Trocando juros caros por mais baratos: como fazer a portabilidade da sua dívida
Open finance vai facilitar ainda mais o processo
Se você assumiu uma dívida por meio de um empréstimo ou financiamento, saiba que não está “amarrado” ao seu banco até o final do pagamento. A portabilidade de crédito é uma alternativa para quem busca melhorar as condições e as taxas antes contratadas. Em outras palavras, você pode trocar uma dívida mais cara po outra mais barata, transferindo-a para outro banco.
A portabilidade de crédito foi criada pelo Banco Central em 2013, e é um direito de todos. “Ela pode ser feita a qualquer momento por pessoas físicas ou empresários individuais, e permite que você altere as taxas de juros, mas não o valor da dívida e o prazo. Tanto o banco que recebe essa dívida quanto o que está transferindo não pode cobrar nenhuma tarifa”, ressalta Cintia Falcão, consultora jurídica da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).
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O processo é simples. O cliente deve entrar em contato com o banco que possui a dívida e solicitar o extrato com o saldo devedor para quitação antecipada. Com esse documento, pode pedir a transferência em um outro agente financeiro, com taxas melhores. “É como se o cliente estivesse contratando um novo empréstimo em outro banco, quitando a dívida anterior”, explica Cintia. O prazo para conclusão de uma portabilidade é de até cinco dias úteis.
Open finance deve facilitar o processo
Agora que você já entendeu como fazer a portabilidade de crédito, aqui vai uma boa notícia: com o open finance, o processo deve ficar ainda mais fácil. “Com o compartilhamento de dados, autorizado pelo cliente, as instituições podem receber históricos e informações mais precisas, apresentando melhores condições e taxas para aquele perfil. O processo de portabilidade hoje ainda é feito com uma análise “fria”, embasada em score de crédito e informações externas”, ressalta Thiago Brehmer, sócio e líder de Serviços Financeiros da Grant Thornton Brasil.
De acordo com cálculos do Banco Central, o open banking, que faz parte do movimento open finance, pode incentivar renegociação de R$ 285,9 bilhões com portabilidade de crédito. “A mudança é inevitável e vai facilitar a vida do consumidor. As instituições poderão ser mais proativas e o cliente poderá receber, se quiser, ofertas diversificadas”, explica Thiago.
A busca por condições melhores, por parte do consumidor, também será facilitada. “O open finance permitirá que as pessoas pesquisem os preços e comparem produtos e serviços de diversas instituições em um só ambiente – que pode ser um aplicativo ou uma plataforma. Assim, o cliente pode reunir essas informações e tomar uma decisão mais acertada antes de ir para uma instituição pedir a portabilidade”, ressalta Cintia.