Estagflação

Um cenário de estagflação é difícil de ser revertido, já que quando a economia desacelera, o emprego fica escasso, enquanto o custo de vida sobe. Ou seja, as pessoas ficam desempregadas, os preços em geral, como nos supermercados, postos de combustível e farmácias, só crescem e a produção do país se deteriora.

Difícil de acontecer

A estagflação não é um cenário comum, já que a tendência é que o desemprego e a inflação caminhem em direções opostas. Ou seja, se o desemprego cai, a inflação sobe, e vice-versa. Quando um país produz muitos postos de trabalho, as pessoas começam a ganhar e consumir mais. Isso faz com que os preços subam – aí está a inflação. Os governos adotam medidas para conter a alta dos preços, como o aumento dos juros. Acontece que essas medidas reduzem a oferta de emprego.

Um fator que ajuda na construção do cenário de estagflação é a desvalorização rápida da moeda local. No Brasil, quando o dólar está nas alturas as empresas podem aumentar a lucratividade exportando mais. Isso causa um desabastecimento por aqui e faz com que os preços subam sem que a economia esteja aquecida.

Origem e exemplos famosos de estagflação

O político britânico Iain Macleod foi o primeiro a usar o termo stagflation (stagnation + inflation). Ele discursava sobre o cenário econômico do Reino Unido em 1965 quando uniu as duas palavras. Apesar do termo ter sido usado somente na década de 1960, a estagflação já havia dado as caras antes disso.

Depois da derrota na Primeira Guerra, em 1918, a Alemanha comprometeu sua economia para pagar os empréstimos que tomou para bancar a infraestrutura militar. Os alemães imprimiram dinheiro em grande quantidade, o que fez 1 dólar valer 4,2 milhões de marcos alemães. Ao mesmo tempo, parte da população do país passou a viver na miséria em meio ao grande desemprego que atingiu a economia alemã.

Na década de 1970, Estados Unidos e Reino Unido passaram pela estagflação com o choque do petróleo, quando países árabes suspenderam a exportação de petróleo aos EUA para retaliar a decisão dos norte-americanos de apoiar militarmente Israel.