Real Digital deve ser emitido no ano que vem: o que muda para você?
Baseada em blockchain, a nova moeda deve trazer mais praticidade e algumas mudanças no cotidiano
O Banco Central deve emitir, no ano que vem, as primeiras unidades do Real Digital. Ele nada mais é do que uma representação virtual da moeda que roda hoje na economia brasileira. E apesar de circularem notícias de que o primeiro protótipo do Real Digital já foi emitido, isso não aconteceu.
A informação foi confirmada pela Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac). De acordo com o Instituto, isso deverá acontecer no primeiro semestre de 2023. Já a versão oficial, ou seja, aquela direcionada ao público final, só deverá ser lançada em 2024.
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Inclusive, o projeto surgiu em meio a um cenário de crescimento das criptomoedas, o que instigou Bancos Centrais do mundo todo a desenvolverem suas próprias versões de moedas virtuais.
Mas o que é o Real Digital?
É um novo tipo da nossa moeda brasileira, só que para a internet. “Baseada em blockchain, é classificada como uma moeda digital do Banco Central. Ou seja, ela tem um formato diferente do que conhecemos, em papel ou em moedas físicas. É uma versão paralela da moeda normal, como a conhecíamos até então”, explica Luciana Ikedo, educadora financeira e especialista em investimentos.
Aliás, vale saber que a primeira emissão da moeda digital representará exatamente a primeira avaliação prática. “Este teste será feito em um ambiente controlado com o objetivo de analisar as primeiras transações e conversão”, explica Tiago Feitosa, analista de mercado financeiro da T2 Educação.
Uma carteira virtual
Segundo Luciana, uma das diferenças entre o Real Digital e o Real de hoje é a transferência de recursos. “Hoje você transfere dinheiro para o banco, o mantém numa conta corrente e, a partir daí, realiza as suas transações. O Real digital permite que você tenha a sua carteira virtual para armazenamento desse valor e, a partir daí, também transacione, sem custos”, explica Luciana.
É importante ressaltar que há uma paridade entre o Real e o Real Digital. Ou seja, 1 Real Digital sempre valerá 1 Real. “O Real digital poderá ser utilizado para pagamento de quaisquer despesas ou ainda, converter em Real tradicional e sacar esse dinheiro, ao menos em sua primeira fase”, ressalta Tiago.
O que muda no seu dia a dia?
Por enquanto, nada. No futuro, o Real Digital deverá reforçar os conceitos de Open Banking e digitalização financeira. “Com a consolidação do projeto e o avanço do Open Banking, poderemos ter bancos focando mais na experiência do seu cliente do que, necessariamente, em taxas”, aponta Tiago.
Além disso, segundo ele, a criação de um aplicativo agregador de toda a vida financeira online e off-line está no radar do Banco Central. “Esse app permite a concentração de operações numa única tela”, explica. Na visão de Tiago, o amadurecimento deste sistema tende a trazer mais facilidades em operações financeiras complexas.
“Para além dessa mudança técnica, o Real Digital vem numa esteira de modernização que acontece no sistema financeiro e que pode facilitar as transações comerciais com smart contracts, trazendo mais segurança para as operações”, ressalta.