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Thiago Nigro e a polêmica sobre investir em imóveis: vale a pena comprar a casa própria?
Nos últimos dias, Thiago Nigro, popularmente conhecido como “O Primo Rico”, movimentou a internet com uma declaração sobre investir em imóveis que dividiu opiniões. Em sua postagem, o influenciador digital se mostrou contra a compra de um imóvel físico. Segundo ele, o negócio só é vantajoso em algumas situações específicas e em “oportunidades únicas”.
O “conselho” gerou polêmica. De um lado, um público que concorda com o influenciador e que defende que investir em imóveis físicos não é uma boa opção comparada a outras aplicações financeiras. Do outro, pessoas que consideram essa uma aquisição importante. Como Arthur Dent. Em resposta a Thiago, o usuário deu seu ponto de vista. “Todo mundo precisa ter seu teto próprio. Pode até não ser o melhor investimento do mundo, mas vai te trazer tranquilidade quando a turbulência chegar”, afirmou.
“Temos que tomar muito cuidado para não ler a vida dos outros a partir de nossas próprias lentes. O Brasil é um país muito variado, assim como os objetivos pessoais de cada um. Reduzindo a vida de uma pessoa a patrimônio, comprar um imóvel pode realmente não ser a melhor coisa. Mas essa é sim uma escolha que depende de contexto”, ressalta Paula Bazzo, planejadora financeira CFP e sócia da SuperRico – Projetos de Vida.
A relação do brasileiro com a casa própria
O sonho da casa própria é muito presente no Brasil. Segundo uma pesquisa feita pelo QuintoAndar e o Instituto Datafolha, ter um imóvel é o sonho de 87% dos brasileiros. De acordo com o levantamento, o brasileiro valoriza mais a casa própria do que estabilidade financeira, religião e filhos.
“Para muitas pessoas, a compra de um imóvel vai muito além do acúmulo de patrimônio. Uma coisa é investimento e outra é construir as bases da sua vida. E dentro da construção dessas bases, pode sim estar a aquisição de um imóvel”, ressalta Paula.
O argumento de Thiago Nigro, na visão da planejadora, pode ser interessante do ponto de vista financeiro, mas também reducionista a uma realidade das grandes cidades e locais mais ricos. “A maior parte dos brasileiros não têm um patrimônio. Eles vão construir isso justamente a partir da compra do primeiro imóvel”, ressalta.
Na própria discussão do Twitter, parte daqueles que discordam de Nigro afirmam que ter uma casa vai além do dinheiro e retorno financeiro em si. “Se a vida lhe der essa condição, compre um imóvel. Tenha um lugar para chamar de seu, onde você se sinta seguro, confortável e possa criar memórias”, escreveu André Benedetti.
Afinal, imóvel é investimento?
Conceitualmente falando, o investimento é um capital aplicado para um rendimento futuro. Portanto, um imóvel é considerado um investimento quando traz um retorno financeiro. Em alguns casos é possível lucrar investindo em imóveis, seja na compra de uma unidade na planta ou com a valorização depois de um período de baixa no setor.
Por outro lado, a compra de uma casa ou apartamento, principalmente para morar, dificilmente trará esse rendimento. “Se o seu imóvel é de moradia, é um imóvel de segurança e estabilidade de vida. Já um segundo imóvel, que pode trazer renda por meio de um aluguel ou de um ganho de capital na venda, pode ser considerado um investimento. O imóvel de moradia é um patrimônio, mas faz parte da sua estrutura de custo de vida”, explica Paula.
Comprar um imóvel vale a pena?
A decisão leva em conta uma série de fatores que vão além do dinheiro em si, como momento de vida, prioridades e planos para o futuro. Alguns sinais podem ajudar a entender se é a hora de dar esse passo: se você tem uma boa relação com as finanças, se quer sair do aluguel e se o cenário econômico favorece a mudança.
“Se você está no início da carreira, provavelmente não é hora de comprar um imóvel. Você assume uma dívida e pode perder outras oportunidades, como uma mudança de cidade ou país. Se está no início da construção de uma família, também talvez não seja o momento de viver isso, mas sim de construir uma estratégia para comprar depois de um tempo. Tudo depende do contexto”, explica Paula.
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