Machado de Assis merece uma segunda chance

Inteligência Financeira conversou com Flora Thomson-DeVeaux, que traduziu para os Estados Unidos o livro que arrebatou a internet nos últimos dias

Flora Thomson-DeVeaux é tradutora e pesquisadora. Foto: arquivo pessoal
Flora Thomson-DeVeaux é tradutora e pesquisadora. Foto: arquivo pessoal

Machado de Assis merece uma segunda chance. É com esse raciocínio – simples e preciso – que Flora Thomson-DeVeaux analisa o turbilhão dos últimos dias. Essa avalanche foi causada por uma influenciadora, Courtney Henning Novak. Nas redes sociais (onde mais?) ela revelou ao mundo sua paixão por Memórias Póstumas de Brás Cubas, a obra lançada por Machado de Assis em 1881.

Flora, como todos nós, também foi arrematada pela avalanche de comentários, likes e compartilhamentos em torno do assunto por um motivo específico e importante: assina a tradução do livro para o inglês.

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A obra, aliás, foi lançada não agora, mas em junho de 2020, no auge de uma pandemia que impediu Flora de ir aos Estados Unidos para tratar da divulgação.

Mas o que pouca gente sabe, ou se lembra, é que esta é a segunda onda de repercussão em torno desta obra de Machado de Assis. A primeira ocorreu neste mesmo ano quando uma conjunção de fatores, incluindo um tweet da tradutora que alcançou 30 mil curtidas, chamou a atenção para o livro.

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O prefácio e a tradutora

Flora conversou com a reportagem da Inteligência Financeira por poucos minutos. Havia acabado de pousar em São Paulo na sexta-feira (24) e estava presa no trânsito (enfim, uma boa serventia para o engarrafamento cotidiano da metrópole).

Ela contou como o livro traz um prefácio do escritor Dave Eggers. Esse prefácio, à época, foi publicado pela conceituada The New Yorker. E que Eggers trata de desvincular Machado da literatura latino-americana, o colocando como humorista. Flora conta que fez exatamente o contrário na tradução, e busca inserir o leitor no Brasil do século XIX.

Tudo é memória.

E como se trata de olhar para trás, Flora acredita que Machado está profundamente ligado à oralidade do século XIX e que permanece moderno até hoje. “Sem medo de exagerar”.

Nascida nos Estados Unidos, a tradutora e pesquisadora diz que de tantas mensagens que recebeu uma a que ela ainda sequer teve tempo de responder descreve que a pessoa leu Memórias Póstumas de Brás Cubas na escola, detestou o livro e agora iria dar uma segunda chance.

Em outro trecho da rápida conversa, Flora cita que é errado consumir Machado como “um remédio” e repete: “Machado merece uma segunda chance”.

É isso, que ele tenha muitas outras oportunidades.

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