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O que você pode aprender com as executivas que revolucionaram duas das maiores empresas do Brasil
Passar por grandes mudanças ao longo da carreira faz parte da história da pernambucana Elvira Cavalcanti. A executiva foi um dos grandes nomes por trás da segunda maior oferta pública feita na história do Brasil: da Eletrobras (ELET3). Como vice-presidente financeira e de relações com investidores desde março de 2019, ela chegou a ser diretora-presidente interina da companhia, depois da renúncia de Wilson Ferreira Jr, em 2021.
Formada em administração, Elvira cresceu em uma família que trabalhava no setor público. Ela passou por algumas cidades do Brasil, morando no Sul – oposto do Estado em que nasceu – e se mudando para o Rio de Janeiro. Em um evento promovido pelo Market Makers para a gravação de seu 100° episódio do podcast, a executiva falou sobre um dos mais desafiadores momentos de sua carreira: a privatização da Eletrobras.
“Foi um processo muito pesado. Privatizar uma empresa no Brasil nunca foi uma agenda fácil”, contou. Elvira, aliás, precisou conquistar a confiança do seu time em um período que, segundo ela, exigiu muita resiliência. “Foi uma corrida contra o tempo. Trabalhávamos de domingo a domingo, precisando obedecer a um rito”, ressaltou. Em setembro de 2023, então, Elvira renunciou ao cargo na Eletrobras, com Eduardo Haiama assumindo sua posição.
De trainee para CFO da Petrobras
Quem também viveu uma rotina agitada e cheia de mudanças no trabalho foi Andrea Marques de Almeida. A executiva tem uma carreira extensa no setor de mineração siderúrgica: trabalhou por 25 anos na Vale (VALE3), onde entrou como trainee. Entre 2019 e 2021, atuou como diretora-executiva de Finanças e Relacionamento com Investidores na Petrobras (PETR3, PETR4).
Mãe de Caio, ela contou como foi passar por desafiadoras mudanças de país. Assim, primeiro, teve que ir para a Suíça com a família para assumir a posição de Diretora de Riscos da Vale. Andrea conta que seu filho sofreu com a mudança, mas que o apoio dele e de toda a família foi fundamental neste processo.
Depois, ainda se mudou para Toronto, no Canadá, para o cargo de CFO do negócio de Metais Básicos da companhia. Ela ficou três anos e meio por lá e voltou ao Brasil ocupando o cargo de Head de Tesouraria. Depois de oito meses, recebeu o convite para ser CFO da Petrobras.
Primeira mulher a ocupar a cadeira de diretora de Finanças e Relacionamento com Investidores da Petrobras, Andrea entrou na lista das 50 mulheres mais poderosas internacionalmente da ‘Fortune’, em 2019. Pouco depois, estreou na lista das mulheres mais poderosas do mundo da Forbes.
“Pensei que depois de 25 anos de empresa, eu iria me aposentar na Vale. Até que surgiu a oportunidade na Petrobras. Foi uma experiência muito rica, em um momento em que todo mundo queria fazer o que era certo ali dentro”, conta. A executiva permaneceu até abril de 2021 na estatal.
Sobre ter a coragem de mudar
Afinal, o que essas duas mulheres têm em comum, além do protagonismo nas estatais, como Eletrobras e Petrobras, é a coragem de mudar e se adaptar rapidamente em um mercado muitas vezes predominantemente masculino.
E com uma camada a mais. “Conciliar essas transições com a maternidade não foi fácil. Em vários momentos não pude estar com meu filho. Mas nos que pude, fui “full mãe”. Ou seja, o momento que tive para estar com ele, estive 100% ali”, conta Andrea.
Além disso, ela falou ainda sobre a importância de dizer sim para as oportunidades. “Eu digo que não desperdicei quase nenhum cipó. É como eu chamo as oportunidades que te fazem ir para frente. Eu acho que estar disposto, ter coragem e uma família que te apoie é fundamental. Se você diz sempre não, muitas portas se fecham”, ressalta.
Visão também compartilhada por Elvira. “Muitas oportunidades surgem e acabam não voltando se você disser não para elas. Mudar não é fácil, mesmo dentro do Brasil, como foi o meu caso. Mas me abriu muito a mente. Fui me tornando uma profissional muito preparada”, conta.
Durante a entrevista, as executivas também falaram sobre a importância de ter uma boa relação com dinheiro, principalmente como mulher. Na visão de Elvira e Andrea, cuidar das próprias finanças é sinal de liberdade – na carreira e na vida.
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