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Fortuna de R$ 1 trilhão: quem é Bernard Arnault, dono da LVMH e pessoa mais rica do mundo?
Talvez você ainda não conheça Bernard Arnault, mas com certeza tem – ou almeja comprar – algum produto das empresas que compõem o conglomerado de luxo que ele comanda e do qual é dono.
O bilionário francês é o CEO e presidente da LVMH, que engloba mais de 70 marcas de luxo em diversas indústrias, como moda, beleza, vinhos e relógios. Estamos falando, portanto, de algumas das marcas mais prestigiadas e desejas do mundo, incluindo Louis Vuitton, Givenchy e Moët & Chandon.
No começo do mês, Arnault foi anunciado como a pessoa mais rica do mundo, de acordo com o ranking anual de bilionários da Forbes. Com um patrimônio líquido de US$ 233 bilhões (R$ 1,1 trilhão), o francês Bernard Arnault está no topo da lista. Arnault viu sua riqueza crescer 10% no ano passado devido aos bons resultados do grupo LVMH, uma alta de US$ 22 bilhões na sua fortuna.
Mas afinal, quem é essa figura icônica no mundo dos negócios e da moda? A gente te conta na sequência.
(Ainda não conhece a LVMH? Saiba de onde vem o sucesso do império que reúne Louis Vuitton, Dior e Tiffany. Confira ainda o que dizem os analistas sobre investir ou não dinheiro na empresa.)
Quem é Bernard Arnault, o homem mais rico do mundo?
Hoje com 75 anos e morando em Paris, Bernard Jean Étienne Arnault nasceu na cidade de Roubaix, no norte da França, em 5 de março de 1949. É filho de Jean Arnault, engenheiro e empresário, e Marie-Josèphe Savinel. Ele tinha uma irmã mais nova, Dominique, que morreu em 2006.
O pai era proprietário da empreiteira Ferret-Savinel, que herdara do sogro. A família teve grande influência em sua formação e carreira. Bernard Arnault é formado em engenharia na École Polytechnique em Palaiseau. Concluiu o curso em 1971.
Depois que se formou, Arnault foi trabalhar na Ferret-Savinel, empresa de engenharia criada pelo pai. Cinco anos mais tarde, convenceu o pai a mudar de ramo e a investir no setor imobiliário, focando em casas de férias. Em 1974, Bernard Arnault se tornou diretor de desenvolvimento do grupo. Três anos mais tarde, virou CEO e, dois anos depois, após a morte do pai, presidente.
Mercado de luxo
Bernanrd Arnault começou a trajetória no mundo dos negócios de luxo em 1984. Naquele ano, o empresário comprou a primeira empresa de artigos do ramo: a Financière Agache. Logo em seguida, assumiu o controle da Boussac Saint-Frères, uma empresa têxtil em crise que tinha no seu catálogo a Dior e a rede de lojas de departamentos Le Bon Marché.
Por meio de uma série de aquisições estratégicas, Arnault transformou seu inventário na gigante do luxo LVMH. Desde então, o megaempresário trabalha para garantir que o conglomerado permaneça firmemente nas mãos de sua própria família. Entre as estratégias adotadas para o sucesso de seu império está adquirir marcas de luxo europeias enfraquecidas pelas famílias que as possuíam.
Poder e sucessão de Bernard Arnault
Em 2022, ele teria persuadido o conselho a aumentar a idade de aposentadoria obrigatória do CEO e do presidente do grupo para 80 anos, em vez de 75. Também criou uma estrutura corporativa que garantiu que seus filhos continuassem sendo os principais tomadores de decisão. Ou seja, cada um deles tem funções executivas na empresa.
Essas medidas geraram especulações de competição entre os irmãos para saber quem um dia sucederá o pai. Arnault afastou essa conversa em uma entrevista ao The New York Times:
“A melhor pessoa dentro ou fora da família deve ser, um dia, meu sucessor. Mas não é algo que eu espero que seja um duelo em um futuro próximo”.
Conglomerado controlado por familiares
Neste ano, Bernard Arnault nomeou mais dois de seus filhos, Alexandre e Frédéric, para fazer parte do conselho da empresa. De acordo com o The New York Times, trata-se de uma medida para consolidar o controle de sua família sobre o conglomerado mais valioso da Europa.
Alexandre Arnault, 31 anos, é vice-presidente executivo de produtos e comunicações da Tiffany & Co., e Frédéric Arnault, 29 anos, CEO da Tag Heuer.
Eles se juntaram a dois irmãos mais velhos: Delphine, de 48, que também é presidente e CEO da Christian Dior Couture, e Antoine, de 46, que dirige várias marcas da LVMH e é responsável pelos esforços de imagem e sustentabilidade do grupo. O irmão mais novo, Jean, de 25 anos, é o diretor de relógios da Louis Vuitton.
“Como eu sempre disse, a LVMH é um grupo familiar”, ressaltou Bernard Arnault em um comunicado. Além disso, ele pontuou que os dois irmãos “trarão perspectivas interessantes” para o grupo.
As nomeações basicamente mantêm quatro dos cinco filhos de Arnault como os principais tomadores de decisão do grupo. Tudo isso, segundo o NYT, tem a ver com a estratégia de sucessão que Arnault teria mapeado meticulosamente durante anos em uma tentativa de estender o legado da LVMH para a próxima geração.
Arnault é casado com a pianista Hélène Mercier desde 1991, seu segundo matrimônio.
Bernard Arnault, o Exterminador do Futuro
Nos anos 1980, Arnault ganhou o apelido de “Exterminador do Futuro”, por conta de suas táticas empresariais agressivas. Durante a disputa pela Boussac, o bilionário demitiu cerca de 9 mil funcionários, liquidou ativos e manteve apenas a Dior do catálogo da empresa. Essas medidas contribuíram para sua reputação controversa.
O francês é reconhecido como implacável e calculista. Nesse sentido, teve de enfrentar críticas por táticas consideradas questionáveis, entre elas, tráfico de influência e assédio moral durante o aumento de participação acionária.
Arte e projetos sociais
Bernard Arnault dedica parte de sua fortuna ao patrocínio de uma série de projetos de incentivo às artes. Além disso, é conhecido por ser colecionador de obras de artistas renomados: sua coleção pessoal tem trabalhos de Picasso e Andy Warhol.
Em 2019, o bilionário doou US$ 11 milhões para auxiliar o combate aos incêndios na Amazônia. Durante a pandemia de Covid-19, parte da produção de perfume e bebidas alcoólicas de marcas do grupo foram convertidas em produção de álcool gel. No total, 12 toneladas do produto foram doadas a hospitais de Paris.
O que significa a sigla LVMH?
A sigla LVMH representa “Moët Hennessy Louis Vuitton”. O grupo foi formado pela fusão das empresas Moët et Chandon e Hennessy em 1987, e que posteriormente incorporou a Louis Vuitton. Como o nome ficaria muito extenso, optou-se por utilizar a sigla do grupo.
Em 2021, a LVMH adquiriu a joalheria americana Tiffany & Co por US$ 15,8 bilhões, considerada a maior aquisição de marcas de luxo já feita, de acordo com a Forbes.
A longa lista de marcas da LVMH, além de contar com nomes líderes dos ramos da moda, perfumaria e cosméticos, inclui outros negócios no mercado de bens de luxo:
- Joias e relógios (Bulgari, TAG Heuer, Zenith);
- Bebidas (Dom Pérignon, Moët & Chandon, Hennessy);
- Varejo (Sephora, Le Bon Marché);
- Setores hoteleiro (as redes Bulgari Hotel and Resorts e Belmond);
- Setor de mídia (os jornais Le Parisien e Les Echos e a Radio Classique).
Além disso, a holding de Arnault, a Agache, também apoia a Aglaé Ventures, empresa de capital de risco que tem investimentos em marcas como Netflix e ByteDance (dona do TikTok).
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