Os juros futuros operam em leve alta no início dos negócios desta quarta-feira, enquanto participantes do mercado aguardam com ansiedade as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil. O movimento de piora da inflação corrente e das expectativas inflacionárias tem deixado a parte curta da curva a termo ancorada em níveis bem acima de 15%, ao mesmo tempo em que os trechos intermediários e longos não conseguem furar esse patamar psicológico diante da continuidade das incertezas fiscais e de gestão da dívida pública.
Por volta de 9h35, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subia de 15,145% no ajuste anterior para 15,17%; a do DI para janeiro de 2027 passava de 15,305% para 15,33%; a do contrato para janeiro de 2029 avançava de 15,06% para 15,11%; e a do DI para janeiro de 2031 oscilava de 15,015% para 15,06%.
Embora seja amplamente esperado um aumento de 1 ponto percentual na Selic pelo Copom, para 13,25% ao ano, há dúvidas no mercado sobre o “forward guidance” a ser adotado pela autoridade monetária. Em dezembro, o BC fez indicações para as duas reuniões seguintes — janeiro e março — e, agora, o mercado acredita que a autarquia manterá o apontamento de uma nova alta de 1 ponto em março, mas que pode flexibilizar o compromisso em relação a maio e deixar o caminho aberto para outra magnitude no ajuste da política monetária.
Na avaliação dos economistas do UBS BB, o Copom deve manter a sinalização apenas para a reunião de março, o que não significaria que a reunião de maio não seria palco de um novo aumento nos juros. “Seria simplesmente o Copom não tendo o mesmo nível de certeza sobre o provável ritmo da alta na reunião de maio. Assim, acreditamos que o comitê indicará que qualquer aumento adicional será dependente de dados”, diz a equipe liderada pelo economista Alexandre de Ázara em relatório enviado a clientes.
Após a piora recente no Boletim Focus mostrada na segunda-feira, onde as expectativas de inflação de 2025 dispararam, ao subirem para 5,50%, o UBS BB passou a esperar uma nova alta na Selic em maio, também de 1 ponto percentual. Assim, na visão do banco, o juro básico deve encerrar o ciclo no pico de 15,25%.
*Com informações do Valor Econômico
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