Quantas vezes você já acessou sua conta no Instagram hoje? Ou mandou um recado via Whatsapp ou mesmo checou uma foto nova de uma amiga no Facebook? Se você fez pelo menos uma dessas coisas nas últimas 24 horas, saiba que você esteve presente na mesma empresa: a Meta (M1TA34).
Assim, fundada e comandada mundialmente por Mark Zuckerberg, a Meta tem números grandiosos. A companhia, lançada em 2004 como Facebook adquiriu mais de 100 empresas desde a sua fundação, sendo que as aquisições mais conhecidas foram a do Whatsapp e Instagram.
Hoje, a Meta vale cerca de US$ 840 bilhões, tem 67.000 funcionários pelo mundo, 3,8 bilhões de usuários em suas plataformas. A sede da Meta fica em Menlo Park, na Califórnia, e vem investindo bilhões de dólares no metaverso.
Dessa forma, braço brasileiro da companhia está a cargo de Conrado Leister, um engenheiro formado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com MBA na Duke e University, e mais de 15 anos de experiência no mercado de tecnologia. Alto, com olhos azuis poderosos, Leister foi vice-presidente da SAP e presidente da empresa de análise de software SAS. Hoje, ele é o homem de confiança da Meta no Brasil.
Então, Conrado recebeu a equipe da Inteligência Financeira na sede brasileira da gigante de tecnologia, em um dos prédios mais luxuosos da região da avenida Faria Lima, em São Paulo. De lá, nos concedeu a entrevista que você acompanha na íntegra no vídeo logo acima, ou pelos principais trechos abaixo:
A força da inteligência artificial
“São mais de 3,8 bilhões de pessoas que usam nossas plataformas todos os meses. E há muita evolução da tecnologia. Então, a gente vê a inteligência artificial sendo o motor das novas soluções, como ferramentas para os nossos clientes se comunicarem com as pessoas dentro das nossas plataformas.”
Como a Meta define um novo projeto
“Nada melhor do que ter várias ideias e testar com grupos pequenos, para você ver o que funciona ou não. Então, a gente tem um monte de exemplos de soluções que não funcionaram. As boas, a Meta do Brasil orgulhosamente prioriza. Por isso, a gente começa com um grupo pequeno de anunciantes, testa, vai fazendo interações. E uma vez que a gente percebe um projeto tem potencial e chance de trazer resultado, a gente escala rapidamente.”
A inovação dentro da Meta
“Esse é um dilema. Inovar e se manter relevante é nosso maior desafio. E ser relevante não é tão trivial. Veja quantas empresas centenárias conseguem permanecer ativas em seus mercados. Eu acho que tem grandes pontos aqui. O primeiro é você ter uma obsessão em ser relevante para atender às demandas do seu seu público. A audiência do Facebook há 10 ou 15 anos estava fazendo posts para vender coisas pessoais. A Meta no Brasil percebeu isso e deu ferramentas para ela concretizar a venda.
Aí entra o segundo ponto que é além de você estar sempre antenado, entender o que acontece com seu cliente, é você ter coragem também de apostar em coisas que você acha que vão vingar. O Metaverso, por exemplo, tem um investimento de longuíssimo prazo. A gente fala de 5 ou 10 anos para começar a ver algum retorno. E isso requer muito investimento em hardware, software e tecnologia, mas que você tem que fazer essa aposta. Aí entra um pedacinho de arte, de você saber qual aposta fazer.”
A evolução do texto para os vídeos curtos
“Hoje em dia, tudo vira um filme e vai para as redes. Isso é curioso. Essa evolução, se você não perceber, começa com o texto. Era um post com texto e aí vai evoluindo. A Meta no Brasil trouxe alguns formatos diferentes, como o Stories. Mais da metade do tempo que as pessoas passam na nossa plataforma é gasta assistindo vídeos curtos e mais de 3/4 dos anúncios já fazem isso. A gente fez uma pesquisa recente com os consumidores, 2/3 deles esperam anúncios em Reels. Nosso papel é antecipar as tendências e ter uma plataforma que permita a fácil criação, edição, compartilhamento de conteúdo.”
A participação de Mark Zuckerberg
“Mark Zuckerberg é muito ‘hands on’ (expressão em inglês para mão na massa). Ele participa muito do negócio, desenvolve projetos. É impressionante como ele faz isso até hoje. Vira e mexe eu vejo foto dele desenvolvendo códigos. Ele é tão presente, que toda semana a gente tem pelo menos uma reunião. A gente faz uma sessão de perguntas e respostas que ele participa e faz uma apresentação. Zuckerberg responde qualquer pergunta toda semana. Ele é um cara visionário, mas é interessante ver que ele tem um time e uma estrutura de empresa em que ele consegue ter muitas pessoas que dão suporte.”
Os influenciadores terão vida longa?
“Assim, a gente vê que a participação nos influenciadores ou criadores de conteúdo é cada vez mais relevante. As pessoas buscam isso. As pessoas querem comprar um produto de alguém que recomenda e na qual elas tenham confiança. E cada vez mais existem plataformas e tecnologias dentro da Meta dentro e fora do Brasil para facilitar a monetização de conteúdo e você ser relevante. Então não é só você ter parcerias com marcas. Você tem que ter branding, conteúdos forte. Eu acredito também que diferencial vai continuar crescendo e ajudando ainda mais.”
O futuro das redes sociais
“As redes sociais estão aí e eu vejo que elas vão continuar por muito tempo, porque as pessoas têm interesse nelas. Nesse sentido, o Brasil é um dos principais mercados da América Latina e do mundo. Estão no ecossistema da Meta mais de 50% da população mundial. São pessoas que entram todos os dias em algum dos nossos aplicativos.”
O futuro da Meta
“Para mim, a grande aposta é inteligência artificial, já trazendo muitas coisas. E nesse meio do caminho, nessa revolução, a gente vê uma coisa começando a aparecer. Enfim, tem uma série de evoluções, mas para mim vai ser continuar sendo central a conexão entre as pessoas, entre pessoas e empresas, através de conversas.”
Brasil como ambiente de negócios
“Estamos no primeiro ano de um governo novo e tem muita coisa acontecendo. O Brasil é definitivamente o principal mercado da Meta na América Latina e um dos maiores do mundo. E a gente tem visto muitas evoluções. Vocês falaram de troca de governo, políticas que são discutidas e aprovadas, que trazem impacto, como a Reforma da Previdência e a Tributária. Todas essas ações acabam tendo impactos nos negócios. Mas eu ressaltaria que, do ponto de vista de tecnologia e do mundo digital, a gente ainda vê com bastante otimismo o crescimento do Brasil.”
O papel da inteligência financeira
“Então, você não consegue ter inteligência financeira sem informação. Sem isso, você não entende o que que é, quais são as opções, como é que faz um orçamento, como gerencia o orçamento no dia a dia. Uma vez tendo acesso à informação, você consegue aplicar. E aí a partir daí, toma decisões mais baseadas em dados e fatos, as melhores possíveis na sua situação.”