Lula, Haddad e mais: veja a repercussão da morte de Delfim Netto entre políticos

Ministro da Fazenda durante a ditadura militar morreu aos 96 anos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta segunda-feira a morte do economista Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura durante a ditadura militar.

Em nota de pesar, Lula lembrou que, durante 30 anos, fez críticas ao economista. Mas depois voltou atrás e pediu desculpas.

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Isso porque, na avaliação do presidente, Delfim Netto foi um adversário político inteligente, que o ajudou a ser mais “competente”.

“Durante 30 anos eu fiz críticas ao Delfim Netto. Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos. Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”, ponderou.

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No comunicado, Lula também diz que o Brasil perdeu uma referência no debate econômico.

“Em um curto espaço de tempo, o Brasil perdeu duas referências do debate econômico no país: Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares. Fica o legado do trabalho e pensamento dos dois, divergentes, mas ambos de grande inteligência e erudição, para ser debatido pelas futuras gerações de economistas e homens públicos. Meus sentimentos aos familiares, amigos e alunos de Delfim Netto”, concluiu.

Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o “professor Antônio Delfim Netto merece respeito por ter se dedicado ao progresso econômico brasileiro”.

“Meus sentimentos aos amigos e familiares”, escreveu Haddad em sua conta no X.

Geraldo Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira que o ex-ministro Delfim Netto foi um “eminente protagonista da vida pública nacional”. Que deixou “valorosos exemplos em favor do desenvolvimento econômico e social do Brasil”.

“Eminente protagonista da vida pública nacional, Delfim Netto serviu condignamente o país em elevadas e distintas funções, legando valorosos exemplos em favor do desenvolvimento econômico e social do Brasil. Meus sentimentos à sua família”, escreveu Alckmin em sua conta no X.

Michel Temer

O ex-presidente Michel Temer (MDB) lamentou em nota a morte do “amigo e conselheiro” Delfim Netto, que foi o ministro da Fazenda mais poderoso do país no século passado, além de ter sido, após a redemocratização, parlamentar e um influente conselheiro de presidentes da República, incluindo o próprio Temer.

Temer assumiu a presidência da República em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), de quem era vice. Delfim teve um papel crucial na elaboração do plano econômico do projeto Temer presidente – intitulado de “Ponte para o Futuro” – e participou ativamente da articulação ao lado de atores políticos e empresários.

“Delfim possuía um profundo conhecimento da teoria econômica associado a uma ampla e diversificada rede de relacionamentos, o que dava a ele uma visão de realidade como raros possuíam. Homem de um acervo cultural impressionante, era sofisticado e sereno, bem-humorado e irônico na medida certa”, escreveu Temer.

O ex-presidente ressaltou que Delfim sempre foi discreto, o que “era incomum para pessoas dotadas de inteligência como a dele”.

“[Ele] deixou amigos em todas as áreas e em todos os campos políticos pois tinha com o mundo uma relação de inesgotável curiosidade e uma diferenciada capacidade de escuta”, completou o ex-presidente.

Temer e Delfim se aproximaram em Brasília na segunda metade da década de 1980: ambos foram deputados constituintes e participaram da elaboração da nova Constituição, promulgada em 1988, três anos depois do fim da ditadura militar (1964-85).

Ex-senador e ex-ministro de Temer, Romero Jucá reconheceu ao Valor o papel do economista Delfim Netto nas articulações do impeachment em 2016. “Ele sempre foi sintonizado com a realidade da economia brasileira e crítico do processo intervencionista que marcou o governo Dilma”, disse Jucá, outro ator ativo naquele processo.

Tarcísio de Freitas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usou as redes sociais para prestar uma homenagem ao ex-ministro Delfim Netto, que faleu nesta madrugada, aos 96 anos. Tarcísio enalteceu sua genialidade e lembrou que o também ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e ex-deputado federal, foi um dos incentivadores de sua candidatura ao governo de São Paulo.

“Com muita tristeza, mas muita gratidão, nos despedimos hoje do professor Delfim. Tenho profunda admiração pela genialidade e sensatez das suas contribuições para o Brasil. Poucos sabem, mas Delfim Netto foi um dos incentivadores da minha candidatura ao governo de São Paulo. Serei eternamente grato pelos seus conselhos. Meus sentimentos à sua família, com a certeza de que descansa em paz”, na rede X (antigo Twitter).

Com informações do Valor Econômico

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