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Vale refeição acabou antes da hora?
É só pegar o carrinho de compras e começar a circular pelos supermercados por aí para perceber o efeito da alta da inflação. Nas ruas, claro, não seria diferente, já que em restaurantes e lanchonetes, a situação é similar. E quem acaba pagando essa conta, claro, são os trabalhadores, que mesmo com o benefício do vale refeição, não estão conseguindo fechar o mês com dinheiro para comer.
Isto foi o que apontou um levantamento feito pelo Sodexo Benefícios e Incentivos. De acordo com a pesquisa, o VR concedido pelas empresas não tem sido suficiente para suprir as necessidades de seus empregados.
Isso porque, este ano, dos 22 dias trabalhados ao longo de um mês e considerados na conta para calcular o crédito alimentício, o valor do benefício tem coberto apenas 11 dias. Ou seja, nos 11 dias restantes, os trabalhadores têm tido que pagar do próprio bolso o almoço de.
Ainda de acordo com o levantamento, para tentar amenizar a situação, as empresas do Sudeste aumentaram em 14,95% o crédito do benefício — no Brasil, o aumento geral foi de 15% — mas não foi suficiente.
O porém é que esse problema perdura há um tempo. No ano passado, por exemplo, o VR conseguia suprir a alimentação de 13 dias, dois a mais do que este ano.
E a saúde, como fica?
O efeito deste percalço na vida e na saúde alimentar dos trabalhadores não tem sido positivo. Uma alternativa buscada por eles, nessas circunstâncias, é a de substituir o almoço por um salgado ou um lanche mais barato, o que não é indicado pelo CEO da Box Asset, Fabrício Gonçalves.
A opção econômica, para ele, não compensa ao analisarmos os teores nutricionais. “Em geral, os sanduíches e salgados são alimentos com alto teor de gordura, sódio e carboidratos refinados, mas com baixo teor de nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais. Eles também tendem a ser menos saciantes do que uma refeição completa, o que pode levar a excessos e a um aumento na ingestão de calorias ao longo do dia”, analisa.
Como economizar no vale refeição?
A gente sabe que com pouco dinheiro para se alimentar ao longo de um mês fica difícil conseguir uma refeição completa e saudável. Mas não necessariamente precisa ser assim. Por isso, pedimos a ajuda de alguns especialistas para trazerem algumas dicas de como conseguir fazer o VR render por mais tempo, e assim, garantir uma alimentação mais saudável. Veja só!
Opte pela marmita
Cozinhar em casa pode aliviar bem o seu bolso nos dias que o benefício alimentício não consegue ajudar, como aponta André Sandri, planejador financeiro, fundador da Educa$ e sócio da AVG Capital. Para ele, além de econômica, essa opção pode ser muito mais saudável.
Ainda segundo Sandri, a tecnologia pode ser uma ótima aliada na hora de economizar ainda mais. “Existem, por exemplo, aplicativos que auxiliam na busca por alimentos em promoção perto de onde você está, como é o caso de um app chamado SuperPoupa”, conta.
Pesquise e se planeje com antecedência
Seja durante a preparação da marmita ou na ida a um self-service, o importante é planejar o que vai realmente comer, evitando desperdício de comida e de dinheiro. Ao montar seu próprio prato no restaurante, por exemplo, lembre-se de colocar a quantidade exata do que te satisfaça, evitando alimentos muito pesados que podem encarecer seu prato.
Para esse planejamento, Sandri indica que haja uma ampla pesquisa dos restaurantes e das empresas que oferecem refeições na região, avaliando o melhor preço e custo benefício.
Mas o planejamento não para por aqui. Na compra para a marmita, por exemplo, Gonçalves indica que você faça “uma lista de compras antes de ir ao supermercado, o que evita comprar coisas desnecessárias e economiza dinheiro”. E, claro, evite os industrializados: além de serem pouco nutritivos e saudáveis, tendem a ser mais caros.
Conheça mais sobre o VR e as empresas que o oferecem
Além disso, é preciso ficar atento aos estabelecimentos que aceitam o vale refeição, como aponta Gonçalves. Eles podem oferecer descontos que, apesar de parecerem pequenos e insignificantes, podem fazer grande diferença no final do mês.
Algumas empresas, inclusive, oferecem benefícios mais vantajosos que outras. “É possível pesquisar as opções disponíveis no mercado e avaliar se é possível trocar o benefício por uma opção mais vantajosa. Isso pode envolver a troca do fornecedor do vale-refeição ou até mesmo a negociação com outras empresas”, pontua Gonçalves.
Colaboração: Daniel Navas
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