contratado antes do embarque).

“No caso do seguro de cartão de crédito você tem que pagar imediatamente após ser atendido e só depois disso é que terá o reembolso”, alerta o especialista.

Já se precisar acionar o seguro saúde, o viajante deverá consultar se o valor de cobertura contratado é suficiente para sanar o débito.

Ou seja, em todo caso, é preciso ter uma reserva de dinheiro para uso imediato com despesas médicas, a menos que a cobertura do seguro saúde já supra a necessidade pontual.

Veja 30 itens que não podem faltar no seu orçamento de viagem 

Determinar exatamente quanto custa viajar é uma tarefa quase impossível. Isso porque cada turista terá sua especificidade e desejos. Porém, listamos abaixo 30 fatores que são comuns a quase todas as viagens:

1. Passagens: Seja de avião, trem, ônibus ou outro meio de transporte.  

2. Hospedagem: Hotéis, albergues, Airbnb, etc.  

3. Alimentação: Refeições, lanches e bebidas.  

4. Transporte local: Táxis, transporte público, aluguel de carros, etc.  

5. Atividades e passeios: Ingressos para atrações turísticas, excursões, eventos, etc.  

6. Seguro de viagem: Para cobrir imprevistos médicos, cancelamentos, perda de bagagem, etc.  

7. Extras: Compras, souvenirs, gorjetas e taxas de entrada em parques, por exemplo. 

Os gastos que a maioria esquece ao calcular quanto custa viajar

Acima, estão os itens que a maioria das pessoas inclui em seus orçamentos. Veja agora aqueles que grande parte dos turistas se esquece de considerar e acabam gerando dívidas pós-viagem:

8. Vistos e taxas de entrada: Dependendo do destino, podem ser necessários vistos e taxas de entrada.  

9. Serviços de comunicação: Roaming de celular, Wi-Fi, cartões SIM locais, etc.  

10. Gastos com saúde: Medicamentos, vacinas, consultas médicas, etc.  

11. Gorjetas e gratificações: Em restaurantes, hotéis e guias turísticos, por exemplo.  

12. Emergências: Reserva de um fundo de emergência para imprevistos.  

13. Câmbio de moeda: Taxas de câmbio, comissões bancárias, etc.  

14. Estacionamento: Se estiver dirigindo durante a viagem.  

15. Custos relacionados a bagagem: Taxas de bagagem extra e compra de malas, por exemplo.  

16. Cuidados com animais de estimação: Se precisar deixá-los sob cuidados enquanto estiver fora.

17. Custos de retorno: Certifique-se de incluir os custos de volta para casa no seu planejamento. 

18. Despesas bancárias: Taxas de saque em caixas eletrônicos internacionais, taxas de conversão de moeda, etc.  

19. Estacionamento de longo prazo: Se precisar deixar o carro estacionado por vários dias.  

20. Custos de comunicação de emergência: Chamadas internacionais de emergência, seguro de viagem específico para emergências, etc.  

21. Taxas de bagagem de mão: Algumas companhias aéreas cobram por bagagens de mão adicionais.  

22. Transporte de/para o aeroporto: Táxis, ônibus, serviços de transferência, etc.  

Os opcionais, mas importantes

Elencamos também alguns exemplos de gastos que, assim como os já mencionados, impactam no cálculo do quanto custa viajar, mas que são opcionais:

23. Despesas de lavanderia: Se a viagem for longa, pode ser necessário lavar roupas.  

24. Taxas de estadia em aeroportos: Se precisar passar a noite em um aeroporto durante uma conexão. 

25. Gorjetas para serviços de transporte: Motoristas de táxi e motoristas de aplicativos, por exemplo.  

26. Custos de entretenimento durante o tempo de espera: Livros, filmes, jogos, etc., para passar o tempo durante viagens longas ou espera em aeroportos.  

27. Despesas de escritório remoto: Se estiver trabalhando durante a viagem, considere custos como Wi-Fi de alta velocidade, espaço de coworking, etc.  

28. Custos de armazenamento de bagagem: Se precisar deixar a bagagem guardada antes do check-in ou após o check-out.  

29. Taxas de acesso a locais específicos: Alguns destinos turísticos podem ter taxas adicionais de acesso a certas áreas ou atrações.  

30. Custos de transporte alternativo: Bicicletas, patinetes elétricos, aluguel de barcos, etc., dependendo das atividades planejadas durante a viagem. 

Portanto, a lista de gastos a serem incluídos em um orçamento eficiente de viagem pode ser longa, mas é possível mapear a maioria dos cenários possíveis com antecedência e assim evitar prejuízos.

Emoções não controladas podem gerar custos mais altos 

Por fim, não é só a falta de planejamento que pode resultar em surpresas desagradáveis no orçamento de uma viagem. Para Karoline Cinti, planejadora CFP, o fator emocional também pode afetar o cálculo do quanto custa viajar.

Ela conta o caso de uma cliente que amargou um grande prejuízo em uma viagem. “Recém-divorciada, ela acabou, em menos de um ano, com praticamente toda a reserva financeira que tinha”. Por isso, é fundamental prestar atenção neste ponto.

“Isso mostra o quanto nossas emoções, quando não vigiadas, podem trazer sérios prejuízos para nossas vidas, inclusive nas finanças”, completa Karoline.

Com edição de Isabella Carvalho.

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