Quem é Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central sob Lula
Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, foi indicado por Lula para assumir a presidência do BC em 2025. A indicação foi aprovada pelo Senado. Galípolo tem um currículo que abrange a academia, a Faria Lima e a política. Ele é conhecido por seu apego a ideias de esquerda e marxistas. Durante sua carreira, enfrentou crises, como o desmoronamento na Marginal Pinheiros em 2007. Galípolo também tem experiência no setor financeiro, tendo sido presidente do Banco Fator.
O currículo do economista Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, abrange a sala de aula, a Faria Lima e a política. Ele, sobretudo, culmina na indicação de Galípolo para assumir a presidência do BC em 2025, após a saída de Roberto Campos Neto, atual presidente da autarquia. A indicação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e oficializada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Nesta terça-feira (8), a indicação de Galípolo foi aprovada por um placar de 66 a 5 votos no plenário do Senado Federal. Antes, o economista foi sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde foi aprovado de forma unânime.
Aluno ‘nota 10’, o economista e mestre pela PUC São Paulo coleciona boas impressões por onde passa e tem um padrinho político que o apresentou a influências de esquerda e direita. Ele também ‘enfrentou’ a cratera na Marginal Pinheiros em 2007. Galípolo, é possível dizer, tem mais apego por ideias de esquerda e marxistas.
Mas “se tem alguém que entende como funciona a inflação no Brasil, é o Gabriel”, diz um amigo de longa data do economista e próximo presidente do Banco Central.
Gabriel Galípolo viveu sua primeira crise em 2007
O advogado José Francisco Manssur empilhava livros na estante de seu escritório na rua Boa Vista, Centro de São Paulo. Ele se preparava para sua primeira semana como chefe de gabinete da Secretaria de Transportes Metropolitanos, em 2007, e fora indicado pelo secretário da pasta, José Luiz Portella, para supervisionar assuntos relacionados ao plano de expansão do metrô de São Paulo.
O metrô havia passado por um importante marco em novembro de 2006: a privatização da Linha 4 Amarela. Assim, coube à administração de José Serra analisar pontos nevrálgicos do contrato. E expandir parcerias com o consórcio ViaQuatro, dirigido pela CCR. (CCRO3).
Um jovem economista de 24 anos à época, Gabriel Galípolo estava à frente do orçamento da pasta e era vizinho de sala de Manssur.
Galípolo havia surpreendido o economista Luiz Gonzaga Belluzzo como aluno durante seu tempo como professor da PUC, o que lhe rendeu, assim, uma recomendação a Portella.
Belluzzo teria dito a Serra que seu pupilo da PUC era “um projeto para o Brasil” para levá-lo à equipe de Portella.
Mal colocara os livros na prateleira, Manssur foi abordado por Galípolo. “Acho que aconteceu uma coisa grave na marginal”, comentou o economista. “Precisamos ir até lá.”
Numa das principais vias da capital paulista, a Marginal Pinheiros, uma cratera de 80 metros de diâmetro engoliu veículos no terminal rodoviário. Carros, motos e uma van lotada com dez passageiros foram soterrados.
Gabriel Galípolo enfrentou ali sua primeira grande crise. Era, também, seu primeiro emprego, segundo Portella.
‘Ele deitou embaixo da van’
Para Manssur, o colega era até então um estranho.
O desmoronamento foi, afinal, provocado por obras na Linha 4 Amarela na estação Pinheiros. A cratera fez sete vítimas. Quatro delas ficaram presas em um micro-ônibus durante dias.
Galípolo foi à cratera nas primeiras vezes de paletó e gravata.
“Naquela época, tínhamos o radinho Nextel. Víamos a comunicação das pessoas presas com as famílias, e ele sempre estava na linha de frente.”, diz Manssur.
Galípolo grudava a orelha no Nextel.
Quando os bombeiros adotaram a estratégia de resgatar os passageiros por um buraco cavado embaixo do chão, e logo abaixo da cratera, o atual diretor do BC entrou na fila indiana rumo ao subsolo.
Galípolo ignorou a recomendação dos socorristas. Não seguiu, também, as ordens do chefe.
“Ele desceu lá por conta dele, indevidamente”, Portella afirma.
O veículo estava alçado pelo teto. Mesmo suspensa, a van poderia desabar sobre as equipes de resgate, que evitaram trabalhar diretamente abaixo do transporte.
Manssur desceu com Galípolo. Ele diz que o economista chegou o mais perto possível da van. Literalmente viu por baixo o chassi do veículo suspenso.
“Ele deitava embaixo do micro-ônibus para olhar”, diz o ex-colega de governo. Gabriel se colocava em risco, segundo Manssur, porque “queria entender como a van seria resgatada”, olhando os mínimos detalhes.
A iniciativa rendeu-lhe um puxão de orelha familiar. A mãe viu o filho descer ao subsolo pela TV e ligou furiosa. O filho rebateu, dizia que não corria perigo. “Gabriel, eu estou te vendo.”
“A ordem de entrada na cratera era a seguinte: primeiro Gabriel, depois os cachorros dos bombeiros, e por fim, os próprios bombeiros”, brinca Manssur.
“Ele delega e é bom nisso. Mas quando o negócio aperta, vai para cima do problema.”
Currículo ‘nota 10’ de Gabriel Galípolo na PUC-SP
Galípolo impressionou professores com sua dedicação, rapidez e agilidade de raciocínio quando estudou economia na PUC-SP, entre 2000 e 2004. Aficionado por pensadores clássicos, tanto brasileiros quanto internacionais, o ex-aluno gostava de discutir moeda e juros na sala de aula.
As disciplinas favoritas entrelaçavam paixões pessoais: filosofia e macroeconomia.
Afinal, esses dois temas estiveram no centro de sua iniciação científica pela PUC. Nela, recorda a ex-professora de Galípolo na PUC, Norma Casseb, o jovem estudante e futuro diretor do BC abordou como a moeda não era apenas um instrumento de troca, mas também uma reserva de valor.
Entre os autores preferidos do economista, Marx e Keynes são os principais. Mas outros pensadores clássicos estão entre os favoritos, inclusive égides do liberalismo: Adam Smith e David Ricardo.
Economistas brasileiros heterodoxos, claro, estavam e sempre estiveram na biblioteca de Galípolo: Celso Furtado, Ignácio Rangel e Maria da Conceição Tavares são alguns.
“Ele sempre foi muito inteligente”, diz Norma. “Gabriel tem agilidade e sagacidade de percepção muito aguçadas, é uma condição associada à inteligência dele. Ele sempre perseguiu conhecimento para construir bagagem no currículo”, continua. Dentro da sala, Galípolo sempre foi “bom aluno, educado e afável”.
Após se formar em economia pela PUC em 2004, Gabriel Galípolo logo ingressou no mestrado pela faculdade católica, no Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política da PUC. Isso foi em 2005.
Ele concluiu o mestrado em 2008. Depois, voltou à PUC, mas como professor de economia.
Como pensa Gabriel Galípolo?
Filho de um uruguaio com uma brasileira, Gabriel Muricca Galípolo vem de um berço de esquerda. Eduardo, pai de Galípolo, cresceu em Sayago, bairro no subúrbio de Montevidéu, capital uruguaia. Na década de 1960, quando facções extremistas deram início a conflitos internos no país, Eduardo tornou-se um Tupamaro.
Os Tupamaro eram guerrilheiros urbanos de extrema esquerda. A filiação do pai ao movimento foi confirmada com fontes ouvidas pela Inteligência Financeira, incluindo Manssur e Portella.
Galípolo é alguém que se identifica profundamente com ideais de esquerda, de acordo com Manssur. O ex-chefe de gabinete tornou-se amigo de Gabriel após dividirem espaço no governo paulista, e é padrinho do primeiro casamento de Galípolo.
“Leu tudo de Marx, mesmo.”
Na sua visão, Galípolo abrange a “nova esquerda” por sua postura pragmática sobre temas como privatização e envolvimento do Estado na economia.
O economista nunca foi contra a privatização da Linha 4 do metrô quando esteve na secretaria de Transportes. Mas Galípolo reclamava do ‘ônus’ ao Estado no contrato com a ViaQuatro, por exemplo.
“Sempre reclamou sobre o quanto o ente privado não assumia riscos. Lembro que uma vez ele resmungou que o contrato (da Linha Amarela) determinava que, se a linha não atendesse uma demanda de passageiros fixada pelo consórcio, era o governo quem tinha que pagar multa”, afirma Manssur.
“Ele tem um fortíssimo viés político”, descreve José Luiz Portella. De acordo com o ex-secretário, o economista começou a vida pública mais idealista graças ao apreço pela academia. Mas a teoria, na prática, foi outra.
“Acho que o Gabriel foi derivando para a centro-esquerda no processo. Ele tem um pensamento mais à esquerda, não é uma pessoa de direita, mas aprendeu a respeitar o mercado.”
Do Bandeirantes ao Planalto
Antes de ser indicado por Fernando Haddad à presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo teve como padrinho político o economista Luiz Gonzaga Belluzzo.
Além da indicação a Portella, Belluzzo o levou para conhecer Fernando Haddad, durante a campanha eleitoral para governador em 2022. Além disso, o economista mais ligado à esquerda e ex-presidente do Palmeiras, foi a ponte para que Gabriel conhecesse Lula.
Galípolo encontrou Lula em palanque na cerimônia do Natal dos catadores, em 2022, no dia seguinte a sua indicação à Secretaria Executiva da Fazenda.
“Lula viu uma conexão com Gabriel porque ele trabalhou dentro de um banco e, ao mesmo tempo, tinha ideias mais sociais, mais de esquerda. Lula simpatizou com ele e os dois começaram a marcar mais reuniões juntos”, afirma Portella.
Portella diz que manteve contato com Galípolo até a entrada dele no Banco Fator.
Ao mesmo tempo em que trabalhava próximo de Portella, Galípolo aumentou o vínculo com economistas mais ligados à esquerda. Mas reconhecia ser importante manter os ‘tucanos’ por perto.
Nesse sentido, se aproximaram de Galípolo nesta época o ex-ministro Aloysio Nunes (PSDB) e Guilherme Afif, vice de José Serra entre 2007 e 2011 no governo de São Paulo. Mais tarde, ajudou Geraldo Alckmin a gerir PPPs, se aproximando do vice-presidente.
A pizzada Vermelha
Conforme uma fonte, apesar de “não ser sempre o economista mais técnico da sala” Gabriel Galípolo chamou a atenção de pares heterodoxos. Um deles foi um dos ex-ministros da Fazenda de José Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira.
“Quando se trata da carreira acadêmica, eu considero o Gabriel muito mais como um gestor do que como um técnico”, diz a fonte. “Ele, por exemplo, não tem grandes artigos com checagem de pares. Mas tem uma habilidade política muito grande e capacidade de interagir com outras pessoas muito acima da média”, reconhece.
“Ele tem um bom faro para apurar onde está o poder dentro da sala”, comenta Portella. “Isso significa que o Gabriel sempre sabe bem com quem conversar.”
Manssur diz que Galípolo começou a se reunir com economistas como Bresser, Delfim Neto e André Lara Resende aos domingos à noite. O final de semana acabava em pizza, ou, como os próprios frequentadores do encontro diziam, na ‘pizzada vermelha’.
O nome vem da quantidade de economistas marxistas reunido em uma só pizzaria, a Bráz, em Higienópolis (SP), no domingo à noite.
“Gabriel, André, Bresser… Eles tinham uma pizzada todo o domingo”, diz o advogado. Gabriel Galípolo conquistou, assim, o “respeito” de Delfim, Lara Resende, e de Persio Arida. Os dois últimos são pais do Plano Real.
“Ele começou a transitar com essas pessoas até que ele chegou no momento de assumir o governo”, diz Carlos Cabral, professor de economia da PUC-SP e amigo de Galípolo desde a graduação.
Palmeirense roxo
Algo que poucas pessoas sabem sobre quem é Gabriel Galípolo: ele é fanático por futebol. Palmeirense roxo, costumava assistir aos jogos do time com Belluzzo. Este, inclusive, chegou a presidir o clube alviverde.
Belluzzo, Portella e Galípolo iam com frequência ao Parque Antártida, antigo estádio do Palmeiras antes do Allianz Parque.
Quando não iam ao estádio, Galípolo e Belluzzo assistiam os jogos na casa de Portella. “E Gabriel era namoradeiro. Trouxe várias namoradas na minha casa para assistir os jogos.”
Como José Serra é palmeirense, o governador convidava funcionários para assistirem aos jogos no Palácio dos Bandeirantes. Galípolo e Belluzzo – por ser próximo a Serra – eram convidados com frequência.
“Fomos muitas vezes aos Allianz, a última foi quando o Palmeiras foi campeão brasileiro em 2022”, recorda Belluzo.
“Toda vez que o Palmeiras joga, nos comunicamos, faz parte da amizade.”
Gabriel Galípolo na Faria Lima
Ao fim de sua passagem pelo governo Serra, em 2008, Galípolo tornou-se especialista no estudo de parceiras público-privadas.
Aos poucos, Galípolo foi trocando a sala de aula pela Faria Lima, buscando formar um currículo no mercado financeiro.
Abriu sua consultoria própria em 2009, focada em estruturar PPPs.
Conciliar a consultoria com as aulas como professor da PUC tornou-se uma tarefa inviável no longo prazo. Ao assumir a presidência do Banco Fator em 2017, foi se desligando da PUC aos poucos.
Para Manssur, esse foi o momento em que Gabriel lateralizou seus questionamentos sobre o mercado financeiro e tornou-se pragmático. “Foi seu grande desafio. Ele levou muitos questionamentos sobre esse sistema financeiro e, ao mesmo tempo, foi aprendendo sobre o complexo bancário”, diz.
Belluzzo continuou ao lado de Gabriel nessa época, mas como consultor independente do Fator. Ele compara o mandato do banqueiro às ideias de Roosevelt, presidente dos Estados Unidos responsável pelo programa New Deal.
“Foi um presidente do Fator muito competente, foi capaz de articular vários projetos de fusões e aquisições, parceiras.”
“Ele sempre se preocupou com a carência do sistema bancário para financiar projetos”, completa Manssur. “E ele se questionou para mudar isso. O banco evoluiu muito com a passagem dele – organização interna, governança.”
Galípolo frisava com frequência a amigos que bancos “devem ter um papel muito maior do que o de uma mera tesouraria”. Para ele, o Fator era um catalisador de desenvolvimento.
No Fator, Galípolo coordenou a assessoria do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na concessão da CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro).
O leilão de 2021 é o grande destaque no currículo de Gabriel Galípolo na Faria Lima. Ele deixou o cargo de CEO do Fator no mesmo ano.
Gabriel Galípolo em Brasília: ‘motor da Fazenda’
Ao ser convidado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para assumir a secretaria da pasta do governo Lula III, Galípolo levou Manssur consigo. O advogado e amigo se tornou assessor especial da Fazenda, responsável pelo expediente do secretário.
“Galípolo era um motor dentro da Fazenda”, diz o ex-assessor. “Era um grande interlocutor no Congresso”. O advogado afirma que o secretário foi um dos principais responsáveis pelas vitórias de propostas do ministério no primeiro semestre do governo.
No currículo em Brasília, Gabriel Galípolo teve participação na aprovação da âncora do governo Lula na economia, o arcabouço fiscal. Outra foi na proposta de meta de inflação contínua, uma ideia própria.
Manssur destaca que o atual diretor do Banco Central tinha um “diálogo muito bom” com quem mais importava. As conversas entre Arthur Lira (PP-AL) e Galípolo são lembradas por ele como “francas e honestas”. Gabriel não tinha medo de confrontar quem talvez seja hoje o homem mais poderoso de Brasília.
“Era muito franco e direto, sem rodeios, expressando quando e o que gostava e não gostava, com muita honestidade. Era um diálogo de contraponto.”
Além de ter bom transito com Lira, Galípolo tem laços com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.
Manssur foi, assim, um dos principais nomes da Fazenda no projeto de tributação de plataformas de aposta, conhecidas como bets.
“E ele dava todo o respaldo sobre o que precisávamos para fazer. Me incumbiu de montar a equipe de trabalho e ajudou, principalmente, nesse diálogo com o próprio parlamento.”, comenta Manssur.
A regulamentação das bets, contudo, ficou para depois do ingresso de Gabriel Galípolo ao Banco Central. Manssur continuou como assessor especial, mas sob o novo secretário da Fazenda, Dario Durigan.
Dever público ou ambição política?
Para uma fonte que conviveu com Gabriel Galípolo, o economista sempre teve objetivo de assumir um cargo no governo.
Mas é justamente o timbre político que faz da indicação ao Copom “um belo encaixe”, de acordo com esse economista. Ele lembra que, quando assumiu o Fator, Galípolo transformou o banco em uma máquina de PPPs, o que o manteve próximo do poder público.
Portella concorda que Gabriel é ambicioso e tem na mira um voo alto enquanto Lula for presidente.
“A ambição dele se alinha neste caminho em que ele está. Ele pode eventualmente pleitear o ministério da Fazenda. Tem esse lado político herdado do pai. É um político técnico”, diz o ex-chefe de Galípolo.
Cabral, contudo, afirma que Galípolo nunca teve ambição política, nem quis se aproximar voluntariamente do PT.
“Ele está conseguindo galgar passos que não sei se eventualmente imaginou. Dificilmente ele quis entrar no PT. O meio político é que foi atraindo ele, não ele que quis entrar.”
“Área pública e Gabriel nasceram um para o outro”, diz Manssur.
Sucesso no Banco Central depende de um aliado
Entre as fontes ouvidas pela reportagem, todas afirmam que Gabriel Galípolo tem condições de aguentar a batata quente de presidir o Banco Central em 2025. A partir de janeiro, o atual presidente Roberto Campos Neto encerra o mandato.
Mas vinha perdendo favoritismo em parte porque o mercado acreditava que o economista e pai do Plano Real André Lara Resende estava mais alinhado com Lula e suas falas.
No primeiro semestre Campos Neto enfrentou fortes críticas de Lula e da ala petista do governo.
“Ele tem essa vocação de tentar conciliar, ele ouve muito, o que não é muito comum nessa polarização”, diz Norma Casseb sobre Galípolo.
O economista vem entoando uma postura mais dura do Banco Central na convergência da inflação para a meta do Banco Central, de 3% em 2024.
“Se tem uma pessoa que estudou a dinâmica da inflação no Brasil, é o Gabriel”, completa Cabral.
“Ele é teimoso. Bem teimoso”, desabafa Portella. “Tem vezes em que o Gabriel parece que aceitou o que você falou, mas depois faz diferente. É muito convicto nas ideias dele.”
“É um lado dele que pode ser perigoso na política”, conclui Portella.
Mas no cabo de guerra entre governo federal e o Banco Central, entre a influência e a autonomia da autoridade, o tamanho da barricada montada por Gabriel Galípolo para defender suas ideias diante de antigos aliados pode pesar no mercado.
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