Agente autônomo de investimento

Agente autônomo de investimento é um profissional apto a atuar no mercado financeiro em nome de terceiros. Também conhecido pela sigla AAI, ele pode trabalhar sozinho ou em conjunto com outros agentes, formando um escritório de AAIs.

Agente autônomo de investimento: como ele ajuda na hora de investir | Inteligência Financeira

Mas atenção: o agente autônomo de investimento tem sua atuação limitada à prospecção e à captação de clientes, além de recebimento e registro de ordens de compra e venda de ativos e prestação de informações sobre produtos e serviços oferecidos pelas corretoras, das quais são parceiros.  

Cada AAI é credenciado junto a uma única corretora, pela qual acessam o mercado financeiro. E é a corretora que remunera o agente, repassando um percentual pelos produtos financeiros que ele recomenda aos clientes. Este valor é chamado de taxa de rebate. 

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Em muitos casos, a taxa de rebate é maior em produtos mais arriscados, como fundos de ações e COEs, o que leva os AAIs a recomendarem investimentos de risco a clientes que não se adequam a este perfil. Então, se você contrata o serviço de um desses profissionais, fique atento. 

A briga XP vs BTG 

As instituições financeiras com o maior número de AAIs cadastrados no Brasil são a corretora XP e o banco de investimentos BTG. Para elas, os escritórios de agentes autônomos são a principal via de crescimento no número de clientes.  

A XP foi a primeira a apostar neste modelo de negócio vindo dos Estados Unidos e chegou ao topo do mercado com escritórios de AAIs em todo o Brasil.  

Para ganhar espaço no mercado de corretagem, o BTG adotou a mesma estratégia e foi em busca de grandes escritórios que já eram parceiros da XP, oferecendo bônus e uma maior remuneração na taxa de rebate para que eles trocassem de corretora. A XP, por sua vez, passou a fazer o mesmo com os parceiros do BTG.  

A estratégia agressiva de crescimento pauta diversas disputas judiciais entre os grupos e os escritórios que migraram de corretora. 

Entre as mudanças mais emblemáticas estão a do EQI Investimentos, que saiu da XP e foi para o BTG, e a do Acqua-Vero Investimentos, que também trocou XP por BTG. 

O que faz um agente autônomo de investimento 

Os AAIs ajudam o investidor a conhecer os produtos do mercado financeiro, explicando suas principais características. Além disso, eles também podem cadastrar clientes em corretoras e receber e executar ordens de compra e venda de produtos. 

Os agentes aproximam clientes dos diferentes tipos de investimento, com um atendimento personalizado e muitas vezes presencial. O serviço é o diferencial de se investir com AAIs ou diretamente com a corretora. 

Os agentes, porém, tem sua atuação limitada por regras da CVM que os proíbem de atuar em nome do cliente administrando sua carteira e de recomendar produtos, funções de gestores e de analistas. 

Os agentes autônomos devem obter credenciamento:

  • Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias)
  • CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para poder exercer a profissão.

Como tudo começou 

Os AAIs surgiram nos Estados Unidos, como brokers, ou seja, intermediários. Eles se tornaram populares a partir dos anos 1970, com a corretora Charles Schwab, que democratizou o investimento em ações no país com taxas mais baratas. 

Lá nos EUA, os agentes executavam ordens e davam orientações sobre produtos financeiros. Até que em 1975, o Congresso dos Estados Unidos desregulamentou o setor, retirando a autoridade da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York) de fixas as taxas de comissão de corretagem. 

Assim, se deu início uma nova profissão, a do discount broker, um agente autônomo que poderia apenas executar as ordens dos clientes, sem aconselhá-los em suas escolhas, o que barateava a corretagem. Os agentes que faziam ambos os serviços passaram a ser chamados de full-service, e eram bem mais caros. 

A Charles Schwab se especializou nos discount brokers e abriu firmas em todo o país, se aproximando dos pequenos investidores, que confiavam mais em um escritório local do que em uma ligação para um banco. 

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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